O que farias se descobrisses aos teus quatro anos que eras alguém especial? Uma pessoa capaz de mover objetos com a mente, prever o futuro, e tudo o que tenha a ver com a mente e o autocontrole? Se do nada o teu cabelo ficasse vermelho e conseguisse...
"Não há nada mais enganador que um fato óbvio." ➳ Sherlock Holmes
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Ela caminhou até uma estante encostada à parede, situada no andar de cima da biblioteca. Puxou um livro do Sherlock Holmes, sem o tirar da estante. Depois puxou mais dois livros sequencialmente e ouve um estalido atrás da estante. Ela carregou num antigo emblema ao lado, que pelos vistos era um botão, e a estante abriu-se, dando lugar a um corredor escuro e misterioso...
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– Vamos! – disse a avó enquanto entrava na "passagem secreta".
Eu permaneci imóvel e com uma expressão estranha e incrédula. Como eu era muito aventureira, infiltrei-me na passagem secreta com a avó.
Após caminharmos um bocado na passagem praticamente às escuras, a avó ligou a lanterna do seu telemóvel e apontou para um quadro gigante do tamanho de um espelho de corpo inteiro. Era uma pintura dela e do avô em jovens.
– Bons tempos... – diz ela enquanto suspirava.
Eu sorri. Confesso que fiquei um pouco desiludida... Fizemos este caminho todo para ver um só quadro? E porquê escondê-lo? Isto foi um bocado anticlimax...
– Bem, acho melhor voltar... Os meus irmãos estão à minha espera...
– Espera! Ainda não te mostrei o que queria...
Retiro o que disse! Afinal há algo mais que um quadro. No quadro, ela estava a usar um lindo colar com algo que parecia ser uma pedra preciosa. Ela carregou na pedra preciosa do quadro, e este deu um estalido, tal como a estante deu. Afinal o quadro era uma porta secreta! Caramba avó Avery, não paras de me surpreender! Antes de ela o abrir, reparei que tinha um relógio de bolso na sua mão, na pintura...
– Entra! – convidou.
Ela entrou e eu fui atrás dela. Após eu entrar, a porta fecha-se sozinha.
Estávamos numa espécie de câmara secreta, pouco iluminada e rústica. Havia um grande baú trancado com várias correntes e pelo menos três cadeados.
A avó Avy dirigiu-se a esse baú. Ela puxou um colar que estava tapado pelo seu vestido preto que lhe modelava o corpo. O colar tinha uma chave. Ela abriu um cadeado e retirou uma corrente. Despois, retirou a sua pulseira que também tinha uma chave, que eu nunca pensei que fosse uma que abrisse um cadeado... Pensei que fosse uma banal, tal como as que muitas pessoas utilizam para ornamentá-las. Para finalizar, procurou uma terceira chave, escondida num canto da câmara secreta. Ela retirou a última corrente e abriu o baú. Eu estava ansiosa por dentro! O que estaria lá dentro para precisar de estar tão escondido? Eu aproximei-me do baú. Estava repleto de coisas peculiares...fotos antigas da avó numa escola que parecia ser um magnífico palácio, com outras crianças... Umas pareciam voar; outras tinham labaredas de fogo a sair pelas mãos; umas flutuavam sobre a água; outras eram gigantes, como se pudessem esticar os seus membros do corpo... Era simplesmente... INCRÍVEL! Em todas elas, avó Avery tinha aquele relógio de bolso.
