O que farias se descobrisses aos teus quatro anos que eras alguém especial? Uma pessoa capaz de mover objetos com a mente, prever o futuro, e tudo o que tenha a ver com a mente e o autocontrole? Se do nada o teu cabelo ficasse vermelho e conseguisse...
"Qual seria a tua idade se não soubesses quantos anos tens?" ➳ Confúcio
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👉🏼 Afonso a narrar 👈🏼
Acordei com alguém a pular na minha cama e a gritar "É hoje, é hoje!". Abri os olhos. Eram a Leonor e a Margarida, dando gritos estridentes e ansiosos. Fiquei irritado por acordar de uma maneira violenta e meti a minha cabeça debaixo da almofada.
– Anda daí, cromo! – chamaram.
– NÃO! – respondi de um modo grosseiro.
Elas sairam do quarto e eu finalmente pode descansar em paz. Mais tarde ouvi pés a correr no corredor.
– Hhh! – suspirei.
De súbito ouvi um barulho e senti qualquer coisa.
– Mas vocês são loucas?! – gritei enquanto saltava da cama e fugia.
Elas tinham trazido um extintor! UM EXTINTOR! Eu sou um Dakṣa do fogo! Aquilo podia ter-me magoado ou danificado! Ou pior...
Elas apenas riam-se à gargalhada e não pareciam estar preocupadas comigo.
– Já se levantou! – exclamou a Margarida.
Eu sacudi os bocados de extintor que estavam na minha roupa e fui para a minha casa de banho arranjar-me. Esta é a paga de ser o irmão mais velho. Tenho de aturá-las a toda a hora. E se eu me tentar vingar, levo com as culpas de tudo, logo, tenho que manter sempre a calma. E vingar-me quando a mãe não estiver a ver...
Depois disto tudo vesti-me e desci as escadas silenciosamente até à cozinha, rezando para que as minhas irmãs malucas não me vissem. Quando ia entrar oiço vozes. Corro para dentro da divisão e escondo-me debaixo da mesa.
– Oh...que pena... A Bertha acabou de nos preparar o pequeno almoço... Por favor, tome o pequeno-almoço connosco. Ela ficaria tristíssima se não provasse a sua especialidade!
– Bem... Pedindo dessa forma seria falta de educação recusar a sua oferta.
– Ótimo!
Vejo a minha mãe e mais alguém a entrar dentro da cozinha.
– Afonso! O que fazes debaixo da mesa?! - inquiriu a mãe chateada e envergonhada.
Com ela estava um homem de rosto simpático, alto e com um boné branco com um logotipo a dizer "palácio dos etéreos".
– Ah, hmm... Estava a limpar... Está sujo...aqui em baixo... – menti enquanto fingia que limpava.
– Por favor filho! A Giselle acabou de limpar a cozinha! – exclamou enquanto esboçava um sorriso amarelo para o homem.
