Precisamos conversar

163 6 3
                                    

ESSE CAPÍTULO TEM UMA CONTINUAÇÃO... DIVIDI EM 2 PRA NÃO FICAR GIGANTESCO HAHA

____________________________________________________________________

Me remexo no sofá sentindo como se já tivesse sentado aqui milhões de vezes antes, encaro os olhos arregalados em expectativa do outro lado. Não são os olhos pelos quais estou me apaixonando, mas sim os olhos acolhedores de Dinah. Estou na sala 727, o que no momento é uma coisa maravilhosa. Estava falando sobre minha sexualidade por um tempo novamente mas só dando respostas curtas e vagas, ainda não quero falar ou pensar sobre isso, na verdade eu acho que quem mais falou aqui hoje foi Dinah e não eu. Ainda estou em choque pelo que aconteceu ontem a noite. Camila expos sua alma para mim e eu me assustei como a porra de uma criança e corri de volta para Brad. Fazer sexo com ele foi...

- ''Lauren?''

Dinah me tira de meus pensamentos.

- ''Você disse que transou com Brad, eu te perguntei como você se sentiu...''

- ''Oh,'' inspiro percebendo que viajei enquanto tentava encontrar a resposta. ''Eu senti... nada'' falo simples e franzo a testa incapaz de acreditar na minha própria resposta.

- ''Nada?'' ela repete.

- ''É... nada. Estou começando a questionar se eu sempre senti nada e só estou percebendo agora'' murmuro completamente perdida nos pensamentos. A verdade é que ando por ai divagando em pensamentos desde ontem. ''Não foi ruim nem foi bom, só... foi. Eu estava desesperada para que acabasse logo e eu nem pensei sobre isso, minha mente estava completamente em branco. Eu não pensei no Brad ou nem na mulher que eu estou gostando-''

Dinah suspira e parece num conflito interno ''Veja Lauren, eu sei que é Camila, ok?''

Meus olhos parecem prestes a explodir pra fora da porra da minha cabeça e eu só a encaro, me sentindo envergonhada e a estranheza por praticamente ter sido pega no flagra ficando clara na minha expressão.

Ela sorri indiferente a meu choque, ''ela me disse, na verdade eu acho que fui a única colega de profissão a quem ela confiou a informação, quero dizer, eu não concordo com nada nessa situação, mas eu nunca faria nada contra Camila, por várias razões que eu não vou explicar. De qualquer forma, continue...'' ela fala, sua voz suave conseguindo acalmar meus nervos.

- ''Eu... como... quando ela-''

Dinah levanta sua mão me silenciando. ''Não é realmente importante, é? Eu sei que é Camila, a única razão de que ter te dito foi só para que você parasse de dizer ''a/aquela mulher'' ela sorri um pouco humorada pra mim.

- ''Ok'' digo engolindo em seco, tentando empurrar essa informação para longe dos meus pensamentos. ''Eu não senti nada, porque quando Camila me toca, mesmo que seja só... um toque na mão ou algo do tipo sabe? Eu sinto como se estivesse viva, e o simples toque tem mais efeito do que os toques de Brad jamais tiveram, mesmo durante o sexo. Essa profundidade de sentimentos e intimidade só não existem com Brad, é tipo, é só sexo. Tudo é só sexo e depois eu me sinto entorpecida, tipo, eu não sinto vontade de ficar abraçada com ele ou fazer qualquer coisa com ele. Na minha mente eu me imagino acordando com a Camila e eu me sinto tão feliz só de pensar nisso, eu ficaria na cama dela pra sempre, eu conversaria com ela pra sempre e eu me sinto estúpida por não ter percebido antes que eu não me sinto assim em relação a Brad. Com Brad tudo é tão monótono e igual, não existe excitação mais, eu acho que nunca existiu.''

Sinto que estou tendo outra epifania, o que francamente me deixa assustada e vulnerável.

- ''Entendi,'' Dinah fala gentil, ''você diz que entrou com pânico com o que Camila te disse, em que parte especifica você estava pensando?''

Terapia de Risco - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora