11 de fevereiro de 1970, noite, 23:17

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Sofia foi levada para casa, pois se recusou a qualquer custo ir para o hospital depois que acordou, e pediu um tempo, pouco, talvez o último, para registrar o ocorrido aqui, e mais algumas coisas que rasguei.

Com o resto das forças que ainda restavam em seu corpo, apenas escreveu, sem dizer mais nada. Assim que pontuou a última frase, com a mão trêmula, a caneta lhe escorrega entre os dedos em seu último suspiro, os olhos pesam, e se fecham pela última vez.

Tomei a liberdade de registrar o ocorrido aqui, apenas para que a morte de minha filha não passasse em branco, mesmo que ninguém chegue a ler este diário.

- Carmen S. Tavares

1964 - Diários de um Coração Rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora