OS OPOSTOS - 1° Livro {Concluído}

Vinte e oito

**Natalie**

Acordo com meu celular despertando, levanto abro as cortinas. Visto meu roupão e entro no banheiro

Lavo o rosto, escovo os dentes, amarro meu cabelo em um coque e volto para o quarto.

- Christian levanta – Digo balançando ele – A gente vai se atrasar

- Eu já levanto – Responde ele virando para o outro lado

Saio do quarto e vou até o quarto da Ana. Bato na porta mais ela não responde, deve estar dormindo, ela foi dormir tarde ontem.

Desço para a cozinha e assim que entro a Marta entra atrás de mim

- Bom dia Marta

- Bom dia Natalie – Ela vai até o balcão e pega um papel que estava em cima dele. De repente seus olhos enchem de lágrimas e sua expressão é de tristeza

- O que foi Marta? – Pergunto preocupada

- A senhora deveria ler isso – Ela me entrega o papel e eu leio:

"Mãos sobre minha cabeça pensando o que mais poderia dar errado? (Bruno Mars, Again)" Não sei como explicar isso, para falar a verdade nem eu mesma tenho certeza do que estou fazendo... Em primeiro lugar eu quero que vocês saibam que eu não estou fazendo isso para magoar vocês, nem para fazer vocês sofrerem, pelo contrário eu estou fazendo isso porque eu mesma não aguento mais sofrer. Eu sinto que se eu continuar vivendo assim eu posso, acabar fazendo uma loucura e eu não quero isso, eu não quero mais sofrer, eu não quero mais chorar, eu quero esquecer! Eu... Me perdoem, eu não quero fazer ninguém chorar, nem sofrer, mas eu preciso desse tempo, eu preciso me afastar. Eu vou passar um tempo longe de tudo, longe de vocês, eu preciso desse tempo, eu preciso me afastar dessas lembranças, eu preciso aceitar o que está acontecendo e sei que se eu estiver ai não conseguirei. Eu sei que vai ser difícil para vocês mais eu volto em breve, eu tenho lugar para ficar e também tenho dinheiro, eu vou estar bem! Eu volto, eu prometo.

Amo vocês. Ana C.

- Isso não está acontecendo – Jogo o bilhete no chão e subo as escadas correndo, com os olhos cheios de lágrimas.

Abro a porta do quarto da Ana, e encontro ele vazio, sem ela, a minha pequena não está na cama. Corro até o closet e boa parte das suas roupas já não está mais no armário, e duas malas dela sumiram.

Eu não acredito, isso não pode estar acontecendo, a minha filha não pode simplesmente ter ido embora.

- CHRISTIAN! – Caio de joelho e choro segurando uma blusa dela

O Christian entra correndo no closet e me abraça

- A nossa filha... – Não consigo terminar porque começo a ter um ataque de soluço

- Eu sei, não se preocupe, vamos encontrar ela

Ele me levanta e me tira do closet. Antes de sairmos do quarto olho para a cama dela que está bagunçada, ela estava deitada nela. Há imagino deitada, olhando para o teto, chorando, com as mãos na cabeça, pensando em como parar de sofrer, pensando em todas as piores coisas do mundo para parar de sofrer. Meu coração se aperta só de imaginar minha vida sem a minha Ana, sem o meu bebê.

O Christian me leva para a sala e eu me sento no sofá

- O Lucas, ele talvez saiba onde ela está – Digo limpando as lágrimas que teimam a cair.

- Eu conversei com ele, ele não faz ideia onde ela poderia está, mas ele disse que vai ligar para a Jennifer e mais alguns amigos para vê se eles sabem de algo.