Cinquenta

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- Ana tem certeza disso? - Pergunta a Jennifer enquanto amarro meu tênis

- Certeza eu não tenho, mas eu preciso fazer isso - Me levanto e vou até o espelho - Jennifer quando a Malu perguntar de mim entregue isso a ela.

Pego um pirulito na gaveta e entrego a ela

- Um pirulito?

- Sim, mas você tem que chamar de lilito.

- Lilito?

- É e também a deixe pular em cima da cama e deixar os brinquedos espalhados, deixe-a agir como criança, ok?

- Tudo bem - Ela pega o pirulito e me olha triste - Ana você não precisa fazer isso

- Eu preciso sim Jennifer, você está pronta?

- Estou

Saímos de casa e entramos no carro. Passamos o caminho inteiro, caladas.

- Acho melhor você descer aqui - Digo parando dois quarteirões antes do galpão

- Tudo bem - Nós duas descemos e nos abraçamos

- Tchau Jeh - Entro no carro e vinte minutos depois estaciono o carro atrás do galpão

- Não é que ela veio!

A Marlene está com o cabelo cortado até o ombro, com uma lente de contato castanha e está vestido um moletom cinza e uma calça jeans.

- Mamãe - A Malu corre e me abraça forte, ela está magra e pálida como se não comesse há dias.

- Ah ela não come há dias – Maldita, Marlene!

- Mamãe, to com medo.

- Calma filha tudo vai acabar bem - Pego um pirulito no bolso de trás - Quer um lilito?

- Quero - Ela pega o pirulito e coloca na boca, a abraço mais uma vez e sussurro no seu ouvido:

- Filha eu vou sair e você vai sentar na calçada e esperar a tia Jeh tá bom? - Ela me olha com os olhinhos azuis que antes eram cheios de vida e que agora estão mortos, triste e sem vida e acena com a cabeça.

- Já chega né eu tenho coisas a fazer - Pego à mãozinha da Malu e a coloco, sentada na calçada.

- Fica aí filha - Dou o ursinho de pelúcia dela a ela e ela abraça forte ele - Tchau filha

Caminho até a Marlene e ela agarra meu braço forte e sinto alguma coisa nas minhas costelas, olho e vejo o cano de uma arma.

- Tenta alguma coisa que eu te mato na frente da peste - Ela me joga dentro do carro e dá partida

**Jennifer**

Chego atrás do galpão e encontro a Malu sentada na calçada com um ursinho de pelúcia nos braços e um pirulito na boca

- Aí Malu! – A pego no colo e a abraço forte. Ela está muito magra

- Eu quero a minha mamãe! - Ela chora no meu ombro

- A mamãe já vai voltar - Entro no carro da Ana e coloco a Malu na cadeirinha

Eu ainda não acredito que a Ana fez uma loucura dessa e pior eu não a impedi de fazer isso, eu sou uma péssima amiga, como eu vou conta aos pais dela?

Quando finalmente chegamos à casa da Ana a Malu já está dormindo, coloco-a na cama da Ana e deito no sofá, que loucura eu deixei a Ana fazer?

**Jennifer**

OS OPOSTOS - 1° Livro {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora