Cinquenta e cinco

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- Bom dia Annie – Diz a Marta quando entro na cozinha. Nunca tinha percebido como eu sentia falta da Marta

- Bom dia Marta

- Bom dia Marta, bom dia filha – Minha mãe entra na cozinha e me dá um beijo.

- Bom dia mãe

- Bom dia Marta, bom dia filha – Meu pai entra na cozinha e também me dá um beijo.

- Eu tenho uma coisa para contar a vocês – Digo quando ele se senta ao lado da minha mãe

- Pode falar querida

- Eu e a Malu vamos embora de Seattle amanhã – Digo de uma vez. Minha mãe larga a faca que estava segurando e me olha como se não acreditasse no que eu acabei de dizer

- O quê?

- Mãe me perdoa, mas eu preciso ir embora, a Marlene não vai sossegar enquanto eu não estiver longe.

- Ana você não pode

- Eu sinto muito mãe, mas é para a minha segurança e para a segurança da minha filha.

- Eu não posso ficar sem você

- Eu vou ficar bem

- Nunca mais vamos te ver? – Pergunta meu pai também sem acreditar

- Claro que vão um dia eu volto

- Eu não vou impedir você de ir – Diz minha mãe sem olhar para mim – Mas eu quero que você me prometa uma coisa

- Qualquer coisa

- Quando a Malu completar quinze anos, você vai voltar.

Onze anos longe daqui? É tempo o suficiente para a Marlene me esquecer, para o Gustavo me esquecer, e para eu o esquecer.

- Tudo bem, eu prometo.

- Para onde você vai? – Pergunta meu pai

- Não posso dizer, prefiro que ninguém saiba.

{...}

Como amanhã eu e a Malu vamos embora eu preferi vir para a casa de praia dos meus pais, se eu ficasse em casa poderiam tentar me impedir e até tentar descobrir para onde vamos.

- Mamãe eu quero lilito – Pede a Malu

- Aqui - Entrego o pirulito a ela, e ela sai correndo para a praia.

- Malu volta aqui! - Corro atrás dela e a encontro atrás da casa no colo do Gustavo - O que você quer aqui?

- Conversar

- Não quero, cai fora.

- Não precisa ser tão grossa

- Gustavo eu estou cansada, cansada de você, da Marlene, dos meus pais, da Jennifer, do Lucas, do mundo! Então cai fora!

- Por que tanta revolta Ana?

- Por que será? Será que é porque uma doida que é apaixonada por você sequestrou a minha filha e depois me sequestrou e ainda tentou me matar? Ou será que é porque a mesma doida que é louca por você cortou o meu cabelo? Ah, ou será que é porque a mesma doida cortou o meu dedo? – O que eu estou fazendo? Eu não posso culpar o Gustavo, ah não espera aí, eu posso sim porque é tudo culpa dele! Desde que demos o primeiro beijo, eu sabia que estava me metendo em uma encrenca.

- Ana?

- Você não vê que depois que você voltou para a minha vida tudo desabou? Eu quase perdi a minha filha!

OS OPOSTOS - 1° Livro {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora