Sete

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Acordo com alguém me sacudindo, abro os olhos e vejo a minha mãe

- Me deixa dormir mãe - Peço virando para o lado

- Já chega de dormir né Ana, são duas horas da tarde!

- Tá bom, quando for cinco a senhora me acorda.

- Nada disso mocinha, pode levantar - Ela puxa minha coberta.

- MÃE!

- Se eu voltar nesse quarto e você não estiver de pé, eu vou jogar um balde de água gelada em você

- Não será preciso, já estou levantando - Digo me sentando na cama. Ela sai do quarto e eu deito de novo, de repente sinto água gelada em mim - MÃE!

- Eu avisei, agora levanta e vai tomar banho.

Ela sai do quarto rindo. Levanto e vou para o banheiro, depois de dez minutos na banheira saio e vou para o closet

- Vou andar de skate! - Digo a mim mesma enquanto pego uma blusa preta do Bruno Mars onde tem escrito: "Hooligan", um short jeans e um all star branco

Pego meu skate que estava jogado no closet e desço

- E a bela adormecida resolve acordar - Diz meu pai quando entro na cozinha

- Bom dia para você também pai

- Bom dia? Você quer dizer boa tarde né

- Como eu acordei agora é bom dia e tchau

- Vai aonde? - Pergunta minha mãe entrando na cozinha

- Andar de skate

- Sem proteção? Nada disso!

- Mãe eu já ando sem proteção há anos!

- Ana pode subi agora e colocar um capacete

- Mãe eu ando de skate desde que nasci, eu não preciso, tchau pai, tchau mãe, amo vocês - Saio correndo de casa antes que a minha mãe me forçasse a colocar uma proteção.

Vou andando com o skate até uma pista que tem próximo a minha casa. Só que infelizmente no meio do caminho me distraio, com um cara lindo que está tocando violão na porta de casa e caio de cara no chão

- Você está bem Ana? - Pergunta o Gustavo correndo até mim e me ajudado a levantar

- Sim, estou.

- Foi uma queda e tanto - Pois é, culpa sua quem mandou ser tão lindo e ainda saber tocar violão? Penso comigo mesma.

- Pois é - Limpo minha roupa. Um carro passa perto da gente e de repente eu ouço alguma coisa estralando atrás de mim

Por favor, não seja ele, por favor, não seja ele.

- Ana eu sugiro que você não olhe para trás - Me viro e lá está o meu skate destroçado, o skate que a Carol me deu, a única lembrança física que eu tinha dela.

- Que merda! - Digo me ajoelhando ao lado do skate. Sinto meu rosto molhar pelas lágrimas que não consigo evitar.

Esse skate era a única lembrança física que eu tinha da Carol e agora ele está destruído em minhas mãos

- Você não tem outro? - Pergunta o Gustavo se ajoelhando ao meu lado

- Não - Eu tinha três skates, mas dois deles quebraram quando eu estava aprendendo a andar e só me restou esse - Mas esse não é o problema, o problema é o significado que ele tem.

- Você ganhou da Carol?

- Foi, a única lembrança física que eu tenho dela e agora está completamente destruída!

OS OPOSTOS - 1° Livro {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora