DOIS MESES DEPOIS
- Lucas você trouxe o violão? – Pergunto quando ele entra no quarto
- Claro – Ele ergue com uma das mãos o violão favorito da Ana, autografado pelo Chorão, ex-vocalista da banda Charlie Brown Jr.
Ela vai matar a gente.
- Lucas pelo amor de Deus não vai quebrar esse violão, se não a Ana mata a gente – Lembra o Gustavo sentado ao pé da cama.
A Ana passou três dias no primeiro hospital e depois foi transferida para o hospital da mãezinha, e depois disso seu estado não mudou em nada. Eu tentei manter a esperança nesses últimos dois meses, tentei ser forte na frente de todos, mas está difícil, minhas esperanças estão indo por água abaixo.
Balanço minha cabeça expulsado esses pensamentos e me concentro no nosso trabalho. O médico que está cuidando da Ana, pediu a mim, ao Lucas e ao Gustavo, que sempre que possível cantássemos para ela, musicas que ela gosta, porque segundo ele isso a fará ter uma boa recuperação.
- Aninha meu amor, eu sei que você quer nos matar agora, mas saiba que isso é para seu próprio bem – Me viro para os dois – E ai o que vamos cantar hoje?
- Podia ser outra do Charlie Brown Jr – Sugere o Gustavo
- Não, é melhor alguma do Bruno.
- Já sei! – Eles se viram para mim. Pego o violão da mão do Lucas, pois eu sou a única de nós que sabe tocar essa música.
- Vamos cantar o quê? – Pergunta o Lucas visivelmente curioso
- Teu olhar, da banda Fly – Sorrio ao lembrar a Ana cantando essa musica. Ela sempre dizia que essa musica era dela e do Gustavo, tanto que ele havia cantado para ela, no primeiro encontro oficial que eles tiveram a coisa mais fofa do mundo. Ele havia dito a ela que...
- Essa musica narra minha jornada para chegar até a Ana – Completa ele, meus pensamentos. Ele sorri, mas logo seu sorriso se desfaz.
- Ah, ah, ah, ah, ah, ah – Começa o Lucas quando eu começo a tocar – Ah, ah, ah, ah, ah, ah.
- Quando eu te encontrei, eu logo pensei em várias maneiras de te conquistar. Eu te avistei, e logo pensei aqui é o seu lugar – Canta o Gustavo olhando para ela – Então me olha que a noite, o dia, tudo contigo fica tão lindo. Então me olha, mas é tanta beleza acabo ficando meio perdido.
- Eu descobrir em teu olhar, ah, ah, ah, ah, ah, ah, que tudo vive em seu olhar, ah, ah, ah, ah, ah, ah – Canto tentando evitar as lágrimas - Quando eu te encontrei, eu logo pensei em várias maneiras de te conquistar. Eu te avistei, e logo pensei aqui é o seu lugar.
- Então me olha que a noite, o dia, tudo contigo fica tão lindo. Então me olha, mas é tanta beleza acabo ficando meio perdido – Continua o Lucas olhando para a parede, sem expressão no olhar – Vocês ainda acreditam?
Paro de tocar e olho para ele
- Acreditamos em quê? – Pergunta o Gustavo confuso
- Você sabem, vocês ainda tem esperanças que ela, hum, acorde? – Ele olha para mim, com os olhos cheios de lágrimas – Já faz, dois meses.
Ele me olha por longos dois minutos e então sorri, mas não um sorriso sincero, verdadeiro, é apenas um sorriso, um sorriso de “eu não acredito nisso”. Um sorriso que eu não consigo dá
- Vou à lanchonete – Diz por fim – Alguém quer ir?
- Eu vou – Me viro para o Gustavo – Não saia de perto dela, por favor.
- Pode deixar – Ele sorri. O Lucas estende a mão para mim e saímos do quarto de mãos dadas
**Jennifer**
**Gustavo**
Espero eles saírem e me aproximo da cama da Ana
- Meu amor – Passo minha mão em seu rosto, que continua rosado, continua quente, continua sendo o rosto da minha Ana – Volta para mim, eu preciso de você, sua mãe precisa de você, a gente precisa de você.
Deixo uma lágrima descer pelo meu rosto, seguida de varias outras.
- Ana, acorda – Entrelaço minha mão na sua e deixo as lágrimas rolarem – Eu sinto sua falta, falta da sua voz, dos seus olhos, do seu beijo, da sua risada, do seu sorriso, das nossas brigas, de tudo! Por favor, volta para mim, por favor.
Olho para ela entre as lágrimas e simplesmente continuo a chorar
- Eu nem sei se você está me ouvindo e se você estiver nem sei se vai se lembrar, mas Ana eu sei que não “sirvo” para você, eu sei que fiz tudo errado, desde nosso primeiro beijo, até nosso termino, eu sei disso, mas Ana eu estou tentando, de verdade ser o melhor para você, eu não quero te perder, minha vida praticamente não tem sentindo sem você, e eu jamais te trai, eu jamais pensei em ter outra tendo você, e quando tivemos a nossa primeira vez, foi como se fosse a minha primeira vez, porque eu senti um amor tão grande, uma necessidade de você tão grande, quando você acordar, a única coisa que eu peço é que você me de uma chance para me explicar apenas isso.
Aperto forte sua mão
- Não deixe que tudo se acabe assim
**Gustavo**
**Jennifer**
Olho para o Lucas que está de cabeça baixa olhando para o seu copo de suco
- Lucas?
- Oi? – Responde ele ainda de cabeça baixa
- Olha para mim – Ele suspira e levanta a cabeça. Seus olhos estão vermelhos e cheios de lágrimas – O que houve meu amor?
- Eu não sei, eu estou perdendo as esperanças Jennifer.
- Lucas, por favor – Pego uma cadeira e sento ao seu lado – Você não pode perder as esperança.
- Está tão difícil, é tão difícil vê-la daquela forma e não poder fazer nada.
- Eu sei que você quer protege-la, mas não vai ser sempre que você vai consegui.
- Se a Ana partir, uma metade de mim vai junto.
- Se a Ana partir, uma metade de cada um de nós vai junto, e isso não vai acontecer.
- Eu a quero de volta
- Vamos tê-la de volta, acredite em mim
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OS OPOSTOS - 1° Livro {Concluído}
RomanceAna Clara Lancaster é uma jovem normal, como todas as outras, tem grandes sonhos e planos. Ela tem o pensamento no futuro, onde ela espera entrar para uma boa faculdade, finalmente encontrar seu "príncipe encantado", constituir uma família e ser fel...