Questões em Branco

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Bolin

O sujeito sentado em nossa frente, encarava-nos sem esboçar qualquer emoção. Su o observava sem emitir qualquer som, como se examinasse cuidadosamente cada traço do rosto dele.

Na noite anterior, enquanto fazia minha ultima ronda na cidade, torcia para não acabar nada fora do comum e poder finalmente chegar em casa e deitar minha cabeça no travesseiro, mas as coisas não aconteceram do jeito que eu desejara.

Ao passar por um dos depósitos de Zaofu, ouvi um barulho estranho e, sem pensar duas vezes, fui checar. Foi quando encontrei o tal homem roubando platina. Não quis acordar Su, então pedi para alguns guardas trazerem o ladrão para prisão e só agora contatei-a.

– Qual seu nome? – Su finalmente pergunta em um tom amigável. – Eu me chamo...

– Suyin Beifong. Sei quem é você. – responde o indivíduo.

– Por que você estava roubando?

– Eu precisava daquela platina.

– Pra que? Reformar uma casa? – Su suspira – Se for isso, podemos chegar a um acordo.

– Por que não me chamaram? – esbraveja Lin ao invadir a sala.

– Vocês não tem coisas mais importantes para se preocupar? – pergunta o sujeito ignorando a entrada brusca de Lin.

– Podemos ficar aqui o dia inteiro ou podemos acabar logo com isso. Você decide. – digo e o sujeito ri sussurrando alguma coisa em seguida. Su e Lin trocam olhares e o sujeito abre um sorriso provocador.

– O que disse? – pergunta Su que mais uma vez, é ignorada por ele.

– Fale logo, rapaz. Estamos perdendo a paciência. – exige Lin também sem sucesso.

– Sinceramente, eu só acho que vocês tem coisas mais importantes para se preocupar. – ele solta em um tom ameaçador.

Antes que pudéssemos expressar qualquer reação, um dos guardas que estavam do lado de fora da sala de interrogatórios entra e silêncio e sussurra em meu ouvido que Opal queria me ver imediatamente. Percebo que Su também ouviu suas palavras quando olho para ela e a vejo acenar positivamente, como se estivesse liberando minha saída.

– Bolin, você não vai acreditar! – vejo uma Opal pálida correndo em minha direção.

– Ei, acalma-se. O que houve? – pergunto preocupado.

– Eu fui até a cozinha... e... – ela suspira eufórica – É...

– Opal, vá direto ao ponto, okay?

– Parece que houve um atentado em Ba Sing Se e Korra, Asami e Mako estavam no local. – ela me abraça.

Ele estava certo. Tínhamos mesmo uma outra coisa para nos preocuparmos. Uma onda de desespero toma conta de mim. Mako está bem? Saio deixando Opal para trás voltando enfurecidamente para sala de interrogatórios

– Quem está por trás do atentado em Ba Sing Se? – pergunto ao homem ignorando as senhoras presentes no local.

– Do que está falando, garoto? – ouço alguém perguntar, mas não consigo definir de qual das duas é a voz.

– Quem está por trás do atentado? – grito segurando o rapaz pelo colarinho – FALE!

– BOLIN! – grita Su me afastando do homem que ri friamente.

– Eu avisei... – ele sussurra alto o suficiente para que os outros presentes na sala ouçam.

– O que está aconteceu, Bolin? Do que está falando? – indaga Su me encarando.

– Opal acaba de me falar sobre um atentado em Ba Sing Se ontem a noite. Mako, Korra e Asami estavam no local.

– Espero que eles estejam mortos agora. – diz o sujeito e sem hesitar, vou até ele acertando meu punho em sua face. Não sou de perder a cabeça fácil desse jeito, mas esse cara definitivamente mereceu esse soco.

– BOLIN, ACALMA-SE! – grita Su puxando-me novamente quando Lin o coloca de pé e o empurra contra a parede.

– Melhor você explicar essa história direitinho, rapaz. – ela diz.

– Hail, a grande unificadora. – diz o ladrão.

– Tirem-no daqui! – ordena Su aos guardas que rapidamente o levam da sala. – Lin, tente entrar em contato com conselho de Ba Sing Se para obter noticias deles. Vou descobrir se Kuvira continua na prisão.

– Vou com Lin. – digo.

– Tudo bem, mas mantenha a calma, okay? – aceno positivamente. Espero que todos estejam bem.

Asami

– Sim... Estamos todos bem. Eu machuquei a perna, mas Korra já cuidou disso. Sim, irmão, tenho certeza... – diz Mako ao telefone – É Bolin! – ele sussurrou afastando o objeto de si, aproximando-o no segundo seguinte já retomando o diálogo. – Não sabemos. Estamos aguardando a polícia ou Korra.

– Realmente acha que o atentado veio de algum seguidor de Kuvira? – pergunta Wu se aproximando.

– Não sei... O que você acha? – pergunto.

– Com quem ele está falando? – ele rebate encarando Mako.

– Com Bolin. Ele deve ter ouvido sobre o ocorrido agora pela manhã. – Mako responde soltando o telefone.

– Como? – pergunto surpresa.

– Não sei bem. Ele mencionou um ladrão de platina que comentou sobre o atentado. Entretanto foi Opal que o alertou sobre isso, parece que ela viu um dos empregados da casa comentando sobre o assunto no telefone com um parente .Ele estava muito nervoso e não conseguiu explicar, mas me garantiu que Lin ligará para o conselho e explicará tudo. Por falar nisso... – Mako volta o olhar para algo além da janela. Olho e vejo um carro do conselho estacionando. Devem ter mandado alguém buscar Mako.

– Asami, ligue para Tenzin e o informe sobre o ocorrido, okay? – ele pede pouco antes de deixar o local.

– Onde está Korra? – pergunta Wu.

– Foi atrás de notícias...

– Mas a polícia pediu que não saíssemos daqui sozinhos.

– Acha mesmo que isso iria impedir Korra?

– Achei que você pudesse. – ele diz descontraído.

– Ninguém pode parar a Avatar. – digo como se ele já não soubesse.

– Quer que eu ligue para Tenzin? – Wu pergunta.

– Por favor! – levanto e caminho até as escadas – Quando Korra voltar, pode avisá-la que estou no quarto? – peço.

– Uhmmmmm, vocês duas, hein?... Devem estar querendo um alívio... Um momento a sós no meio de todo esse caos... – Não acredito que no meio dessa situação Wu vem com uma dessas

– Não é nada disso, seu pervertido. – ele ri – Só estou cansada. – E por mais que eu adoraria fazer algo a mais com Korra mais tarde, eu realmente estava cansada.

– Cansada... Sei...

– Diga à Tenzin que mandei lembranças. – digo ignorando a brincadeira. Espero que Korra chegue logo. Não gosto da ideia dela andando sozinha por aí quando todos fomos vítima de um atentado. Eu sei que ela é provavelmente a pessoa mais poderosa do mundo mais ainda assim... Espero que ela volte logo e bem.

The Legend Of Korra - Livro 5 : O LegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora