Perdida

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Korra

Levanto apressadamente sem saber o que fazer. Estar entre a vida e a morte significa que estou correndo um grande perigo.... Talvez o correto seja não interferir e apenas aceitar, mas não posso e nem quero isso. Não agora.... Não posso simplesmente deixar todos.

– Iroh, o que eu faço? – caminho freneticamente de um lado para o outro, como se isso fosse ajudar em algo.

– Hm... – ele coça a barba – Tente acordar!

– Nossa, que ideia brilhante. – começo o sarcasmo – Como não pensei nisso antes? – Iroh sorri e se senta no gramado fazendo um sinal para que eu me sente ao seu lado. Obedeço.

– Se concentre, Korra... – fecho os olhos e tento focar na ideia. – Acorde! – ele ordena.

– Precisamos conter o sangramento. Levem-na para a sala de cirurgia, agora! – ouço uma voz seguida pelo som de uma maca sendo arrastada.

Em minha mente, as imagens de todos aparecem. Meus pais.... Meus amigos... Asami.... Preciso acordar, por eles.

Asami

Após conterem o sangramento de Korra, os médicos decidiram que ela ficaria mais confortável em um quarto, com a presença daqueles que se importam com ela. Pelo menos foi o que disseram ao tentar esconder a falta de esperanças depositadas no caso.

Não posso culpa-los. Reiko morreu há pouco tempo da mesma maneira. É natural que eles omitam a verdade afim de não demonstrar sua inutilidade.

O problema é que no momento, não sou muito diferente deles. Não ajudei Korra quando deveria – impedindo-a de começar aquele discurso – e agora, tudo que posso fazer é ficar aqui sentada, olhando a garota que amo ferida e desacordada sem expectativas de poder ver novamente seu sorriso. A diferença é que eles estão reunidos na sala ao lado discutindo teorias sobre o ocorrido eu estou aqui lamentando.

Não pude entrar na sala em questão, já que a presença de Tenzin – que nem mesmo era médico – já era suficiente, segundo eles.

– Ela vai ficar bem, Asami. Não se preocupe. – Lin entra no quarto.

– Como vai Tonraq? – Lin acompanhou ele, que precisou ser sedado , já que o mesmo estava muito agitado e  se sentido mal momentos depois de chegar ao hospital. Não o culpo... Korra é sua única filha e por isso ele deve estar sofrendo mais do que os outros.

– Ele vai ficar bem, também. – ela afirma.

– Precisamos descobrir o que a atingiu. – Su , que tambem estava no quarto, responde. Ela tem razão, mas não consigo pensar em nada.

''Senhorita Sato, o que matou Reiko foi uma bala de metal. '' – as palavras ditas por Amon na outra noite surgem em minha mente.

– UMA BALA DE METAL! – digo alto chamando a atenção das irmãs Beifong. – Korra foi atingida por uma bala de metal.

– Tem certeza? Como sabe? – Lin pergunta curiosa.

– Amon nos.... – paro. Korra não queria que eu contasse, mas não devo esconder mais. Espero que ela entenda. Lin e Su me encaram em busca de respostas – Amon nos contou na outra noite.

– Vocês viram ele? – balanço a cabeça positivamente, evitando dizer algo mais. – Okay, se é de metal, podemos remover. – Su e Lin se entreolham.

– Faça isso, por favor! – caminho em direção à porta para fechá-la.

– Aqui! – afirma Su tocando o tórax de Korra – Por pouco não atingiu o coração. Ela teve sorte. – ela comenta com a irmã e eu só consigo pensar em que sorte azarada que a garota teve...

– Há alguma chance de afetar o órgão durante a remoção? – uma aflição toma conta de mim, mas logo ameniza quando Su balança a cabeça negativamente. – Então, faça! – dou a ordem.

Korra

– Ai, meu deus, Korra! – ouço a voz de Asami e finalmente consigo vê-la. – Ela acordou! – ela se aproxima.

– Os olhos dela... – Lin comenta – ela está em modo Avatar? – modo Avatar? Por que eu estaria em modo Avatar? O objeto que me atingiu não parecia ter nenhum veneno que forçasse Raava a aparecer....

– Ainda quer que eu remova a tal bala, Asami? – à bala... Su está prestes a removê-la.

– Sim. – Asami vira minha face em direção à dela e momentos depois começo a sentir uma dor terrível e intensa. Algo semelhante ao efeito causado pelo veneno que um dia já tive em meu corpo.

Fecho os olhos e grito. Não penso em nada diferente para fazer naquele instante.

Segundos depois a dor termina. Abro novamente os olhos e não vejo mais Asami. Iroh me olha atentamente sem esboçar qualquer reação. Droga! Voltei ao mundo espiritual.

– Iroh, eu estava em modo Avatar, como isso é possível? – se há alguém que possa me dar respostas neste momento, é ele.

– Talvez esta seja a maneira que Raava encontrou para permanecer ligada a você. – ele diz sem passar muita confiança. – O que importa é que você ainda está conectada ao seu corpo, logo, não está morta.

– O que eu faço?

– Creio que você precisará percorrer um caminho até a árvore do tempo. Não para se conectar ao seu espirito interior, e sim para se conectar com Raava e descobrir uma maneira de voltar definitivamente ao seu corpo.

– O que poderei encontrar pelo caminho? – levanto pronta para seguir meu destino. Preciso voltar e salvar o mundo do novo caos que está se instalando nele.

– Eu não sei, Korra, mas se você quiser voltar, esta é a melhor escolha. – ele vira e caminha na direção oposta à minha. Penso em chama-lo. Em pedir que venha comigo, mas sinto que não posso. Esse é meu caminho. Meu destino.

Asami

Após momentos de dor e tensão, Su finalmente conseguiu remover a bala de metal que atingiu Korra. Lin levou o objeto para investigação e Su saiu do quarto para encontrar Tenzin e contar o que ocorreu enquanto ele esteve reunido com os médicos. E também, para saber se chegaram há alguma conclusão. Estávamos apenas, Korra e eu.

Mais uma vez, ela estava desacordada, mas agora, seus sinais vitais estavam estáveis. O médico responsável disse que ela se encontra em um estado de repouso, um coma, como eles preferem chamar.

– Como ela está? – Tonraq entra no quarto com uma expressão extremamente abatida.

– Viva. – ele me abraça.

– Eu deveria estar aqui quando Su removeu a bala... – ele começa. Su deve tê-lo encontrado no corredor e explicado tudo a ele. – Eu.... Sinto muito.

– Não se preocupe. Entendo sua posição. Ela é sua filha, é natural que tenha passado mal e precisasse de repouso. – tento tranquiliza-lo. Meu desespero interno já é necessário para manter meu autocontrole por um fio. Não preciso do desespero das outras pessoas também, por mais que os entenda. Ele se afasta. – Acha que algum tipo de truque de cura com dobra de água pode ajuda-la? – pergunto.

– Tenzin está do lado de fora. Falei para ele sobre o modo Avatar, como Su me contou. Ele teme que seja um problema espiritual e neste caso, não há truque de dobra que cure.

''Malditos sejam Logan e Vicky Law!" – penso. Desde pequena, sempre fui a favor do perdão e contra o acumulo de rancor contra alguém. Só que desta vez, nada me fará sossegar e simplesmente perdoar os irmãos Law. Eles merecem pagar por isso. Merecem sofrer por tentar tirar Korra de mim. Irei atrás deles. Pesquisarei e descobrirei tudo que estão tramando, e então, os destruirei ou não me chamo Asami Sato.

The Legend Of Korra - Livro 5 : O LegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora