Corações Partidos

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Asami

Acordo com meu punho esquerdo amarrado à pequena cabeceira da cama. Sento-me nela extremamente irritada. Qual será a próxima etapa do joguinho dele?

Olho ao redor em busca de respostas e vejo uma cadeira no canto oposto da cela. Há alguém amarrada a ela.

Esfrego os olhos e quando minha visão se torna nítida, posso ver que o que eu mais temia ocorreu. Ele pegou Korra. E prendeu cada uma de nós em um canto da sala para que ambas não possam sequer nos tocar.

– Korra! – chamo por ela, mas não obtenho resposta – Amon, seu desgraçado. Juro que vou acabar com você quando eu sair daqui. – digo alto o suficiente para que ele ouça se estiver na sala ao fim do corredor. Não ouço nada, mas sou capaz de imaginar o filho da puta rindo da minha cara. – Korra! – volto a chama-la e ela levanta vagarosamente a cabeça.

– Asami... – Korra olha para os lados confusa, procurando muito provavelmente, por mim. - O que.... – ela se sacode freneticamente na cadeira ao perceber que está presa e então me encara. – Acho que...

– Nem tente. – digo imaginando que ela logo tentará usar sua dobra para fugir – ele provavelmente bloqueou seu chi.

De repente um pensamento me ocorre. Se Korra está aqui, isso quer dizer que ela veio atrás de mim invés de matar os Law e então, um sentimento inexplicável de alivio toma conta de mim por alguns segundos. Depois penso que trazê-la aqui pode ter sido o plano de Amon desde o início e o desespero retorna.

– Por que veio até aqui? – pergunto um tanto ríspida.

– Eu vim salvar você. Que bom que está viva... – ela sorri.

– É claro que estou viva. Como pode pensar que ele iria me matar? Korra, ele sempre precisou de mim viva para chantagear você. Uma pena que tenha caído no joguinho dele.

– Do que está falando? – seu sorriso desaparece dando lugar à uma expressão de confusão.

– Trazer você até aqui. Todos te conhecem o suficiente para saber que você não é nenhuma assassina, e, portanto, buscaria outras formas de me salvar. Esse sempre foi o intuito da chantagem, Korra.

– Claro! Como não pensei nisso antes? – ela balança a cabeça, como se estivesse se culpando por cair na armação de Amon. Se suas mãos estivessem soltas, ela talvez desse uns tapas em si mesma como punição, mas sacudir a cabeça era tudo que podia fazer no momento.

– Ah sim! Tenho uma coisa para te contar, Korra, pensar é bom. Você deveria praticar isso. – digo em tom sarcástico e ela me lança um olhar enraivecido.

Ouço uma risada e nem preciso olhar para o lado para saber que Amon está ali, nos observando.

– Oh, não! O casal mais lindo e perfeito da atualidade está tendo uma DR. – ele lança um sarcasmo e se mostra satisfeito. DROGA! Parece que eu também caí em seus joguinhos.

– Amon, o que fez com Mako? – Korra indaga autoritária.

– Ele está bem. Apodrecendo no meio do mato.... – ele ri. – Você não ouviu os tiros, Avatar? Eu o matei, e você não pode fazer nada para impedir... – não, Mako na certa está vivo, ele só está dizendo isso para fazer Korra se sentir impotente. Ele tem que estar mentindo...

– Korra, ele está mentindo! – tento amenizar a situação.

– Não estou e a Avatar pode confirmar. – Korra abaixa a cabeça – Agora se me derem licença, preciso assassinar dois empresários. – ele caminha em direção a porta no final do pequeno corredor – Não fiquem triste. Quando eu voltar, darei atenção especial às senhoritas. – ele atravessa a passagem e a porta se fecha.

The Legend Of Korra - Livro 5 : O LegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora