A ultima batalha

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Asami

— Cadê sua namoradinha? – Amon se aproxima lentamente, e na medida que recuo, percebo o quão idiota minha ideia é

Meu deus, ele está ali diante de mim. O homem que trouxe tanta desgraça para Korra, para meu pai, para mim e para o mundo.

Paro de recuar e ele se aproxima sorrindo debochadamente. Ele para há poucos centímetros de mim e em um ato de desespero, golpeio sua garganta e corro o mais rápido que posso com o intuito de me distanciar o máximo possível dele.

— Onde você pensa que vai? - paro contra a minha vontade e apesar de todo o esforço que aplico não consigo mexer um músculo sequer. – A festa está só começando... – ouço seus passos lentos se aproximando novamente de mim. A sensação de inutilidade ao ser controlada por ele é horrível, mas para minha sorte dura apenas mais alguns segundos. Ele me lança ao chão quando me alcança e coloca um dos pés em minha garganta – vamos montar umas surpresinha para Korra. – Amon acerta meu rosto e minha visão escurece.

***

Abro os olhos e me vejo amarrada à uma cadeira. Olho em volta e identifico o local como o centro da plataforma de luta da arena. Torço para que todas as pessoas que ocupavam o ginásio já estejam longe...

— Que bom que acordou, senhorita Sato. Sua namorada já deve estar chegando. Sabe, foi genial sua ideia de ser a isca. – não posso conter minha cara de surpresa. O desgraçado estava nos vigiando o tempo inteiro. A mim e provavelmente também a Korra – O que foi? Realmente achou que eu não sabia de nada? Quem você acha que causou toda essa distração na cidade? – ele ri ao confirmar minhas suspeitas. – Acho que superestimei sua inteligência, senhorita S....

— ASAMI! – a voz de Korra interrompe Amon e um desespero toma conta de mim.

— A convidada especial chegou – ele debocha – Agora você precisa me ajudar a decidir se devo matar você na frente dela ou o contrário... – Amon tira uma faca do bolso e Korra se desespera.

— Noatak, eu não quero te machucar. Solte minha namorada agora ou juro que acabo com você. E dessa vez não terá volta. – a garota grita do outro lado do ginásio.

— Você acabou com a minha vida, Avatar. O mínimo que posso fazer é acabar com a sua também. – ele caminha para trás de mim e coloca a faca no meu pescoço. Parece que ele decidiu o que fazer. Me matar devastaria Korra e assim ele venceria a luta facilmente.

Korra corre alguns passos em minha direção, mas logo para. Mesmo de longe posso ver o desespero em seus olhos. O filho da puta está dobrando seu sangue.

Amon força a faca contra minha pele e sinto um liquido quente escorrendo por meu pescoço. Ouço-o sorrindo e fecho os olhos. Acabou...

— Não! – ouço o grito de Korra e quando abro os olhos a vejo em estado Avatar voando para cima de Amon. A cadeira à qual estou presa cai sob a plataforma e ambos atravessam a enorme janela de vidro do camarote.

Começo a me mexer desesperadamente tentando desatar as amarras enquanto as aguas da arena começam a formar uma enorme parede ao redor da plataforma. Fora dela, Amon e Korra reaparecem lutando selvagemente.

Korra dobra os elementos e acerta repetidamente Amon que em um ato covarde atinge a pilastra que segura a plataforma de luta. Sinto o impacto indicando que a plataforma irá afundar a qualquer momento comigo em cima. Korra ouve o barulho e olha diretamente para mim, já em seu estado normal e o desgraçado aproveita sua distração para atingi-la com um martelo d'água lançando-a fortemente contra a própria.

Finalmente consigo soltar as amarras e me afasto da cadeira.

Amon envolve Korra em um chicote d'água e a bate repetidas vezes contra as arquibancadas.

Corro os olhos pelo local em busca de uma maneira de ajuda-la e avisto os discos usados pelos dobradores de Terra nas lutas. Corro até uma pilha e ergo um deles que se mostra bem mais leves do que eu imaginava, talvez pela adrenalina do momento. Miro com cuidado e lanço o disco como um frisbe contra os pés do desgraçado que cai do seu tornado de água alguns centímetros à minha frente.

— SUA CRETINA! – ele corre em minha direção apertando meu pescoço com a dobra de sangue.

A arena estala e começa a balançar bruscamente e Amon me solta e se prepara para sair dali com sua dobra de água. Penso em correr, mas meus pés se prendem ao chão e no momento em que a arena começa a desmoronar, Korra surge usando a dobra de fogo como um jato e me pega nos braços. Em um só impulso ela nos tira do local pela porta de entrada da arquibancadas. Ela nos lança ao chão usando seu próprio corpo como escudo para que eu não me machuque com o impacto.

— Eu te odeio tanto... – ela fala com os olhos fechados.

— Eu te odeio mais... – sorrio saindo de cima dela e me oferecendo de apoio para que ela se levante.

— Você está bem? – ela balança a cabeça positivamente.

Caminhamos alguns metros e quando enfim olhamos para trás vemos que a arena está destruída.

— Ele morreu? – pergunto duvidando.

— Ele já sobreviveu a tanta coisa. – ela me segura pelo braço e se apressa – Venha, vamos te tirar daqui. – concordo e a acompanho por mais alguns passos até que ela para bruscamente.

— O que foi, amor? – questiono.

— Corra... – ela aperta os dentes e eu a encaro. O desespero volta ao seu olhar e instantaneamente sei que é Amon.

Me viro e o vejo se aproximando. Tento correr em sua direção para lhe acertar alguns golpes, mas ele dobra meu sangue também pela terceira vez.

— Realmente pensaram que seria simples assim? Vamos tornar as coisas mais justas, Avatar. – ele alcança Korra e bloqueia seu Chi – Agora sim...

Ele me solta e percebo que as informações de Vicky são verídicas. Ele não está forte o bastante para usar sua dobra em toda sua plenitude. Forço um sorriso e corro em sua direção golpeando-o com toda força que tenho, mas em um golpe mais rápido ele me afasta de Korra que se levanta atrás dele. Outra vez ele usa a dobra de sangue. Dessa vez para arremessar a garota para longe e em seguida ele vem em minha direção.


Korra

Sinto uma dor intensa e abro os olhos. Estou em um gramado. Estou no mundo espiritual. Como vim parar aqui? Droga, preciso ajudar Asami.

— Korra... – ouço uma voz familiar e de repente Aang surge em minha frente.

— Aang, por favor, me ajude! Preciso voltar para lá. Ele vai matar Asami. Preciso detê-lo, só que...

— Só que...? – Aang me olha com seu olhar sereno – Prossiga.

— Eu tenho que mata-lo. – digo sem certeza. Não é o que quero – Não quero ser uma assassina, mas não sei o que fazer.

— Passei por isso quando estava me preparando para lutar com o senhor do fogo. Eu não sabia o que fazer, mas você mocinha, você sabe o que fazer. – ele sorri.

— Eu não sei como fazer. – digo.

— Korra, para dobrar energia de outro, o seu espirito precisa ser indobrável, ou você será corrompida e destruída. Não se preocupe, eu sou você e por isso digo com tanta convicção que no momento certo você saberá o que fazer... – minha visão escurece e o ouço rindo.

Um corredor estranho surge diante de mim e então percebo que estou novamente no mundo real. Corro em busca de Asami e Amon, mas não os encontro. Ouço um barulho de água vindo do lado de fora. Eles ainda devem estar lutando. É hora de acabar com isso de uma vez por todas.

The Legend Of Korra - Livro 5 : O LegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora