Cap. 1 - ※ A cena do crime ※

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Era cedo no 11° departamento de polícia de San Diego. Todos já estavam a postos para iniciar seu dia de trabalho quando a detetive Mariana Davys chegou.

― Bom dia, detetive Santos.

Santos, era Louis Santos o parceiro de caso de Davys, juntos solucionaram em sete anos dezenove casos de assassinatos, e prenderam dezessete assassinos.

― Bom dia, detetive Davys. Preparada para mais um caso? - Santos era um moreno de, mais de um e setenta de altura, olhos verdes e lábios carnudos, era descendente de latino americano, e sempre tinha um sorriso no canto da boca que fazia algumas mulheres se derreterem por ele.

― O que temos para hoje? - Davys era linda também, tinha cabelo castanho claro, olhos castanhos cor de mel e sua pele era tão branca quanto a neve, uns vinte centímetros mais baixa que seu parceiro.

― O caso é de uma jovem que foi encontrada morta hoje por volta das nove horas, no colégio High School San Diego.

― Uau, um caso de assassinato no colégio será? Se for, temos muitos suspeitos para interrogar. Já mandou cercar a área? - falou com um leve tom de empolgação.

― Claro Davys, ninguém entra e ninguém sai, estão esperando por nós para liberar o corpo para autópsia. Vamos?

― Vamos. Vou pegar a chave do me..- antes de completar a frase, Santos disse que não era preciso, pois eles iriam em seu carro. O motivo? O carro da detetive era um Smart de cor rosa, que sinceramente mal cabia Mariana Davys que era baixa e estrutura pequena.

― Seu carro mal cabe meu pé! - Santos completou, caçoando da companheira.

― Tudo bem então, Santos. - Davys deu uma risada, e saiu da sala tomando a dianteira.

No caminho eles conversaram um pouco.

― Lembra do nosso primeiro caso? ― perguntou Louis.

― Da família ? Como não lembrar, ainda ouço o choro daquela menina desesperada. - falhou a voz de Mariana, foi muito angustiante a situação na época.

― Depois de sete anos eu repassei por todos os casos que já trabalhamos, me recordei de algo que na época por inexperiência não notei neste caso.

― E o quê foi que você notou? - perguntou a mulher, que franzia a testa e engolia seco.

― A criança estava gritando "mamãe".

― E o que tem de demais nisso? A mãe estava morta, não entendi onde você quer chegar.

― Você não me entendeu Davys, a mãe dela estava ao lado dela, e ela fazia um sinal para trás, como se aquela não fosse sua mãe, como se estivesse falando de outra pessoa.

― Agora estou me lembrando, e faz sentido. Talvez esteja certo, já que ela não tinha documento e não fizeram testes de DNA para ter certeza. ― Davys conclui pensativa, olhando através das janelas aberta do carro.

― Talvez devemos checar o arquivo e ver se não deixamos nada para trás, mas depois de encerrarmos esse caso, o que acha? - Santos sugeriu à sua parceira.

― Concordo plenamente! A propósito esse é o colégio High School San Diego, não é? - aponta para a grande escola.

― Sim, vou estacionar.

Ambos saíram do carro rapidamente, e foram diretamente para o local indicado pelo policial que cuidava da entrada no colégio. Haviam muitas pessoas nos corredores, outras dentro das salas de aula. Ainda era cedo e talvez por isso muitos nem sabiam o que estava acontecendo.

A dupla de detetives viram que alguns alunos perto da cena do crime estavam tendo crises de ansiedade, desesperados gritavam que não queriam morrer, outros aproveitavam da situação, esses já sabiam com certeza.

Mais perto da cena do crime havia um homem que gritava com o oficial Maccurtney. Ele dizia em alto e bom som que já havia passado meia hora de seu expediente e que sua mulher iria se preocupar caso demorasse mais.

― Uou, uou. O que está acontecendo aqui? - perguntou Santos ao oficial, mas olhando sério para o homem alterado.

― Olá, oficial Maccurtney. O que está acontecendo? - perguntou com seriedade Davys.

― Este homem é o professor de música daqui. Ele estava dando aula para a jovem quando tudo aconteceu. Já disse que...

― EU PRECISO IR EMBORA, PELO AMOR DE DEUS! - ele foi interrompido por mais um grito histérico do homem.

― Desculpe, achei estar falando com o oficial Maccurtney. - a detetive agora elevando um pouco sua voz. O homem se calou.

― Isso não parece atitude de um profissional graduado em música. - Santos ainda olha sério para homem, agora com desconfiança.

― Senhor, já lhe expliquei que o senhor só irá sair daqui, quando tivermos todas as pistas prontas, já lhe pedi para que vá até sua sala, ligue para sua esposa e diga a ela que hoje você sai daqui quando liberarmos. - repetiu o oficial Maccurtney com calma e serenidade, a fim de acalmar o professor.

Davys deixou os três conversando, enquanto isso foi até a cena do crime e perguntou a um policial que fazia parte da perícia.

― Quem é a nossa vítima?

― Mulher, adolescente, aproximadamente dezessete anos. Pela ficha escolar é Ellen Green.

― Green? Reconheço esse sobrenome de algum lugar... - cochichou para si mesma.

― Perdão? - perguntou o policial.

― Ah, nada, só estava pensando alto - respondeu a mulher se aproximando do corpo à procura por algo que possa ajudá-la a descobrir a causa da morte.

― Já fotografou tudo?

― Sim, detetive Davys. Só estamos a espera do seu OK para levar o corpo para a autópsia.

O corpo de Ellen estava pálido, um pouco de sangue manchava sua blusa azul, mas não havia sinais de perfuração. Seus olhos estavam bem abertos, o que deixava a cena um tanto perturbadora para quem visse de fora.

― O sangue sai da boca, ouvidos e nariz. - responde o policial da perícia, ao ver Davys analisando o corpo.

― Entendo, isso poderia ser uma pancada forte na cabeça, mas ela tem umas marcas de hematomas aqui. - a detetive aponta para o local com uma caneta, sem encostar no corpo.

― Impossível ser do assassino, demora 24 horas para se criar hematomas pelo corpo após um soco. - o policial comentou em um tom sério.

― Você tem razão, mas seus braços estão todos marcados. Santos venha até aqui, por favor. - fez um sinal com a mão chamando seu parceiro.

― O que houve, Davys? - perguntou ao se aproximar.

― Olha o corpo dessa menina, a falta de sangue faz os hematomas serem destacados! Como ninguém nunca percebeu isso? Seu rosto, seus braços... ela está horrível!

― Acha que um provável espancamento pode ter lhe causado algum ferimento interno e lhe trazido a óbito hoje? - os olhos de Santos avaliava o corpo da vítima.

― Basta a autópsia confirmar. Vamos conversar com alguns de seus colegas e comprovar nossa versão.

― Certo. Precisamos da ajuda do diretor, ele provavelmente será a melhor pessoa para nos ajudar.

Davys assentiu. Os dois então foram atrás do diretor do colégio, para entender um pouco mais sobre aquele caso tão inusitado.

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora