Cap. 9 - ※O Adeus de Lia a Melânia.※

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Na delegacia de polícia de San Diego.

- 911. Qual sua emergência?

- Minha filha sumiu desde cedo. E eu não faço a menor ideia de onde ela está!

- Se acalme senhora, o tempo de desaparecimento é de vinte e quatro horas. Por favor descreva sua situação.

- Ela não pode sair de casa, sofre de uma doença degenerativa e a qualquer momento precisamos levar ela para o hospital, por favor! Minha filha de doze anos estava sozinha com ela quando uma moça veio aqui e pediu para passear com minha filha, e ela aceitou ir, eu estava no mercado... por favor, eu não ligaria se não fosse uma emergência.

- Mantenha calma, qual seu endereço senhora?

[...]

O dia estava agitado no departamento de polícia. Davys e Santos estavam firmes averiguando toda a situação, eles tinham quase certeza de que o assassino de Ellen Green era alguém que tinha contado com flores, e com certeza sabia o mínimo de medicina, então logo os pais de Melânia viraram os principais suspeitos, o motivo? Não sabiam, ainda não, mas não parariam de seguir as pistas.

- Santos, temos que tomar o depoimento dos pais de Melânia, eles com certeza tem algum envolvimento.

- E se forem falsas pistas? Não podemos simplesmente fingir que não existem outros suspeitos Davys, você está muito nervosa. Esse caso está mexendo muito contigo, quer mesmo continuar?

- Jamais irei abandonar um caso.

[...]

Enquanto o departamento estava cheio de denúncias. Melânia estava em casa, praticamente sozinha, com sua irmã mais nova, sua mãe havia saído para o mercado e sua irmã gêmea quase não falava com ela, pois havia perdido o elo de irmandade quando Ellen apareceu na vida de Melânia.

A campainha toca, a irmã de Melânia foi atender, acreditando ser sua mãe que havia esquecido alguma coisa.

- Olá, em que posso lhe ajudar?

- Oi, Aisha. Você não deve se lembrar de mim, mas eu vim aqui faz alguns anos... Eu gostaria de falar com a Mel, posso?

- Eu não sei... - de repente Melânia viu quem estava na porta, ela com toda dificuldade do mundo se aproximou com sua cadeira de rodas.

- Você por aqui? Entre. Pensei que nunca mais te veria na minha vida.

- Tudo bem se a gente der um passeio? Eu não me sinto confortável aqui. Preciso trocar algumas palavras com você, antes que você parta, eu soube que está muito doente.

- É, você tem razão, precisamos conversar mesmo, eu preciso do seu perdão. - respondeu Melânia abaixando sua cabeça.

- Estou aqui disposta a lhe dar meu perdão. - respondeu a jovem Lia olhando para o chão. A garota assentiu.

As duas sairam juntas. Lia empurrava a cadeira de Melânia pelas ruas. Elas caminhavam sem trocar nenhuma palavra, apenas sentindo o vento tocar seus rostos.

- Tudo bem se formos para o outro lado da cidade? Sei que vc me chamou para ir, mas eu gostaria de ir a um lugar antes de morrer. Meus pais não me deixam sair, estou passando meus últimos dias em casa, e caramba... Isso é pura tortura, porém eles não me entendem. - desabafou com a voz fraca.

- Claro, vamos...

Lia estava apreensiva, com os olhos vermelhos e inchados.

- Mel, eu passei a noite de ontem bebendo e fumando drogas. Bebi meu orgulho e fumei coragem de vir aqui hoje, faltei na escola. Gostaria tanto de saber o porquê, de tudo o que aconteceu nos últimos anos. Eu realmente não entendo, a razão pela qual vocês me machucaram.

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora