Cap. 20 - ※A casa de Joanne※

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    Era manhã às 7h59, Davys acabava de chegar no departamento, ela estava tentando esconder sua empolgação por ter sido convidada a ir na casa de Joanne, pois Joanne já estava desaparecida a quase uma semana.

Ela chegou e de cara encontra Santos, estava um pouco envergonhada pela noite no Conorado, mas não queria deixar isso atrapalhar seu trabalho. Ele estava conversando com a Drª. Júlia Mendez, estava concentrado nela com uma expressão não muito boa. Ela continuou andando em direção a ele com um aperto no coração, imaginava que a situação não era das melhores. Santos olhou ela de canto, Davys desviou o olhar que estava concentrado em sua expressão, quando se aproximou e começou um diálogo.

— Bom dia, o que tá acontecendo? Percebi de longe que estavam com uma cara fechada.

— Bom dia, Davys. A Júlia está com problemas! - respondeu Santos.

— Bom dia, Davys. Infelizmente pedi transferência para Chicago... - respondeu Júlia.

— Por que isso agora, Mendez ? - Davys estava espantada.

— Eu fui perseguida... Me ameaçaram, eu tive medo, precisei pedir transferência, e estou agora aqui pedindo para vocês tomarem cuidado. - respondeu Júlia assustada.

— Como assim? Quem te ameaçou? - perguntou a detetive.

— Eu não vi, eu estava caminhando e um carro se aproximou, era uma Ferrari preta, com vidro fumê, não conseguia ver nada, mas ele parou e começou a falar comigo, abaixou um pouco do vidro e disse que é pra mim parar de querer bancar Deus, pra mim parar de tentar ajudar os mortos, e que se eu não parasse, eles iriam fazer comigo o que aconteceu com a Ellen...

— Mas como? Quem poderia? - Davys realmente estava chocada.

— Olha, detetives, eu não faço ideia de quem seja, mas eu temo pela minha vida, eu tenho um filho de cinco anos e ainda pretendo ter mais um, então vou abandonar o caso e me mudar para longe, só peço que vocês tomem cuidado! - Júlia estava realmente com medo.

— Eu entendo você, Júlia, se cuida! Estou indo atrás do Sanchez e da Lancaster. - disse Santos saindo.

— Mendez, faça isso! Sua vida vale mais que todo esse caso. - Davys disse e saiu logo em seguida atrás de Santos.

   Os dois chegaram na sala dos detetives responsáveis pelo caso do desaparecimento da Joanne, eles bateram na porta.

— Podem entrar! - Carina Lancaster abriu a porta, uma mulher de um metro e meio, que impressionava pelos belos cabelos longos e caracolados, ela era esposa de seu parceiro Alexsandro Sanchez, que era um pouco mais alto que ela, ninguém entendia como eles se apaixonaram. Ela quando chegou no departamento e ficou conhecida como Mulher vendaval, o porquê, fazia tempestade em um copo d'água.

— Somos nós detetive, Lancaster! - respondeu Santos.

— Olá, detetives. Entrem, já estamos com o papel em mãos, vamos? - respondeu Sanchez.

— Claro, vamos! - Davys estava com os olhos brilhantes, ela amava essa adrenalina de resolver casos.

   Os quatro então seguiram para fora do departamento, em direção a alguns carros da polícia, e acompanhados pelo sargento Lui e por dois policiais, seguiram em direção a casa de Joanne.

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   Quando chegaram lá bateram na porta, mas infelizmente ninguém os respondeu e como já imaginavam essa reação, arrombaram a porta, e com a ajuda de um porrete quebraram a fechadura.

   Como em um bom caso policial de um possível risco, eles entraram pela casa escura com suas armas a postos prontos para atirar assim que algo suspeito fosse detectado.

  Um policial ligou o padrão e todas as luzes da casa acenderam, assim ficaria bem mais fácil achar pistas.

   Davys subiu as escadas e lá encontrou um quarto aberto, ele tinha paredes rosas, com detalhes de flores, quadros e enfeites infantil, na porta havia um quadro que dizia "Quarto pertencente à Ellen", mas era um quarto pra lá de infantil. Davys desconfiava que poderia ser o quarto de quando Ellen era pequena e ainda não sofrido reformas.

— Santos, venha até aqui! - gritou Davys.

— Estou indo! - respondeu Santos subindo as escadas. - Uau, bem infantil para uma garota de dezessete anos, não acha?

— Acho que sim, quem sabe os gostos dela ainda não haviam crescido, não é!?

   Eles olharam o local, havia algumas roupas fora do cabide, mas nada que pudesse influenciar algo. Observaram por tudo, e Davys viu uma carta escrita a mão em cima de uma escrivaninha, a caneta na qual ela utilizará para escrever ainda estava no mesmo local. Davys pegou a carta e leu em voz alta.

"Tia, sei que tudo que aconteceu de certa forma não foi culpa sua, você não queria me criar, mas infelizmente foi obrigada por mérito do destino, sei que não foi fácil, quem disse que a vida é fácil? Sou a prova viva que não é... Nos últimos dias estávamos tão próximas, estávamos tão bem... Mas aquele homem! Ele destruiu minha vida, ele me fez sentir repulsa do meu próprio corpo, me fez sentir nojo de quem sou, sei que você não tem culpa, mas por favor pense melhor sobre ele, hoje eu irei embora tia, vou embora com minha avó querida, ela que sempre cuidou de mim e por sua culpa foi presa, ela irá me ajudar a ser alguém melhor, obrigada por todos os tormentos que me fez passar, eles me preparam para o pior da vida, eu serei uma grande mulher e quando eu estiver formada eu volto para te visitar... Beijos tia ❤ com amor, Ellen."

— Ela foi estuprada... - Santos fitou Davys.

— Com certeza ela foi! - respondeu Davys.

  Os dois guardaram a carta de Ellen, e foram no quarto que possivelmente era de Joanne. Era um quarto com paredes marrons, chão em um tom frio, em sua cama havia uma mala que estava provavelmente sendo preenchida com algumas peças de roupa para uma possível viagem.

   Santos estava com uma máquina fotográfica, ele tirou foto daquilo. No chão havia um frasco de Whisky quebrado, ao lado uma faca machada de sangue, mas era bem pouco, eles ficaram encabulados com aquela situação.

   A dupla desceu até onde estavam todos da perícia, Lancaster se aproximou de Davys e Santos.

— Detetives! Ela teve visita na noite na qual desapareceu, pois haviam dois copos sujos, uma fornada de biscoitos no forno e havia algumas digitais na pia.

— Vamos tirar as impressões digitais dos copos e também da faca. - disse Davys.

— Qual faca? - perguntou Lancaster.

— Uma que estava no quarto de Joanne. - respondeu Santos.

   Lancaster foi recolher todas as digitais que estavam por lá. Todos eles fizeram algo para tentar descobrir onde Joanne estava, porém nada que pudesse indicar seu paradeiro foi encontrado naquela casa.

   Eles estavam se preparando para voltar, com algumas impressões digitais, algumas possíveis provas de crime e a carta de Ellen.

A avó de Ellen foi correndo saber o que estava acontecendo.

— Detetives o que aconteceu? A bruxa morreu? - a senhora Males começou a rir.

— Senhora Males, a senhora matou a Joanne? - Santos queria assusta-la.

— Não, nunca mancharia minhas mãos com o sangue daquela mulher, ela não merecia ser morta por mim!

— Volte para sua casa, senhora Males, não pode falar com a perícia neste momento. - respondeu Davys com um tom seco.

   Males olhou para ela com um olhar de medo, deu as costas e foi embora, todos os detetives também entram nos carros e voltam para o departamento sem saber qual era o destino de Joanne, e qual era o sonho de Ellen.

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora