Cap. 14 - ※depoimento de Ohana Lindsey.※

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Era manhã, 07h58 Davys se levantou e foi fazer um café, seu telefone tocou, ela verificou para ver quem era. Era um número desconhecido, mas dessa vez não era privado. Sem ter medo dessa vez, ela atendeu a chamada.

- Detetive Davys falando.

- Olá, detetive, sou Ohana Lindsey, sou a psicóloga do colégio High School, só consegui falar com você agora, eu tentei conseguir seu número antes, porque me disseram que vocês queriam falar comigo sobre a aluna Ellen Green. Mas não conseguia, até que fui no departamento de polícia ontem para falar com vocês, mas a secretária me disse que estavam ocupados, então peguei seu número e estou ligando agora. Perdão ligar tão cedo, mas é que eu estou me preparando para ir ao colégio e de lá vou para o departamento.

- Ah sim, certo então Drª. Lindsey, eu só estou tomando meu café, e já estou indo para o departamento, nos vemos lá.

- O.k., detetive, até mais então.

Davys apressou seu café, a bebida quente desceu por sua garganta fazendo seu estômago queimar, para acompanhar ela comeu uma torrada com geleia real. Subiu para seu quarto, no banheiro que ficava no mesmo cômodo, ela entrou para baixo do chuveiro, a água quente causava arrepios em sua pele. Retornando para o quarto, escolheu uma roupa que mais parecia de advogada, se trocou e foi para sua garagem.

Adentrou seu smart e partiu para o departamento de polícia, o caminho foi comum, ela pensou em alguns problemas, pensou em como o caso estava indo e em quem poderia ser o assassino.

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Chegando lá, ela viu a Drª. Lindsey sentada já na sala de espera, sem se apressar ela caminhou em direção a mulher que lhe aguardava de forma paciente. Ela então se aproximou.

- Olá, Drª. Lindsey, como está?

- Olá, detetive, eu estou muito bem, obrigada. Vim aqui para falar com vocês, o diretor me informou que no dia do assassinato da nossa aluna Ellen Green, vocês pediram para falar com os funcionários que tinham contato com ela.

- Sim, quem sabe um de vocês me ajude em algo, vamos entrando no meu escritório.

- Certo.

As duas então foram até a sala de Davys. O detetive já estava lá comendo uns biscoitos enquanto lia sobre as reportagens que envolviam o caso de Ellen Green.

- Davys, quem é nossa entrevistada de hoje. - brincou Santos.

- Me chamo Ohana Lindsey, sou a psicóloga do colégio onde a Ellen Green estudava. E consequentemente era sua psicóloga.

- Ah, entendo. Então vou usar o gravador para gravar seu depoimento, certo? - falou o homem.

- Certo.

- Drª. Lindsey, eu irei lhe fazer algumas perguntas e você somente as responda. Se não souber de algo ou não se sentir confortável para falar, pode pedir para passar, o.k.?!

- O.k., detetive. - concordou Lindsey.

- Ellen fazia sessões com a drª? - perguntou Davys.

- Sim, eu atendia Ellen uma vez por semana.

- Qual era o principal motivo pelo qual Ellen frequentava sua sala?

- Olha detetive, eu geralmente ajudo alunos que acabam de entrar no colégio, mas claro, eu também ajudo adolescentes com problemas em casa e que consequentemente acabam prejudicando seu desempenho escolar. Ellen tinha problemas em ambos lugares.

- Sei que de acordo com as regras é proibido que você me conte os assuntos falados lá, a menos que sejam casos de vida ou morte, como abusos sexuais, violência física ou moral. Então algum desses problema estava relacionado a Ellen?

- Sim, Ellen sofria violência física da parte de sua tia, ela disse que nos últimos dias sua tia e ela estavam de bem, ela até estranhou, mas desde que foi atropelada, sua tia cuidava bem melhor dela e a tratava bem.

- Que acidente? - a detetive arqueou a sobrancelha.

- Detetive, pensei que soubessem que Ellen foi atropelada quando saia do colégio, o pai de um dos alunos acabou atropelando-a, ela quebrou o fêmur, mas se recuperou bem.

- Ah, entendo. Por isso a autópsia deu como resultado uma fratura no fêmur, imaginei que como ela sofresse violência física por parte de sua tia. - falou a detetive em um tom sério.

- Não vou negar que ela apanhava bastante. Mas quando começou suas sessões comigo, ela já estava se livrando disso, já que a última vez que sua tia bateu nela foi quando um vídeo íntimo de Ellen vazou para vários alunos, professores e inclusive para sua tia, foi a partir daí que Ellen começou suas sessões comigo.

- Entendo, mas quem vazou o vídeo de Ellen? Ela falou sobre isso? - perguntou a detetive.

- Ela acreditou que era seu ex namorado, mas não sabia quem era, então ela se afastou das pessoas, porque começou a sofrer assédio sexual por parte dos colegas.

- Ela mencionou sobre o perfil de seu ex namorado? Como os dois eram?

- Sim, ela dizia que ele era extremamente violento e machista, ela tinha medo dele, porque sempre fazia ameaças a ela.

- Quais tipos de ameaça?

- Bem, isso ela não me contou, porque disse que não queria denunciar ele a polícia, ela tinha medo dele. Todavia dizia se sentir muito triste por vê-lo com sua amiga.

- Lia Kim?

- Isso, uma asiática.

- Pensei nela mesmo... Mas e sobre seus amigos? Ela não comentava com nenhum? - perguntou a mulher.

- Ela mencionou uma amiga que estava bastante doente, e na qual ela fazia visitas frequentes. Mas isso já é algo pessoal, e não penso que irá ajudar nas investigações.

- Drª. Lindsey, Ellen estava toda marcada por hematomas, quando seu sangue saiu, ela ficou pálida e seus hematomas ficaram bem visíveis, ela comentou quem fez isso com ela?

- Não, eu não vi seus hematomas.. se tivesse, com certeza eu teria perguntado a ela quem os fez, ela sempre estava muito bem coberta, com casacos e calça.

- Ellen falou de seus pais? - a detetive fitou a mulher.

- Ela disse que os perdeu quando tinha dez anos, em um acidente de carro, mas não falava muito sobre eles.

- Qual era o assunto principal de Ellen?

- Ela me falava sobre seus sonhos e desejos.

- Sonhos?

- Isso, ir pra Yale. Era seu maior desejo, terminar o ensino médio e ir para a faculdade... queria ser médica, para salvar a vida das pessoas. - sorriu de relance.

- Entendo. - por um momento a detetive abaixou sua cabeça, pensativa sobre aquele fato, uma adolescente que sofria violência, mas que queria ter um futuro melhor, porém teve sua vida ceifada.

- Pois enfim, detetive, penso que era só isso que tinha para falar com vocês.

- Certo, Drª. Lindsey, obrigada por seu depoimento.

A psicóloga então se despediu dos detetive, ela se levantou e caminhou para fora do departamento. Os detetives agora sozinhos poderiam comentar novamente sobre fatos corriqueiros.

- Acidente? - perguntou Santos.

- Muito estranho, deveríamos ver quem era o pai de quem que atropelou ela. - a detetive sugeriu.

- Sim, vamos ver de quem se trata - quem sabe o mafioso do pai do Luís.

- Não brinque com isso, Santos...

- Me desculpe, Davys. Mas de verdade, acha que pode ter sido o pai do Luís?

- Eu não sei meu caro, mas qualquer um é suspeito, pode não ter sido proposital. - falou Davys.

- Ou pode. Nessa altura do campeonato, qualquer um pode ser o assassino... Qualquer um. - o homem cerrou os punhos.

- Seja quem for, nós vamos achar quem foi, nem que seja a última coisa que eu faça!

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora