Cap. 13 - ※O depoimento de Joanne II※

462 80 26
                                    


No caminho de volta para o departamento, o policial estava calado e distante, suas mãos estavam cravadas no volante e sua expressão exalava tristeza.

- Está tudo bem, Santos? - perguntou Davys notando seu aborrecimento.

- Você disse algo, Davys? - ele a respondeu com outra pergunta.

- Você está bem calado. Aconteceu algo?

- Davys, detetives deveriam ser sangue frio, certo? Mas tem situações que a gente se desmonta...

- Eu não sei, Santos. - Davys apoiou sua cabeça no banco e olhou para fora, neste momento seu celular vibrou, ela conferiu, era uma mensagem do oficial, no qual dizia: "Olá Davys, assim que puderem voltem, Joanne Green está aqui, ela disse que precisa falar com vocês."

- Algum problema? - ele a encarou com um olhar de preocupação.

- Vamos para o departamento logo Santos, temos uma visita. - depois dessas palavras o silêncio ali reinou novamente.

Santos então pisou no acelerador, para que assim chegassem o mais rápido possível no departamento. Quando chegam lá, vão direto para sua sala. Joanne estava sentada olhando para uma foto, ela estava com uma cara horrível, olheiras profundas, marcas de expressão destacadas e até mesmo alguns hematomas em seu corpo. Davys então se aproximou.

- Olá, Joanne, que bela criança, quem é? Sua filha?

- Ellen... Eu estava arrumando suas roupas para doar, e achei essa foto dela no meio de suas coisas. Ela era linda, não era? - Joanne estava com os olhos vermelhos, parecia ter chorado por dias a fio.

- Joanne, prometemos não te pressionar, pode conversar conosco quando estiver melhor e recuperada. - disse a detetive apoiando sua mão sobre o ombro da mulher.

- Eu preciso... Quer dizer, já se passaram nove dias desde que a Ellen se foi, eu preciso seguir minha vida, eu tenho que falar tudo que vocês querem saber. Preciso me mudar. Então vim aqui pra falar toda a verdade!

- Toda a verdade? - questionou Santos.

- Sim, toda a verdade, sobre minha relação com a Ellen e tudo que vivemos. Nem que eu seja a sua suspeita número um, eu vou falar a verdade.

- Certo, Joanne. Por favor nos conte. - os detetives se aproximaram e ambos se sentam.

- Vou começar contando minha história, para que entendam detalhes.

- Fique a vontade, irei gravar tudo, o.k.? - Santos logo retirou um gravador o qual estava em seu bolso, ele prepara tudo.

- O.k. - concordou.

- Pode começar. - falou a detetive.

- Quando eu tinha sete anos, eu comecei a ser assediada pelo meu pai, e então logo mais pra frente fui abusada várias e várias vezes. - engoliu seco. - Apanhei durante vários minutos, eu realmente não entendia como aquilo poderia ser tão normal, como minha mãe dizia ser... então meu irmão mais velho tentava me defender, mas era inútil, ele só apanhava mais e mais. Minha mãe, disse a mim que eu não era filha dele, e sim de um amigo dele, meu pai chegou nessa hora, ele saiu enfurecido do quarto, minha mãe foi atrás daquele monstro gritando e dizendo que era mentira, mas aí já era tarde ele pegou uma faca e começou a ataca-la... Meu irmão correu para o quarto, trancou a porta do meu quarto, me pegou no colo e se jogou do segundo andar do nosso apartamento, torceu o tornozelo, mesmo assim ele correu comigo, fomos para a polícia e em seguida para casa de nossa tia...

- Vilma Green? - questionou Santos.

- Sim, como sabe? - ficou intrigada com a resposta.

- É que temos os registros do nome da sua família, mas prossiga sua história. - pediu o detetive.

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora