Cap. 21 - ※Durma bem, Melânia Walker※

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Os telefones não paravam de tocar, o dia estava nublado querendo chover, o clima estava estranho e o ar estava pesado. Davys e Santos conversando sobre a carta de Ellen, quando o oficial Maccurteney entrou no escritório dos dois. Ele estava com um semblante triste e não parecia ser portador de boas notícias.

Os detetives olharam para o oficial de relance, eles de certa forma sabiam que algo ruim havia acontecido, ansiosos por medo de algo com Júlia ter acontecido. Ele logo diz.

— Bem detetives, acabamos de receber a nota de falecimento de Melânia Walker, seus pais convidaram o departamento para seu velório que está acontecendo agora.

— Droga! - falou o detetive colocando a mão em seu rosto, o tapando quase por inteiro.

— Quando isso aconteceu? - Davys estava neutra por fora, mas realmente estava triste, pois haviam suspeitas sobre a jovem Melânia.

— Hoje de madrugada, como vocês dois estão no caso da Ellen Green eu peço a vocês que vão até lá. - pediu o oficial.

— Certo, já estamos indo. - respondeu a detetive engolindo seco.

  Davys puxou Santos pelo braço, se levantando em seguida e se dirigindo para o carro do lado de fora.

No estacionamento do departamento de polícia. Ambos entraram no carro de Santos, ele como motorista e ela como companheira de estrada. Havia um pouco de melancolia em seus corações, pois não entendiam como a jovem havia falecido de forma tão repentina. Durante o caminho, nenhuma palavra foi pronunciada.

Chegaram na casa de Melânia. Haviam trinta carros ocupando as ruas. Eles desceram e seguiram para dentro da casa. Sem olhar para os lados das longas ruas uniformes do bairro queridinho de San Diego.

Chegando lá encontram vários familiares e amigos de Melânia, inclusive Lia Kim que estava junto de sua avó Nagisa Kim e seus pais, Rick Lewis estava lá também com sua mãe e seu pai. A feição de ambos era deprimente.

Os detetives foram até perto do caixão, o senhor Walker estava amparando sua esposa que não queria sair de perto do corpo de Melânia, Davys se aproximou do casal.

— Meus sentimentos, senhores Walker, eu sei quanto é doloroso perder alguém que amamos...

— Obrigado detetive. - respondeu o pai de Melânia.

— Ela era tão linda... Tão cheia de vida... - palpitou a mãe de Melânia. - mesmo doente, ela fazia questão de me fazer sorrir... minha bebê me deixou...

— Ela era realmente muito linda... - a detetive respondeu o comentário.

— Sabe detetive, eu sinto muito por tudo que aconteceu... A vida ela é tão complexa, não é? Vocês estão tentando resolver o caso de uma morte, e já minha filha nem é preciso... - falou a mulher, enquanto acariciava os cabelos encaracolados da moça.

— A vida é complicada senhora Walker... Sentimos muito pela sua perda, tudo isso é muito complexo. - a detetive lhe respondeu.

— Senhora Walker, podemos conversar um pouquinho? - pediu Santos.

— Claro, venha comigo... - A mãe de Melânia estava chorando sem conseguir falar muito, ela pegou na mão de Davys e Santos e os puxou até o jardim. - este era o local favorito da Mel... Aqui sentirei paz ao falar com você.

— Me conte, como Melânia estava ontem.

— Ontem fizemos uma festa de despedida para ela, pois amanhã seria sua eutanásia, então hoje iríamos prepara-la para levar ela ao hospital. Ontem ela nem conseguia ficar sentada, então deitamos ela no sofá da sala, eu fiz um bolo lindo, dei banho nela e a deixei linda, meu marido comprou vodka e tequila, ela não misturou com os remédios, bebemos e comemos, bem, eu não bebi pois estou grávida... Mas eles beberam, deitamos e de madrugada eu ouvi ela gritar, fui correndo para seu quarto e ela estava no chão contorcida gritando muito, eu deitei ela na cama, sentei ao lado dela, pus sua cabeça em meu peito, ela não parava de gritar, então eu comecei a cantar músicas para ela... Assim como quando ela era criança, eu cantava pois ela tinha medo do escuro e sempre chorava quando estava só... Então ontem eu fiz o mesmo, acariciei seu rosto e cantei para ela... Por alguns minutos, até ela ir se calando... - Suas lágrimas começaram a cair pelo rosto, assim como as de Davys. - Até que ela ficou totalmente em silêncio e então quem começou a gritar fui eu...

— Sinto muito... - Davys mesmo tentando se controlar estava com seu rosto todo molhado.

— Sabe detetive, o momento mais feliz da minha vida foi quando eu ouvi ela gritando pela primeira vez a dezoito anos atrás, e dezoito anos depois seu grito foi o pior dia da minha vida. - Neste momento começou a garoar.

— É o momento mais difícil de nossa vida é esse...

— Mas minha menininha não sente mais dor... Isso é maravilhoso, não é? - A mãe de Melânia abriu um sorriso e então mais lágrimas cairam entre seus lábios.

Davys já não sabia mais o que dizer, então ela se aproximou da mãe de Melânia e a abraçou, sentiu que sua blusa estava molhada pelas lágrimas que ali caiam. Naquele momento a detetive se lembrou de quando perdeu seu pai, de como doía e ainda dói quando se recorda que jamais haveria justiça.

— Senhora Walker, iremos respeitar seu luto, mas precisamos conversar, você sabe disso não é?

— Eu sei... Mas eu sinceramente não queria mais sair da minha casa.

— Senhora Walker, eu sinceramente sinto muito, mas infelizmente o meu trabalho é esse, eu preciso prender que matou Ellen...

— Sim... Aliás, eu gostaria de lhe contar algo.

— Pode dizer. - ela fitou a mulher que enxugou suas lágrimas.

— Minha pequena havia me dito algo, ela me disse que era ela sim no colégio. E que ela havia conversado com a Ellen, que a garota lhe disse estar passando muito mal e que tinha quase certeza que seu padrasto havia lhe feito algo...

Davys olhou para a mulher com um pouco de dúvida, porém ela também já estava acreditando que quem havia lhe matado era seu próprio pai, o mesmo que matou a garotinha pensando ser a doce Hellena Green.

— Se me permite, irei voltar para minha família... - a mulher se levantou e seguiu para dentro de sua casa.

Davys se sentou e abaixou a cabeça, Santos que estava sentado ao seu lado, coloca seu braço sobre sua parceira e a abraça.

— Davys... Está tudo bem?

— Está... Quer olhar a estufa de flores do senhor Walker?

— Claro. - o homem então seguiu Davys, que estava indo em direção a estufa.

Eles estavam olhando as flores e a procura da flor de Oleandro, mas nenhuma era exatamente igual a tão procurada, o medo deles era que a flor maldita fosse encontrada por ali, alguém entra na estufa.

— Quem são vocês? E o que estão fazendo aqui? - os detetives viram rapidamente para trás e vêem uma menina idêntica a Melânia.

— Melânia?! - se assustou Davys.

— Katlen Walker, irmã da Melânia.

— Uau, vocês são idênticas. - comentou Santos.

— Sim somos, mas você não responderam minha pergunta!

— Detetive Davys e detetive Santos, 11° departamento de polícia de San Diego! - disse Davys.

— Ah, são vocês... Bem, então vou saindo. - disse Katlen virando as costas.

— Espere aí, precisamos conversar!- disse Santos.

— Certo, diga o que vocês querem? - Katlen estava nervosa.

— Você era amiga da Ellen?

— Diria que colegas, ela roubou minha irmã. Bem, se era só isso, tenho que voltar lá para dentro.

— Tudo bem então! - respondeu Davys.

— Se precisarem de mim. Estarei aqui em casa, estou de luto. - ela derramou uma lágrima.

— Já vamos indo Katlen, viemos aqui somente para representar o departamento, então esperamos você lá, tchau. - se despediu, Santos, ele e Davys viram as costas, e nesse momento Katlen soltou o ar o qual estava segurando.

Os detetives então cumprimentam Lia e sua família, depois cumprimentam Rick e seus pais. Davys perguntou para o jovem se ele ainda recebia ameaças, ele apenas assentiu com a cabeça. Ela se preocupou, porém precisava encontrar o assassino.

Em seguida sairam dali de dentro e seguiram para fora do carro mais especificamente para o outro lado da rua até seu carro. Vão embora para o departamento novamente.

O caso de Ellen GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora