Prólogo

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Início da Segunda Era

— Não acho que devia chorar tanto assim... eu estou aqui. — disse-lhe Thranduil se aproximando da elfa caída na grama.

Silmalótë abraçava as próprias pernas e soluçava. Aquela dor nunca iria parar e ela nunca se livraria do sentimento de culpa. Sua mãe se foi em Mordor e agora teria que ser ainda mais forte para fazer da Floresta Branca um dos maiores reinos da Terra Média.

A princesa fitou os olhos azuis de Thranduil e limpou parte das lágrimas.

— É fácil falar quando se é bem mais velho... ainda sou muito nova... — Lótë abaixou o olhar entristecido e cheio de dor. — Ainda sinto o calor dela... isso nunca vai passar?

Thranduil a puxou para perto e a abraçou. Ela enterrou seu rosto no peito do futuro rei e chorou ainda mais.

— Quando morremos, cada vela, cada flor, cada palavra dita, cada sentimento sentido, cada ação feita, cada força de vontade de seguir em frente se perde. Você quer esquecer da dor, mas não consegue pois tudo... tudo; os risos, os olhares, os abraços e carinhos não são mais nada que lembranças... e que cada copo, roupa e objeto não é nada além do que uma forma de te lembrar onde era o lugar que essa pessoa gostava e sempre ficava. É uma marca que fica para a vida toda.

Ela se afastou e limpou parte das lágrimas. Thranduil a olhou de modo terno.

— Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas quanto maior a perda... mais profundo é o corte. — Lótë soluçou mais uma vez.

— Eu estarei aqui com você, Lótë... sempre! — o elfo se aproximou e roçou seus lábios nos dela, mas o silêncio do campo foi quebrado com o som de choro.

Os dois olharam em volta e depois um para o outro.

— É uma criança? — questionou a elfa.

— Eu não sei... mas quero descobrir.

Continua...

Verdades de Sangue✴Ela é do Príncipe✴Vol. 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora