✳Capítulo 4✳ Sentimentos Rompidos

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Capítulo dedicado à
user04043278

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A água gelada penetrou em suas roupas a medida que todos os músculos de seu corpo se moviam para nadar. O vento frio de inverno bateu contra eles, apesar de serem resistentes ao frio, o inverno ali era sempre rigoroso. Aranel se arrastou para fora da água, vendo o céu totalmente encoberto por pesadas nuvens cinzentas. A lama encobriu parte de suas botas, e as tirou, sugou o ar com força, e olhou para o porto do outro lado da margem. Nel bufou e encarou Legolas, que saía da água e se apoiava nos joelhos.

— O que foi? — questionou ele com a voz alta, e franzindo a testa.

— Você me paga, Greenleaf! — resmungou ela esperando que ele a ignorasse.

— Pelo que? Salvar sua vida? — ele se aproximou com fogo nos olhos. — Desculpe-me, se sou muito previsível para você!

Nel fitou os olhos azuis do príncipe. Gotas de água desciam suavemente por sua pele delicada, e seus cabelos grudaram em algumas partes do rosto.

— Eu iria partir com aquele navio. — disse ela, se virando e pegando as botas que estavam no chão. — Matar Joseph e descobrir quem estava naquele caixão.

— Péssima ideia! — elucidou o príncipe, balançando a aljava de flechas para tentar dispersar o máximo de água possível. — Algo me diz que "matar" Joseph é um dos segredos do meu pai.

— E quando é que seu pai não está envolvido? — perguntou sem pensar naquelas palavras.

— Silmalótë também não é nenhuma santa. — repeliu o príncipe com raiva. — Já se esqueceu de quem matou minha mãe?

— Só porque Thranduil matou meu pai! — rosnou ela, sentindo a raiva subir em sua cabeça.

Legolas se calou e suspirou. — Que seja... as vezes não me importo mais! — e então, caminhou para os campos que levavam de volta para a cidade.

— Como assim não se importa mais? — trovejou Nel, abaixando os braços e vendo o príncipe se afastar.

Legolas parou no meio da trilha. Abaixou a cabeça e suspirou.

— Parei de me importar com o que você pensava quando terminei de ler aquela carta. — as palavras dele eram frias e rudes, Nel, porém, sentiu decepção e tristeza. — Agora em diante, você escolhe, não vou interferir em mais nada que pertença a esse amor... um amor proibido pode ser uma dádiva, e uma maldição.

— Legolas.... — a voz dela sumiu ao vento. Seu peito doía ao ouvir tudo aquilo. O que eu fiz?

"Quanto amor você levou? ", eu lhe respondo:... o bastante!

Aranel engoliu em seco e ignorou as palavras duras do elfo. Seria tão mais fácil se nossa vida fosse normal! No entanto, lamentar não adiantaria muita coisa. Voltar a ser o que era com Legolas não seria uma tarefa fácil, mas sua prioridade era descobrir a verdade, mesmo que ela fosse sangrenta e fatal. A verdade por trás de tudo aquilo era a chave para resolver seus problemas com Legolas, e com todos que conhecia. Ela avançou pelos campos atrás do príncipe. O silêncio reinou entre os dois por um longo e inadiável tempo. Começou a nevar depois de alguns minutos, flocos cintilantes e delicados banhavam o chão de terra, e um forte vento soprou. Ela continuou andando, de cabeça baixa e voz resguardada. Não queria olhar nos olhos dele... não queria desejá-lo... não queria pedir perdão....

Verdades de Sangue✴Ela é do Príncipe✴Vol. 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora