✳Capítulo 35✳ Uma cidade em chamas

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Nota Inicial: Gostaria de desejar um Hakuna Matata para todos! É nóis... Tamo junto!

Kkkkkkkkkkkkkkk loka!

Boa leitura ❤

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O dia amanheceu com uma brisa gélida soprando do norte da Terra Média, afagando os cabelos da princesa em ondulações quase marítimas. Não nevava, mas nuvens cinzentas pairavam pelos céus como algodões cobertos de fuligem; o sol rara as vezes conseguia um espaço entre as massas acizentadas e aparecia no céu como uma moeda dourada, quente e única. Até mesmo o sol parecia estar lutando com todas coisas más que surgiram na Terra, se pudesse descer do céu, talvez o faria. As árvores, balançando na brisa fria do amanhecer, farfalhavam folhas pelos ares e um aroma silvestre tomava conta do caminho. Então campos vastos de colinas e soja, trigo, plantações ou ao menos grama baixa e amarelada surgiram pouco a pouco no horizonte. Mais a diante o Condado surgia depois de florestas e colinas, encoberto de neve branca cintilante. Não havia uma casa de hobbit que não estivesse dissipando a fumaça da lareira pelos ares dos bosques. Estava frio, àquela hora da manhã, não havia muita claridade, o ar ainda estava parcialmente escuro. Um amanhecer nublado e frio, mas que lhe remetia a sensação de estar voltando para a casa.

Aranel colocou a mão na pequena bolsinha de pano, cor de musgo, e a desprendeu do cinto. Encarou aquilo com pesar, uma enorme relíquia na palma de sua mão. Quantos reis, rainhas, barões, duques e condes se matariam para ter as Águas Sagradas de Gondolin ao alcance das mãos? Depois dos Aneis, aquele pequeno frasco era a coisa mais incrível que poderiam possuir. Conhecendo a ganância dos homens, se soubessem que Gondolin ainda estava viva, iriam se aglomerar em reuniões de conselhos para consegui-la. Aquele frasco foi um segredo muito bem guardado por mais de quatro mil anos e continuaria assim até o momento que Joseph cairia e a Bruxa perdesse uma das peças de seu xadrez doentio e absurdo. A elfa respirou profundamente ainda encarando a bolsa quando resolveu abri-la. Ela foi a única, dos sete membros ali presentes, que não tocou no frasco desde que Kayke o encontrou. Estava na hora de, ao menos, olhar o enorme segredo e responsabilidade que sua tia-avó, Allannia Vellenmar, levou para o túmulo, pois nunca revelou a ninguém que estava de posse de uma coisa tão sagrada, que era aquilo. O laço da cordinha foi desfeito e Aranel deslizou o frasco para sua mão, levemente escorregando pano a fora até cair. Ela analizou cada canto e extremidade do frasco, era bem simples, não havia inscrição, runa ou algo que pudesse identificá-lo. O vidro esverdeado parecia brilhar e a tampinha travada era de bronze. Era pequeno, do tamanho de seu quinto dedo da mão, mas carregava uma importância surreal. Nel o abriu lentamente, puxando a tampa para cima, e então viu a água cristalina ali dentro, inodora, incolor. Parecia mesmo água pura de uma nascente. Água imaculada. Agora entendia porque aquilo poderia reverter a imortalidade de alguém, pois era sagrada – sem pecado.

A princesa molhou os lábios fechando o frasco e colocando ele dentro da bolsinha novamente, retornando ao local de onde estava minutos atrás – preso ao cinto dela. Então olhou para trás, as enormes Ered Luin se estendendo no horizonte em picos ocultos pelas nuvens. De certa forma, Nel sentiu saudade da temperatura amena e agradável do castelo de Caos e sorriu. Ele lhe pareceu o tipo de aliado que não se incomoda de sujar a espada com sangue negro de orcs e estava pronto a qualquer momento para ajudar. Coisa que Aranel não conseguia imaginar se estivesse falando de Thranduil. O rei da Floresta das Trevas parecia somente entrar  em uma batalha se esta lhe rendesse algum privilégio, herança ou vantagem. Coisa que também era visível em sua mãe. A rainha Silmalótë sempre preferiu deixar seu reino, soldados e filha longe de batalhas. E só entrava em guerras se visse alguma vantagem a ser obtida com ela. Era engraçado. Silmalótë e Thranduil poderiam se odiar, mas eram iguais em praticamente toda a forma de governar. Eles poderiam até se odiar de forma mortal, mas eram parecidos. Talvez fosse porque, pela história contada, Thranduil foi quem ensinou, apoiou e ajudou Silmalótë quando ela se tornou rainha. Talvez por isso eles fossem tão parecidos em comportamento e raciocínio de governante.

Verdades de Sangue✴Ela é do Príncipe✴Vol. 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora