✳Capítulo 49✳ De volta para nós

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Nota Inicial: Ainda temos fôlego? Não?! Tudo bem... Vai beber uma água.... Eu espero ;)

E agora?

Estão tranquilas? Ótimo! Então vamos logo com isso...

Boa leitura ♥

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Aranel quase não acreditou ao ver lágrimas caírem dos olhos de Thranduil. Lossë fazia parecer tão fácil ver o lado bom do rei, no entanto, esse lado era trancafiado, escondido e desprezado pelo próprio rei. Porém, ele não se importou de ficar, visivelmente, abalado com a morte da elfa. Lossë morreu com o manto real da filha, sujo de sangue, agarrado contra o peito e seu rosto pacífico estava pálido e sem vida.

Thranduil ordenou que trouxessem a carroça de madeira nobre que havia no acampamento de Joseph. Ele enrolou o corpo da elfa com um lençol fino, delicadamente e então encobriu seu rosto. Narmohtar e Thalion ajudaram a colocar o corpo dela na carroça e então o rei se aproximou. Arrumou o lençol em seu corpo e fungou.

— Sinto muito, majestade. — disse Tauriel com a cabeça baixa. — Cresci junto de Lossë e também sinto sua partida.

Thranduil se virou e respirou fundo. — Ela me contou tudo... tudo que Joseph fez na cabeça dela, tudo que ele planejava, tudo que almejava... — ele suspirou —, pelos Valar!, só não me contou que havia tomado o veneno que era destinado a mim.

— Entendo seu sentimento, majestade. — ponderou Aragorn e então olhou para Lossë. — Nunca é tarde para se arrepender das escolhas ruins, não é?

O Rei Élfico olhou para as estrelas e sugou o ar. — Cumprirei seu último desejo antes da morte. Ela não queria ser lembrada como “rainha” e assim o farei.

— É uma boa decisão, ada. — apoiou Legolas com a voz mais baixa e mais dolorosa.

Thranduil assentiu.

Aranel respirou profundamente e se virou para o campo. Seus passos a levaram para longe, distante dos elfos que se preparavam para partir carregando como o prisioneiros temporários, os homens que ainda estavam vivos. Ela, porém, queria distância para pensar em tudo que viu ali. Lossë foi revelada como traidora da Floresta das Trevas e que seus princípios eram sujos. No entanto, tomou o veneno que devia ter sido dado à Thranduil, antes de eles saírem para a batalha, arrependendo-se de todas as mentiras que contou. E ainda sim, o rei a perdoou e não se mostrou nada surpreso pois, obviamente, já sabia dos planos que Blatter plantara na cabeça da elfa. Ele concedeu o Perdão Real e ela estava limpa, sem manchas no reino e na história, mas não seria lembrada como a rainha que fora. As lágrimas que cintilaram nos olhos do rei eram verdadeiras, escorrendo livres pela pele pálida e pingavam no chão com pesar. Nada se comparava a dor de perder alguém que amamos – Thranduil não a amava, mas possuía grande carinho, e perdê-la devia estar sendo difícil. E não só por Lossë...

A notícia de que a princesa estava morta abalou todos os elfos quando a fúria e o calor da adrenalina passaram. Legolas se afastou, chorando e soluçando. Aranel não tinha forças para ir até ele. “Quero ficar sozinho!”– foi o que ele pediu e ela não retrucou. Não poderia. Se a dor de perder a irmã estava sendo cruel para o príncipe, então estava destroçando o rei como milhões de facas em seu peito. Porém, apesar da dor, Thranduil apenas secou as lágrimas e respirou fundo, tornando seu corpo e seu rosto ainda mais duro e indecifrável. Seus olhos perderam o brilho, escapou na escuridão da noite e a lua, ao surgir no horizonte, jogou em seu rosto ímpio uma luz pálida e tristonha. Poderia, sim, haver sentimentos dentro daquele coração, mas eram tão enterrados e esquecidos que ela se perguntou se algum dia ele fora como seu filho? Doce? Gentil? Bondoso? Talvez! Em uma época remota, sob céus quentes de outrora...

Verdades de Sangue✴Ela é do Príncipe✴Vol. 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora