Muito perto...

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Nosso pequeno jardim já  estava florido com pequenas rosas vermelhas e algumas brancas.

Primavera no Canadá era lindo. O clima era bastante agradável e as ruas sempre ficavam coloridas. Canadá fazia muito frio quando queria e a Primavera tinha seus dias chuvosos mas sempre tínhamos sol.

Era tradição de algumas escolas os famosos bailes de primavera. A celebração de uma estão florida e cheia de vida. Eu fui escolhida para organizar o baile junto com um comitê formado por alguns alunos. 

-Professora, eu consegui falar com aquela confeitaria que você indicou. Já encomendamos o bolo, agora só falta confirmar a entrega das flores para mais tarde.- América disse sem tirar os olhos do tablet.

-Que ótimo América. Muito obrigada pela sua ajuda.- Ela sorriu pra mim com seus dentes brancos e perfeitos. América tinha cabelos volumosos e cacheados, Negros com alguns fios mais claros, ela tinha algumas sardinhas que a deixavam com um ar inocente.

América foi sair da sala mas deu de cara com um grupo de jogadores de futebol americano. Ela olhou fixamente nos olhos de Jhon Richard. Ele era alto e forte, arrancava suspiros por onde passava, ele era muito quieto. Notei que ele olhou com a mesma intensidade para América que colocou uma mecha do seu cabelo para trás da orelha e saiu da sala.

-Professora, será que poderíamos conversar com a senhora antes da saída?- O garoto com cabelos loiros falou.

-Claro, em que posso ajudar os orgulhos da temporada?- Fiz uma reverência.

-O time de futebol americano está passando por um momento difícil.

-Mas vocês não acabaram de ganhar a temporada?- Me sentei na mesa.

- Maxwell Smith está envolvido com venda de drogas.- Jhon soltou como se aquilo estivesse entalado em sua garganta a muito tempo.-Eu e os meninos já desconfiávamos mas não tínhamos provas concretas sobre isso. Ontem fomos até a casa dele e a mãe dele falou que ele ficou o dia todo fora e não sabia onde ele estava. 

-Fomos no flipper da rua de trás e ele estava vendendo drogas.-Mathew diminuiu a voz para que só nós escutássemos.

-E em que eu posso ajudar vocês meninos?-Pude notar que cada um estava de verdade preocupado com Max.

- Você não pode conversar com ele professora? Sabe, pra que ele largue essas coisas.- Ian, que era capitão do time falou.

-Olha meninos...-Respirei fundo tentando processar todas as informações recebidas.- Eu agradeço por vocês terem vindo falar comigo mas, infelizmente, eu não sou a pessoa certa a conversar com o Max. A orientadora daqui é exelente.-Eles jogaram a cabeça pra trás ao mesmo tempo fazendo um coral de "AHHHHH".

- A professora Ritta nunca entenderia esse assunto. Ela daria chicotadas nas costas de Max e mandaria ele ler a Bíblia umas cem vezes.- Mathew disse e até eu ri. Ritta era uma senhorinha conservadora nível hard core que deixava qualquer adolescente com algum problema assustado.

-Confesso que ela não é cem por cento aberta a esses tipos de assuntos, mas ela tenta fazer o melhor que pode.- Tentei defender o trabalho de Ritta.

-Professora, por favor. Estamos mais que preocupados com Max. Ele é um cara muito legal pra se meter numa roubada dessas.-Ian implorou com os olhos castanhos escuros que o pertenciam. Respirei fundo uma, duas, três vezes.

- E...eu prometo tentar falar com ele o mais rápido possível.-Eles comemoraram baixinho.-Mas eu não prometo nada. Depois que uma pessoa entra em coisas ilícitas é muito difícil sair delas. Mas rezem para que ele possa ver que isso não está certo. Por que eu meninos?

A Aposta - 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora