Muitas informações.

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Segurei a câmera como Abie havia me explicado.

-Assim está bom?-Perguntei olhando pelo pequeno visor da câmera.

-Está.-La olhou pra janela e deu um pequeno sorriso enquanto acariciava a sua barriga.-Obrigada amor. Eu queria uma foto minha.

Abie estava seguindo todas as ordens médicas a risca. Levantava pouco da cama do hospital e todos os remédios prrescritos pelo médico ela fazia questão de tomar.

-O aniversário das meninas está chegando.-A ajudei a sentar na cama.- Eu queria sair daqui, pelo menos para fazer uma festinha para elas e os amiguinhos da escola.-A ajudei a colocar a calça de moletom e o casaco que ela havia ganhado no desfile para a Chanel que ela havia feito a uns três anos antes.- Eu já melhorei bastante.

-Você me deu um susto na semana passada.-La revirou os olhos.

- Foi só um desmaio. Shawn eu quero que as meninas tenham todas as festinhas de todas as idades. Sem exceção. A gente combinou desde o primeiro aninho delas.

-Amor, você tem que seguir as instruções do médico. Quero todos em casa. Saudáveis e felizes.-Ela passou a mão em meu cabelo que aida estava bagunçado de ter dormido na poltrona do quarto do hospital.

-Você é tão teimoso quanto eu.-Selei nossos lábios calmamente.-Você precisa ir pra casa. Ver como sua mãe está com as meninas.

-Está me expulsando?-Me fingi indignado.

-Você é um palhaço mesmo.-Ela deu um tapinha em meu braço e jogou uma bolinha de papel do caderno que eu havia trago na semana passada.

-Você vai ficar bem?-Passei a mão em sua barriga e pude sentir um dos bebês chutar.

-O que pode acontecer? Eu não posso sair daqui mesmo.-Pude ver que seus olhos ficaram tristes ao dizer isso.

-Não fique assim, tudo pelos nossos bebês. Eu sei que não é fácil nem legal ficar tomando injeções todos os dias, mas eu sempre vou estar ao seu lado. Até você não aguentar mais olhar dentro da minha cara. -Uma lágrima caiu de seus olhos.

-Vai. Eu prometo que vou ficar quietinha.-Peguei a jaqueta e encarei a janela que escorria pequenas gotas do possível temporal típico dessa época do ano.

-Tem certeza?-Perguntei pela última vez.

-Vai logo.-Ela esbravejou.

- Eu volto já. -A beijei novamente.

- Eu vou esperar.

Fui para casa, na verdade, demorei um bom tempo para chegar nela. Quando o tempo fechava em Toronto o trânsito, automaticamente de tranformava em um completo caos.

Minha mãe havia feito a minha comida preferida, omelete. Ela estava tão parecida como quando eu era bem pequeno.  Mas quando eu fiz sete anos meus pais se separaram e aí tudo ficou estranho. Eles fizeram as pazes durante um ou dois anos e tiveram Lala e depois de separaram novamente.

-Por que está com essa cara papai?-Aurora falou enquanto brincava de massinha.

- Eu estava me lembrando de quando tinha a sua idade filha.-O vento bateu em seu cabelo e eu pude sentir o cheirinho do perfume que ela usava desde os primeiros anos. Abie dizia que aquele era o cheirinho das princesas.

- Você brincava muito paizinho?-Ela se sentou em meu colo e apoiou a cabeça em meus ombros.

-Não tanto como vocês. Eu preferia ficar no meu quarto. Foi uma época muito difícil pra mim. A vovó e o vovô estavam passando por uma situação complicada e isso não foi legal.

A Aposta - 2° temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora