Capitulo 47

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Abri os olhos sentindo minha cabeça dar pontadas. Eu nem dormi direito essa noite. Olhei pro lado, mas não vi a Julie, apenas seus saltos no lado da cama. Agora ela ia ver.

Pulei da cama e fui caminhando rápido até chegar na sala, a encontrando de costas.

Fui preparado para falar umas verdades na cara dela, mas quando ela notou meus passos pesados, se virou. Ela derramava lágrimas enquanto olhava para o celular.

-Que merda ta acontecendo? - Falei indo até ela, realmente bravo.

-Minha mãe acabou de me ligar e disse que está na Alemanha. - Ela disse limpando as lágrimas.

-Fazendo que na Alemanha?

-Ela e o meu pai vão morar lá agora. Meu pai enfiou isso na cabeça, ela acabou indo...

-E por que do choro?

-Talvez porque eu não vou ve-los mais? - Ela disse como se fosse óbvio. - Ela prometeu que ia voltar quando o bebê nascesse. A vida estava difícil aqui em Atlanta...

-Você não os via desde que se mudou para minha casa, ficou meses e nem sentiu falta.

-Mas essa situação é diferente! Mas, foi melhor assim, a Amber podia querer fazer algo com eles.

-Isso não me importa, o que quero esclarecer é: qual foi a merda de ontem? Por que saiu daquele jeito? - A levantei pelo braço.

P.O.V - Julie Baker

Eu sabia que por ai viria merda. Sabia que o Justin ia vim tirar satisfação comigo.

Eu apenas sai com o Franklin, nós dançamos bastante, mas não rolou exatamente nada. Na verdade eu só conseguia pensar no Justin. Maldito.

Ele me levantou pelo braço na maior força. Me olhou nos olhos com certa fúria e eu procurava as palavras certas.

-Você mandou eu te esquecer por um tempo, foi o que eu fiz - Dei de ombros.

-Mas não era pra levar tão a sério! Tu me deixou tão puto que eu poderia te matar! - Ele me empurrou no sofá denovo. - E o homem que você saiu?

-Como você sabe?

-FALA LOGO PORRA, QUERO UMA EXPLICAÇÃO ANTES DO TIRO NO OLHO QUE VOU TE DAR! - Ele explodiu.

-Era apenas um cara que me deu uma carona, só isso! Não confia em mim?

-Eu não confio em ninguém - Ele disse friamente.

-A culpa é toda sua! Por ser tão ignorante, não saber dar o valor que eu mereço, me tratar feito lixo, e toda a porra que você me faz passar! Eu odeio ser tão magoada e continuar aqui, feito uma trouxa!

-Se você me obedecesse direitinho, e não enchesse a porra do meu saco, nada disso aconteceria!

-É mais fácil comprar uma cachorrinha ao invés de querer me fazer de uma! Entenda: você não é meu dono!

-Viu?! Você é chata, a coisa que mais passa em minha cabeça é te matar! Eu odeio quando querem passar por cima do que eu falo!

Nós dois já estávamos alterados, gritando com raiva. Sorte que não tinha ninguém em casa. Nem sei onde os garotos estavam.

-Quer me matar?! Então me mata, porra! Mete a droga de uma bala no meio da minha testa!!!

-Esse é o problema, eu não consigo!!!

-Você não é o fodão sem sentimentos?!

-Era até você entrar na porra da minha vida! - Ele disse sem pensar, pois vi que ele ficou sem graça depois. Calamos a boca e ficamos nos olhando por uns segundos. Confesso que os pelos do meu corpo se arrepiaram.

-Ah, é? - Tentei ser fria - Não é o que parece! O que parece é que você está bem foda-se pra mim!

-Se fosse, você acha mesmo que eu estaria aqui, com você? Acha que eu te traria pra cá? Acha que eu te levaria pra morar comigo? Acha que eu ficaria louco só de te ver olhando pra outro homem? Eu nunca fiz isso com ninguém, você bagunçou tudo nesse caralho de vida!

Fiquei sem palavras. Eu abria a boca pra tentar falar algo, mas não conseguia. Justin passava as mãos pelos cabelos, meio atordoado, olhando pra qualquer lugar menos nos meus olhos.

-É...então...por que me trata tão mal?

-É meu jeito, Julie. Simplismente! Cansei dessa conversa idiota que não vai levar a lugar algum. Arruma suas coisas que amanhã vamos voltar para Atlanta.

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