Loving Dangerously

Capítulo 104

P.O.V - Justin Bieber

Eu saia nervoso daquele hospital, com aquele exame nas mãos, e a Hailey toda feliz do meu lado.

-Boceta do caralho! - Rasguei o exame com toda a raiva existente em mim naquele momento.

-Eu te disse, baby. Te disse que estava grávida - Ela não podia estar mais sorridente.

-Mas essa merda é impossivel! Você está mentindo pra mim!

-Quer fazer o exame novamente? Aquele médico com certeza tem paciência para fazer outro.

-Vamos em outro médico. - Falei decidido abrindo a porta do meu carro.

-Não! - Ela entrou também - Não, não. Eu só confio nesse aí!

-Foda-se! - Dei partida.

-Justin, por favor! Eu só...

Ela foi atrapalhada pelo meu telefone tocando. Eu estava sem paciência nenhuma de atender aquela merda agora. Não dei atenção, mas não parava de tocar.

Bufei sem paciência e tirei do bolso pronto para rejeitar a chamada, mas vi que era a Julie e atendi mais rápido que o flash.

-Julie?! - Falei com esperança que ela quisesse me ouvir. Vi que a Hailey rolou os olhos.

-É a Sam. Corre pra cá o mais rápido que você poder!

-Por quê? O que aconteceu dessa vez?

-Entraram aqui e levaram a Angie. A Julie está acabada, queriam levar ela também. VOCÊ TEM QUE DAR UM JEITO NISSO! - Ai ela simplismente desligou.

Freei o carro com tudo, fazendo a Hailey ir pra frente e quase bater a cabeça no vidro.

Tive que ter um tempo para raciocinar o que ela tinha acabado de falar. Meu coração foi acelerando aos poucos e logo eu já estava desesperado.

Uns carros buzinavam atrás de mim, me fazendo se despertar do transe.

-O que foi? A Julie foi sequestrada? - Hailey disse com um sorriso vitorioso, me fazendo a olhar desconfiado - Se ela morrer, você vai estar livre - A ouvi sussurrar.

-O que disse sua vadia?! - Segurei seus cabelos com força - Sai do meu carro sua vagabunda, desgraçada! - Abri a porta e a empurrei pra fora.

Ela caiu com tudo no asfalto. Fechei a porta e travei, fazendo ela começar a bater no vidro e gritar. Não dei atenção, apenas dei partida no carro a deixando lá, igual uma idiota. Vi pelo espelho que os carros atrás também já andavam. Eu torcia para que ela não tivesse saido a tempo e tivesse sido atropelada. Mas, porra! Ela estava grávida!

Eu não conseguia nem prestar atenção na pista. Eu estava completamente tomado pelo desespero. Meu peito subia e descia freneticamente por eu estar ofegante.

Minhas vistas ficaram curvas por causa das lágrimas que enchiam meus olhos. Isso não poderia estar acontecendo. Não comigo, essa merda!

Depois de um tempo, cheguei na casa. Desci o mais rápido que pude, quando vi já estava abrindo a porta.

-Julie?! - Gritei e ouvi a Sam dizer "aqui na cozinha".

Corri pra lá, vendo a minha garota acabada no chão, enquanto a Sam a abraçava forte. As duas me olharam com os olhos vermelhos de tanto chorar. Limpei meus olhos e me acachei ali do lado da Julie.

-Não chega perto de mim - Sua voz saiu em um fio.

-Você estava chorando?! - Sam disse com os olhos arregalados e parecia que tinha visto fantasma.

-Cala a boca, sai daqui - Fui grosso e ela apenas obedeceu.

-Eu não quero sua ajuda. Eu vou ligar para a polícia - Julie disse entre soluços.

-Angel... - Passei a mão no seu rosto, que ela apenas virou, rejeitando meu toque - Eu estou mais desesperado do que você. Ela é minha filha também, se esqueceu disso?! Eu vou consegui-la de volta!

-Eu estou com tanto medo - Ela disse baixo e com a voz diferente por causa do choro.

A abraçei, o mais forte que pude. O que me deixou confortável, foi que ela contribuiu o abraço. Senti que ela precisava disso, e eu também. Não consegui segurar as lágrimas que insistiam em descer. Meu coração estava apertado, mas eu iria consegui-la de volta, e matar seja lá quem for que pegou a minha filha.

Dei um beijo no topo da cabeça dela e desfiz o abraço para pegar meu telefone. Liguei para o Khalil.

-Sr. Bieber?

-Khalil, junte quantos homens você poder. Todos os seguranças, o quanto for. Quanto mais melhor. E pegue no galpão que guardamos as armas, as melhores que tivemos e me espere no galpão principal.

Nisso eu desliguei e procurei o contato do Nolan. Eu estava nervoso, meu dedo tocava em tudo naquela merda de tela. Eu precisava do Chaz e do Ryan, que porra!

Consegui achar o contato do Nolan e fazer chamar. O filho da puta não atendia rápido. Só na terceira chamada. Eu estava ficando cada vez mais louco.

-Fala, Brother.

-Chama os melhores caras da gangue. Inclusive o Alfredo. Ligue para o quanto poder. Já que o Ryan tá hospitalizado, manda o Chris vim o mais rápido possivel. Ah, e a Caitlin também. Me encontre no galpão principal.

-Espera, o que tá rolando?

-A Angie foi sequestrada.

-Caralho - Nisso foi ele mesmo que desligou.

-Eu vou nessa, fica ai, ok? Eu vou voltar com a nossa filha nos braços!

-Eu quero ir junto! Eu preciso ir...

-Você precisa ficar aqui. Confia em mim! A Sam cuida de você. - Dei um selinho nela e me levantei - Eu...eu te...

Droga, eu não conseguia falar. Eu queria, mas não conseguia. Merda, por quê eu era assim?! Eu sentia que ela precisava disso. Me olhou com os olhos cheios de esperança. Mas como sempre, fui um filho da puta e apenas sai dali.

Corri de volta para o meu carro. Fui voando para o galpão principal. Que era longe, demorava uns vinte minutos para chegar de carro. Mas eu peguei um atalho pelo mato, com uma rapidez incontrolável. Coloquei no que tinha, e cheguei lá em uns dez minutos.

Não tinha ninguém ainda. Entrei, vendo aquele lugar grande, escuro, sujo, empoeirado, cheio de caixas com drogas e cheiro de sangue.

Abri as janelas, dando de cara com o mato. Só tinha mato por ali. Tudo ficou mais claro. A "reunião" ia ser ali mesmo. Era maior do que o segundo andar.

Fiquei andando de um lado para o outro esperando todos chegarem. Eu estava aflito e nervoso demais. Tinha um nó na minha garganta, e eu estava ofegante.

Quando colocar as mãos em quem fez isso, não vou pensar duas vezes antes de matar com as minhas próprias mãos. Se aconteceu alguma coisa com a minha filha, eu não sei como vou conseguir levar minha vida. Eu nunca mais serei o mesmo.