Capítulo 107

3.7K 164 27
                                    

Chegamos na frente ao local. Destravamos as armas e saimos do carro. Eu queria correr para entrar logo lá, pois uma parte de mim dizia que ela estava viva. Que eu ia encontra-la, a levar pra casa, e assim, viver com a minha mulher e a minha garota, pra sempre.

Outra parte, doía muito, pois dizia que a única coisa que eu iria encontrar era o corpo. Eu nunca iria me perdoar se isso acontecesse. Eu nunca tiraria da cabeça, nunca mais seria o mesmo.

  Naquele momento era difícil respirar. Eu não sentia a maior parte de mim. E tinha medo de se tornar permanente. Eu nunca senti tanto medo. Nada que já passei se compara a dor que estou sentindo agora.

Eu tentava ter esperança enquanto andava para chegar até a porta daqule galpão no meio do nada. Mas quando ouvi o choro parar, foi como se tivessem puxado a tomada, e me deixado morto.

Meti o pé na porta e entramos com as armas apontadas. Estava tudo quieto. Andamos por ali e não tinha ninguém. Subimos para o segundo andar, tentando fazer o minino de barulho.

Olhamos em uns cômodos, e nada. Meu medo crescia a cada minuto. Já estava perdendo minhas esperanças.

Faltava apenas uma porta a ser aberta. Ou era ali, ou não era em lugar nenhum. Nos olhamos aflitos.

-Não quero abrir - Negei a mim mesmo.

-Qual é?! - Chris resmungou

-Eu abro - Caitlin passou na frente e meteu o pé na porta, a abrindo violentamente.

Todos estraram e eu fiquei pra trás. Minhas pernas não me obedeciam. Eu não era daquele jeito, estava parecendo um iniciante.

-Mãos para cima desgraçado! - Caitlin gritou.

-Espera, não atirem! - O pai da Hailey. Era a voz dele.

-Cadê a criança? - Nolan disse com raiva.

-Eu... - Ele não terminou a frase. Me enchi de ódio. Corri pra dentro daquele cômodo igual um foguete e dei uma coronhada na cabeça dele, o fazendo cair no chão.

-Eu cuido dele. Vocês, a procurem. Ela tem que estar por aqui, viva! - Retomei minha pose de chefe.

Me ajoelhei do lado daquele filho da puta, que escrava com a cabeça sangrando e apontei a arma na sua testa.

-Eu quero minha filha!

-EU A MATEI!!! - Dei outra coronhada.

-EU QUERO A MINHA FILHA! - Gritei com todo o ódio que tinha em mim.

-Ah é? Faz outra então - O Desgraçado ainda teve coragem de rir. Outra coronhada.

-Você vai pagar! - Deixei uma lágrima rolar.

-Fol mal, Bieber. Eu agi por causa da minha filha!

-AQUELA VAGABUNDA?! ELA NÃO VALE UM CUSPE, É UMA FODIDA IGUAL AO PAI!!!

-Não fala assim dela! - Ele tentou levantar a cabeça, que derramava sangue, mas não conseguiu.

-Puta que me pariu! - Ouvi a voz do Alfredo - Eu achei ela!

Me virei rápido, o vendo com ela nos braços, a tirando de dentro de uma caixa, toda vermelha com uma fita na boca.

  Um sorriso veio automaticamente e invadiu meu rosto. Senti uma pedra saindo de cima do meu coração. Um alivio indescritível.

-Vaza com ela daqui! - Ordenei e ele saiu correndo, tirando a fita da boca dela. Não demorou um segundo para os berros invadir o local.

-Já vi que esse plano foi inútil. Pelo visto você não vai ficar com a minha filha. - Aquele desgraçado disse com dificuldade por estar quase desmaiando.

-Mesmo se eu quisesse, o que nunca aconteceu, agora não dá mais. A alma dela já deve estar queimando no fogo no inferno uma hora dessas.

-Você...você a matou?!

-Não se preocupe. Você vai se encontrar com ela ainda hoje - Me levantei e apontei a arma para sua perna.

-Por favor, tenha piedade - O veado começou a chorar. Gargalhei.

-Piedade? - Falei entre a risada - Desconheço. Pelo menos com gente igual você!

Atirei na perna dele. Ele soltou um grito alto e agoniante. O sangue sujou um pouco da minha calça.

-Vai me torturar?! Me mate logo!

-Não! Você não merece isso! É pouco!

Atirei em sua parte intima. O grito foi ainda mais alto, mas longo, e voou ainda mais sangue. Confesso que senti a dor em mim. É ruim só de pensar.

-Agora, sabe o que vou fazer? Voltar pra casa, reatar com a mulher da minha vida, casar com ela e viver feliz com uma família.

Me virei para ir embora. Eu estava contente. Um sorriso não saia do mwu rosto, só de pensar como vai ser de agora em diante. Eu estava decidido no que ia fazer.

-Enquanto a mim? Vai me deixar sofrendo? - Ouvi um fio de voz e me virei para ele novamente.

-Uma hora ou outra você morre de tanto sangrar - Dei outro tiro em seu braço e outro na costela.

Voltei a andar para fora dali. Mais feliz ainda. Fui rápido para poder abraçar minha filha logo.

Avistei Caitlin a segurando encostada no capô do carro, enquanto acariciava e sorria. Começei a correr.

-Porra do caralho! Boceta! Que medo eu fiquei de ter te perdido! - Falei quando a segurei.

-Ótimo jeito de receber sua filha - Caitlin rolou os olhos. Olhei pela janela e os meninos estavam lá dentro.

-Obrigado por ter me ajudado. Você é foda pra caralho!

-Amigos é para essas coisas, seu fodido! - Ela me deu um murro no braço - Eu estou lá no Canadá, mas se você precisar eu venho até correndo te ajudar.

-Digo o mesmo.

-Agora vai lá onde a Julie está. E faz a coisa certa. Se declara pra ela, e se casa logo com aquela mulher.

Loving Dangerously Onde histórias criam vida. Descubra agora