Capítulo 6

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POV Marcus  

Forth Worth é uma das cidades do Texas,  fica a 437 quilômetros de Houston, onde atualmente moro. Uma das suas principais atrações durante os quentes e abafados dias americanos era o Burger's Lake. Não é a primeira vez que levo a Ayla ao lago, mas com certeza é a primeira vez que a levarei e com certeza ela irá se lembrar. Ayla é muito esperta para a idade dela. Quando contei que íamos passar o final de semana fora, ela ficou muito empolgada, e disse que iria separar alguns brinquedos e bonecas. Eu, pobre e iludido pai, deixei é claro. Mas, olhando agora para o meu carro, acho que não foi uma boa ideia. Ela trouxe quase tudo: Baldes de areia, pá, bonecas e jogos de tabuleiro. Porém, só de ver o sorriso dela já é gratificante para mim. Não que isso seja algum tipo de introdução, mas espero que ela se dê bem com a Fernanda, são duas pessoas de gênio forte.

Olhando em volta até que não tem muita gente, alguns casais, algumas famílias e nada da Fernanda chegar, espero que ela não tenha mudado de ideia. Conhecendo ela como conheço capaz dela ir para o outro lado dos Estados Unidos, só pra não ter a chance de me encontrar. Não que tenha sido muito programado.

Algumas perspectivas mudaram desde que me separei de Aretha. Ao contrário do que as maiorias dos homens pensavam quando se divorciaram meu novo esporte favorito não foi sair quebrando corações, como meu amigo Ethan sempre me sugeriu, mas tentar levar uma vida menos turbulenta do que a que tinha anteriormente. Ethan é o padrinho de Ayla e meu melhor amigo, não nessa ordem, e consequentemente sabia sobre minha paixão por Fernanda, chegando muitas vezes a me aconselhar. Agora você entende porque nada com ela dá certo. Ethan é um solteiro "profissional". Sabe viver, ele diz. Mas pra mim a vida é mais que isso.

— Papai! —Ayla clama por minha atenção, enquanto eu termino de montar nossa barraca. — Me ajuda a fazer um castelo igual da princesa? — ela pede, me puxando pela bermuda.

Olhei para baixo e encontrei minha pequena loira com seus olhinhos azuis, dentro de um maiô de unicórnio comprado ontem após eu cair na armadilha do "Papai, o meu sumiu" e eu encontrar o antigo assim que abri sua gaveta ao chegar em casa.

— Sweetheart, estou armando nossa barraca. Porque você não começa sem mim? — respondi, passando a mão pelos seus cabelos cheios de areia.

— Mas "papa", eu quero um castelo "desse" tamanho - levantou os braços e pulou. — Viu? Eu não alcanço. — fez bico.

Abaixei-me a sua altura e disse: — Bom, pra um castelo "dessa" altura, vamos precisar de muita, muita, muita areia. O que você acha de pegar pra gente? — seus olhinhos brilharam. Assisti Ayla correm em direção aos montes de areia. Isso ia a distrair o suficiente para terminar de montar as coisas, e quando ela voltasse com certeza já teria uma nova ideia.

Ela sempre foi cheia de ideias.

Desde a primeira vez que a segurei no colo, ainda no hospital, prometi a mim mesmo que faria tudo para proteger meu bebê, sem me preocupar com as consequências. Não poderia imaginar que a maior decepção da vida de Ayla aconteceria apenas alguns anos após, enquanto ela chorava em meu colo e via a mãe sumir. Ayla simplesmente adora a mãe, é como se fosse uma super heroína, justamente por ser a única influência feminina em sua vida. Minha mãe não conta, pois mal nos vemos.

Suspiro, a vendo sentada tentando, inutilmente, encher os braços de areia e rio.

— Olha só quem encontramos perdido! — vi Fernanda vindo em minha direção com um sorriso frouxo e um chapéu gigante, acompanhado de, provavelmente, uma das suas irmãs. — Você é ainda mais interessante de perto. — continuou. Franzi a testa. Fernanda nunca tinha falado assim comigo.

Série Irmãs DiCastilho - RessurgindoOnde histórias criam vida. Descubra agora