Capítulo 15

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Soundtrack: Cry Me A River — Michael Bublé.

POV MARCUS

Não havia muitas ocasiões na minha vida que eu me sentia tão feliz. Tão... Completo.

Ficava passando em minha cabeça os acontecimentos desde a noite anterior até no momento que chegamos a sua casa a todo tempo. Ela disse que sim, e ela disse para mim. Não era como se eu não tivesse mais que trabalhar pesado para permanecer do lado dessa mulher, mas eu alcancei uma etapa a qual eu - sinceramente - muito ansiava, mas pouco acreditava. Porém agora estamos juntos, e eu faria o necessário para que permanece dessa maneira. Fernanda não é uma pessoa muito de palavras, suas promessas são feitas nas pontas de seus dedos todas as vezes que ela toca meu rosto enquanto nos beijamos, ou quando se aperta a mim em busca do meu corpo. E eu não preciso de nada mais que isso.

Só de saber que vou poder agir como o homem que sou a seu lado já torna o ar que respiro mais leve. Não acredito que já consiga dizer o quão apaixonado sou por ela sem encarar uma fuga, mas vou fazê-la entender que não está mais sozinha - e não me refiro a afeto, pois sei que suas irmãs a amam de todo coração, mas que ela tem alguém com que não precise de máscaras, não precisa fingir ou se esconder. Velar seu sono foi maravilhoso. Seu rosto angelical livre de expressões e tão calmo, tão profundamente em paz, fez meu coração descompassar.

Batia meus pés enquanto esperava a papelada da próxima semana ficar pronta. Essa era uma função minha, buscar todas as sextas essa documentação, e estava feliz por dar a possibilidade de que Fernanda chegasse antes de mim e pudesse ver que as coisas não iriam mudar tanto assim. Eu seria seu companheiro de sala, de trabalho e, a partir do momento que saímos do escritório, companheiros na vida. Só teria que saber conciliar muito bom meu relacionamento com a atenção que dou a Ayla, ou essa pequena vai me dar trabalho. Hoje ela me olhou meio desconfiada pela presença de Fernanda ali, mas com o tempo iria se acostumar. Sua cabecinha não assimilava as mesmas coisas que nós, ela só estava curiosa. Espero.

— Aqui está, Sr. Mason. Favor me entregar esses documentos revisados na próxima sexta. — diz a estagiária. — Precisa de mais alguma coisa? Um chá...

"E toda sexta-feira é a mesma coisa."

— Não obrigado. — tossi. — É só isso. — respondo, reconhecendo os papéis do balcão e os colocando debaixo do braço, saindo a fim de pegar o elevador novamente.

— Tenha um bom dia! — escutei sua voz já no corredor.

Sorri. Esther é só uma das mulheres que tentavam inconstantemente ter uma chance de aquecer minha cama após minha separação com Aretha, e não perdiam as esperanças. Mal sabiam elas que não tem a menor chance. Tento ser agradável com todos meus colegas de trabalho, mas se isso se prolongasse a ponto de uma certa morena não se agradar, teria que pedir a um dos estagiários para fazer o serviço, não que eu gostasse disso pois qualquer documento errado entregue me custaria muito no fim do mês, mas qualquer discussão idiota poderia me custar muito mais que algumas notas de cem dólares.

Entrei apressadamente no elevador — já pronto para fechar e cheio de gente, tentando equilibrar todas as pastas e papéis no antebraço, rezando para que chegasse logo. A primeira mesa que avistei foi a de Jane — pelos menos a mesa mais aceitável. Jane foi a primeira a me recepcionar na empresa e tinha idade de ser minha irmã mais velha. Era casada e tinha um bebê de colo, mas seu marido trabalhava embarcado, o que nos fazia ter muito em comum nessa aventura de sermos pais. Sempre foi uma pessoa muito bem-humorada, mesmo nos dias mais insuportáveis de trabalho e não se recusava a atender telefones quando estávamos muito ocupados. Entretanto, hoje ela não sorria muito, seu rosto era de pura preocupação.

Série Irmãs DiCastilho - RessurgindoOnde histórias criam vida. Descubra agora