Capítulo 29

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Soundtrack: The A Team — Ed Sheeran. 

POV FERNANDA

— Mamãe. — chamo assim que chego na sala, entrando sem bater na porta

A casa de dona Amellie e Brian é o que eu chamo de lugar para se refugiar e me lembra muito a casa dos pais de Marcus: É uma construção azul e branca, com janelas de madeira e cortinas combinando. Na fachada bem pintada pode-se notar o quão bem planejada ela foi e, completando com um lindo pessegueiro em tamanho médio na frente, entende-se o porquê deles terem se apaixonado por ela. Todas as vezes que chego, sempre sou dominada pelo cheiro de alguma coisa. Geralmente são bolos e tortas preparadas na hora pela minha mãe, mas hoje, em especial, consigo identificar o aroma de limão e chantilly que domina o ambiente.

Mamãe está sentada no sofá, lendo um livro de receitas que ela mesma criou, e quando me vê abre um sorriso.

— Olá, minha princesa. — ela larga o livro no sofá e se levanta para me abraçar. — O que faz aqui? — pergunta. — Não que sua visita seja indesejada, princesa, mas é inesperada, no mínimo. — ela se justifica. Realmente não é comum ela me ver aqui, sem que tenha que me chamar.

Coloco meu cabelo para trás e sorrio para ela.

— Vim ver como você está. — explico me sentando e a puxando comigo.

Mamãe tira minha franja dos meus olhos e coloca atrás da minha orelha, com o mesmo carinho que fazia quando eu tinha apenas dez anos.

— Mais leve. — ela diz com um suspiro. — Me sentindo melhor. É um peso gigante que foi tirado do meu coração. — me lança um pequeno sorriso.

Pego em suas pequenas mãos calejadas. Mãos que trabalharam tanto para termos o que temos hoje.

— Você sabe que podia ter contado para mim, certo? — questiono, dando um sorriso. — Onde está Brian? — pergunto, procurando pela a sala.

— Ele foi ao mercado. Ele insiste em comprar flores toda semana para enfeitar a casa. — conta olhando para um vaso próximo a janela que está vazio. — Eu sei que podia. mas sabia que não deveria. Você já assumiu mais do que pode suportar. — responde naquele tom de censura, que ela sempre me diz.

Reviro meus olhos.

— Mãe, não é nenhum peso. — retruco, já cansada de ouvir isso toda vez.

— É sim, querida. É peso demais. — ela afirma e solta minhas mãos, se levantando e indo para a cozinha.

Suspiro em alto e bom som. Minha mãe precisa entender que o que faço é por amor e não por obrigação, mas já me cansei de tentar explicar e atualmente só permaneço fazendo o que faço de melhor: Ignorar.

O cheiro de café domina meus sentidos antes mesmo de vê-la entrando com duas xícaras de porcelana.

Ela me estende uma e fica com a outra, mexendo o líquido preto com a colher.

— Como vão os preparativos para o ano novo? — Pergunto ajeitando novamente uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Vamos passar com uma parte da família de Brian na Califórnia. Estou tentando convencer Thais ou Gabriela a ir. — conta. — Sei que se uma for a outra vai. — Essas duas fazem tudo junto, sempre foi assim: Se uma não vai, a outra também não, e vice-versa.

Tomo um gole do café e já sinto meu coração aquecer com o gosto.

— Gostaria que elas fossem. É bem provável que não façamos nada esse ano. — conto.

Série Irmãs DiCastilho - RessurgindoOnde histórias criam vida. Descubra agora