Capítulo 18

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POV FERNANDA

Permaneço meio catatônica no lugar, sem me mover muito. Marcus me olha, tentando desvendar o que eu estou pensando, mas o fato é que passa tanto pela minha cabeça agora que nem eu mesma não sei o que pensar. Todo o peso da história que ele contou sobre os pais dele cai sobre mim. Não consigo corresponder ao comprimento da mãe de Marcus de imediato.

Não consigo desvendar se o apelido carinhoso que ele me deu envolve a mulher que está parada em minha frente, e a importância que ela tem para ele, ou se é apenas uma coincidência — uma vez que eu e todas as minhas irmãs somos apaixonadas por estrelas e carregamos uma no pescoço. Mesmo assim é impossível não fazer a conexão.

Meu coração se enche, esquenta e parece que vai expandir para fora do meu corpo. Sinto-me tão tocada com aquilo e ao mesmo tempo tento não deixar isso muito a vista, caso não seja isso e eu esteja sendo apenas uma boba. Minhas mãos suam e Marcus está aparentemente normal ao meu lado, tirando seus olhos azuis brilhantes.

Stella representa a minha súbita paralisia como falta de compreensão, e acaba por repetir mais uma vez.

— Mais precisamente Stella Mason Lorrenzoni. — Me responde com um sorriso no rosto.

O pai de Marcus nota o clima meio confuso entre nós, olho para o loiro ao meu lado e vejo que ele sorri para o chão — meio sem jeito — e acabo por encará-lo. Seus olhos se viram para mim e eu apenas balanço a cabeça.

— Me desculpe, só lembrei-me de uma coisa repentinamente. — tento consertar minha introdução. — Sou Fernanda DiCastilho.

— Eu sei querida. Só Deus sabe como eu sei. — ela diz, bebendo de sua taça. Se eles não fossem tão parecidos com Marcus, não diria que são seus pais. Eles expelem juventude na forma de ser. — Venha meu doce, sente-se comigo.

Ela me puxa pela mão até o sofá e balança a mão para o marido. O loiro balança a cabeça, se desculpando.

— Amor, sirva uma taça a Fê, sim? — ela pede para o marido que imediatamente corre e volta com uma taça e uma garrafa de vinho me servindo. Pego a taça e agradeço enquanto Marcus apenas observa, com os braços cruzados.

O pai lhe abraça — eles trocam comprimentos — e depois se volta a mim mais uma vez.

— Eu sei que ninguém me perguntou, mas meu nome é Emiliano, para você, minha bela moça, eu sou apenas Emilio. — ele diz e puxa minha mão para deixar um beijo no dorso.

Stella, de maneira muito confiante, dá uma pequena tapa na mão de Emilio — que acaba pegando em minha mão também.

— Você não tem vergonha mesmo né Emiliano? Flertar coma namoradinha do seu filho! — ela diz, fingindo horror.

Ele somente revira os olhos.

— Não estou flertando com ninguém Stella! Estou sendo educado. — ele responde e volta para a cozinha, que é acoplado a sala, mexendo em algumas panelas. Eu acabo por rir junto com Marcus.

Ele se senta na poltrona na minha frente, que está vazia, se serve de vinho e me convida silenciosamente para sentar ao seu lado. Mas acabo por negar, uma vez que não queria acabar ofendendo Stella por sair do seu lado de maneira tão brusca. Ele balança a cabeça e balbucia um "Eles são loucos" enquanto os pais continuam em uma discussão incabível.

— Vocês italianos e essa educação de vocês. Cuidado querida, foi assim que acabei casada com um deles! — ela se volta para mim. — Eles te enganam com vinhos e comida e daqui a pouco você está descalça, grávida e feliz com isso!

Série Irmãs DiCastilho - RessurgindoOnde histórias criam vida. Descubra agora