Capítulo 8

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Passava das cinco da tarde quando Olivia chegou à casa de Eugênio na segunda-feira, carregando algumas guloseimas para o lanche. Quando a viu, Nelinha correu a abraçá-la com satisfação. Olivia livrou-se dos pacotes, colocando-os sobre a mesa, e pegou a menina no colo, beijando-a com carinho.

- Que bom ver você! Como está cheirosa! Tomou banho agora?

- Tomei. Fiquei bonita para esperar você!

- Hum! Quem bom! Seus irmãos já chegaram da escola?

Foi Elvira quem respondeu:

- Já. Estão tomando banho.

- Vamos preparar um lanche bem gostoso. Estou morrendo de fome!

- Eu também. O que você trouxe naquele pacote? - quis saber Nelinha.

- Aqueles sonhos de que você gosta!

- Oba! E naquele outro?

- Vamos arrumar tudo e você vai ver - disse Olivia sorrindo.

- Pode deixar, dona Olivia. Eu arrumo tudo do jeito que a senhora gosta.

- Está bem. Tenho sentido falta de vocês.

- Você foi embora e não veio me contar histórias - queixou-se ela. - Você vai dormir aqui hoje?

- Não posso. Mas vou ficar bastante com vocês.

Os outros dois desceram correndo e abraçaram a tia com alegria. O lanche foi servido, e eles comeram com apetite. 

- A tia não vai dormir aqui hoje - foi dizendo Nelinha. - Eu queria que ela contasse história de fadas. Papai não sabe nenhuma bonita. 

- Ele sabe muitas coisas de carro. Ninguém entende de carro como ele! - tornou Juninho com orgulho.

- Eu não gosto de falar de carro! Eu gosto de princesas, de fadas.

- Isso é coisa de meninas. Eu gosto das histórias dele - respondeu Juninho. - Ele conhece tudo sobre os bichos do zoológico. Lembra da história do macaco?

Olivia olhou admirada. Nunca vira Juninho defendendo o pai.

Nelinha riu.

- É mesmo. De fadas, ele não entende, mas de girafa, sim. Tia, eu vi uma girafa de verdade! Ela comia tão engraçado... Nós vamos lá de novo! Papai disse que vai me levar.

Olivia olhou para Marina, que se conservava calada, e perguntou:

- E você, não diz nada?

- Não. Só fui junto porque ele me obrigou. Não gostei de nada.

- Ah! Vocês foram ao zoológico e aonde mais? - perguntou Olivia curiosa.

- Ao restaurante - disse Juninho. - Eu podia comer tudo que quisesse! Tomei um sorvete deste tamanho, cheio de morango e creme em cima.

- O meu foi de chocolate! - contou Nelinha.

- Eu queria que você visse o bigode dela! Ela se lambuzou toda! - tornou Juninho.

- É nada, tia. Foi ele que ficou com bigode!

Marina sorriu:

- Você precisava ver, tia, os dois ficaram com bigode. Até parece que nunca viram sorvete.

Olivia queria saber mais.

- Então vocês passaram um ótimo dia.

- Eu não gostei. Preferia ter ficado em casa - disse Marina.

A verdade de cada um - Zibia GasparettoOnde histórias criam vida. Descubra agora