A poderosa Perséfone

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Que poder ela tinha sobre a situação. Seria ela corajosa e destemida o suficiente para encarar o que precisava ser feito. Uma rainha sem medo que mostrava o seu valor em meio a uma batalha sangrenta. Seria possível controlar, dois das maiores divindades olimpianas?

Não importava qual seria a sua escolha, somente ela continha o direito para dar o ultimato. O suor que escorria friamente por seu rosto a deixavam mais lenta no controle de seus passos. A pouca visão que lisonjeava a ter, era irritantemente bloqueada por alguns fios de seu cabelo. Sua considerável sorte, era ter Tersa com a agilidade semelhante à de um puma. Se não fosse por ela a deusa da primavera estaria sem coragem, escondendo-se dos danos, como se isso fosse realmente ajudar em alguma coisa. Em circunstâncias medonhas sobre aquela baderna, não se tornavam fácil manter seus pensamentos constantemente sólidos. Magoada do jeito em que estava, parecia impossível conceder o perdão a Hades.

Mas acima de tudo ela o amava loucamente, talvez o deus dos mortos havia feito o que fez por precaução. Ele não queria perde-la jamais. Ela era a água cristalina que benzia sua alma atormentada. Considerando essa possibilidade seria algo bem romântico até. No entanto, sua mãe já havia sofrido que chega e Perséfone também a amava de coração aberto. Faria tudo por sua amada mãe. Sendo pelo mesmo sentimento e afeição, somente por seres diferentes.

____Minha senhora, posso prever com absoluta certeza de que essa briga se prolongue de um modo não conveniente. Eles irão destruir tudo a sua volta em questão de segundos. ____gritava Tersa a fim de ser mais aguda que os estalos dos trovões. Ela se esquivava para perto de Perséfone, na tentativa de facilitar as coisas.

Quando finalmente pensou em algo para dar uma resposta um clarão poderoso partiu pelos ares. Terminando em um som bajulador, chocando-se nas pedras das escadarias do altar. Porém antes de tentar absorver a visão do que exatamente estava ocorrendo, veloz como uma águia Hermes as cerca em forma de proteção, como um escudo resistente. O ato ligeiro deixou Perséfone tonta e perdida em meio aos braços de seu irmão. Procurando uma brecha entre meio ao braço e a cintura de Hermes, ela encontrou a visão perfeita para o que procurava esclarecer.

Seu coração explodiu em pedaços brutais e inconformados, seus olhos ardiam com as lágrimas que surgiam neles. O raio atingira Hades com tamanha força, condenando a terra que se partisse ao meio com o impacto. Um alto gemido de dor alastrava-se pelos vales do Tártaro. Seguindo por uma risada que transbordava o ódio. Aquilo não deteria o deus dos mortos. Céus, ele era o rei das piores coisas do planeta. E não desistiria da luz que faltava em sua escuridão.

Rapidamente ele se põe em pé, corajosamente de cabeça erguida, analisando a forma na qual se encontrava. Mostrando sua falta de interesse ao caso, ele sacode a poeira de seus ombros. Ignorando a roupa estilhaçada pelas chamas do ataque. Sua roupa totalmente irrecuperável não o incomodava de maneira alguma. Ele lança um demorado olhar em direção a deusa da primavera. Agitada ela recebe uma piscadela do marido sentindo-se imediatamente mais calma.

Então ele prossegue, referindo-se a Zeus com um sorriso macabro nos lábios.

____Isso é tudo o que tem? ____sua expressão nada cativante mostrou-se insuperável aos deuses presentes. ____Sinceramente, acreditava que seus clamores eram por um motivo grandioso. Seus servos mentem nesta parte. Considero-me decepcionado com esta sua atuação. Esperava mais de você. É evidente que esteja sendo bajulado por uma certa deusa muito teimosa. Mas poderíamos estar do mesmo lado se não fosse o caso.

O mestre dos raios não medira tais palavras em um resultado estimativamente positivo. Ninguém podia cogitar a passar por cima de suas leis ou se quer interferir nas promessas de um deus tão importante feito ele. Aquele deus sombrio afirmou letras e palavras de sobra. Nenhuma delas batia com precisão, sem poder confirmar algo de fato. O rei dos deuses não recebia ordens e sim as dava.

O Rapto de PerséfoneOnde histórias criam vida. Descubra agora