Capítulo 35

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Beleza maior do que de seu esposo, poderia ser apenas aquele lindo cenário que a esperava o dia inteiro. Aconchegada nos braços de Plutão, a deusa observava o trabalho pronto de suas amigas, era simplesmente perfeito. Cada detalhe impecável, com acabamentos delicados nos quais cada um em seus devidos lugares. Com as mãos repousando nas de Hades, o lugar preenchia os olhos de Perséfone. As lágrimas se continham em uma marcha lenta, trazendo uma ardência persistente. Suas emoções pareciam travar uma batalha, misturavam-se umas com as outras reagindo a tanta gentileza lhes proporcionadas.

Ninguém nunca fizera algo especial para Perséfone, mas também jamais havia sido maltratada. Quando ainda estava no mundo dos vivos, ela era feliz como estava nesse momento. Mas em nenhuma outra ocasião ela sentiu-se tão livre e independente. Ela não cansava disso. Finalmente pode dizer que era uma deusa.

Apenas gostaria que sua mãe pudesse ver o que Hades fazia por sua amada filha. Ele sedia tudo. E aquele lindo presente transbordavam alegria para ela. Como ela poderia explicar? O senhor dos mortos, era um deus apaixonado, compreensível e generoso. Ele possuía uma personalidade sinistra quando queria, as vezes tornava-se impiedoso e poderia até parecer cruel demais. Porém, quando se é dado um trabalho difícil, é necessário ter pulso firme, ser frio e não ouvir opiniões. Pois se o que ele fazia não fosse o correto, o mundo estaria um caos.

As coisas estão tranquilas, mas os deuses nem sempre sabem admitir ou simplesmente aceita-lo como um dos três grandes. O equilíbrio é algo que poucos podem controlar. Um ato daqueles são feitos e dados por poucos, ele sempre a surpreendia de todas as formas boas que existiam.

____Hades estou completamente sem palavras. ____fora isso que conseguira argumentar.

Ela depositou seu buque de narcisos em um vaso improvisado o que pareceu fazer parte da naturalidade do jardim. Um tronco de diamantes era a parte mais linda na mesa central. Os objetos possuíam um brilho misterioso, porém quanto mais a deusa observava, mais instigante se tornava. As cadeiras prateadas e os lustres segurados pelas mãos firmes que eram os galhos finos das árvores, pareciam vir de um sonho. Céus, eles eram divindades podiam tudo, qualquer coisa. Apesar de tudo ser tão perfeito, ela guardou a imagem daquele momento em um lugar bem protegido. Era especial. Era algo para ela.

____O ambiente e a decoração lhe agradaram, queria? ____Hades estava tenso. Ele também havia esperado muito por aquele jantar.

Mas Perséfone não respondia. Cada mínimo detalhe ela admirava sem dizer se quer uma palavra, sem dar um único suspiro a não ser por seu enorme sorriso.

____Como algo pode ser feito com tanto amor e carinho? ____ela deixa a pergunta no ar. Intrigantemente ela se aproxima do círculo de rosas, que contornavam o espaço da mesa. Um tapete, feito de pedras minúsculas levariam o casal para o destino. Os animais ninfas e pequenos insetos ainda habitavam o lugar. Haviam se acostumado a viver em um mundo de escuridão, sobre os cuidados de seres prestativos do palácio.

Ele a guiou cuidadosamente para a mesa, mas antes que ela se sentasse queria olhar para ele e proferir algumas palavras a mais.

____Você lutou por mim esse tempo todo, até o fim. Enfrentou minha mãe e ajudou-me a superar meus medos, minhas indecisões e tornou-me uma verdadeira deusa. Nenhum deus faria o que você faz por mim. ___ela repousa seu nariz ao dele. ____Jamais seria feliz longe de você. Essa coroa em minha cabeça, me torna algo respeitável entre as deusas. Eu nunca agradeci você por fazer parte deste poder. Sei tudo sobre você, e esse é o maior voto de confiança que eu poderia lhe dar. Obrigada querido. Nunca cansarei de elogia-lo, meus agradecimentos são apenas uma parte das grandiosas coisas que você tem feito por mim.

O Rapto de PerséfoneOnde histórias criam vida. Descubra agora