Perséfone não sabia que horas o ponteiro havia rodado. Muito menos se o submundo continha um regulador de horas em suas paredes geladas e inócuas. Na verdade ela nem tinha sabedoria sobre como o tempo se passava ali em baixo. Mas isso não tinha a menor importância. Por que ela podia sentir o calor de Hades nos lençóis de seu leito, o perfume viciante e a sua deliciosa presença resvalavam ali. Ao deslizar seu braço para o lado, a procura do marido no lugar aonde deveria estar, teve certamente uma surpresa. Sendo que ela já deveria de ter se acostumado com isso. Pois ele não estava lá.
Movida por seu instinto, ela sentia aquele olhar pesado que queimava pelas trevas impuras, consumido e contido em sua íris. Ardentes olhos no dorso da tua visão na escaldante força de tua paixão. Não surgiria terremotuamente um coração tão quente que de fogo vertia alastrando e polindo toda a alma perambulante. Era arrepiante, sinistro e intenso. Hades era intimidador, um cavaleiro de arma escuras de relevância frenética remoendo dolorosamente um massacre em nome da morte. Nem toda a maldade do mundo poderia se colocar acima de sua monarquia no submundo, um lugar de trevas que continha um lindo jardim em segredo.
Em síntese, um de seus mais belos jardins ele havia desposado, o amor não o tornava fraco, mas sim responsável. Perséfone abrira as portas enferrujadas do frio coração de Hades. Encontrando um lugar e um conforto que poderia chamar de seu. O deus dos mortos não era de fato um amante romântico, seu marido era tudo o que os outros deuses não conseguiam ser. Acompanhando seus pensamentos Perséfone se senta calmamente na cama presenciando a observação de Hades sore si.
Sentado na poltrona em companhia da lareira onde o fogo brilhante estalava, Hades bebia seu néctar silenciosamente. A cada pausa que ostentava ele curvava seu olhar pelo ser que tanto amava. Podia-se ver aquela negra sombra se dissipar lentamente sobre a areia negra que formavam seus olhos tão desejados por quem pairava o olhar. Nas vestes profundas de seu traje escuro, caiam-lhe por sobre os ombros um manto negro pesado de onde pareciam surgir rostos deformados de fantasmas agonizados e tristes. Perséfone nunca o vira usar aquela peça, por alguns instantes quase pode afirmar a si mesmo que a capa permitia sua travessia.
Pela primeira vez ela o considerou amedrontador, quase desviou o olhar para o chão. O poder daquele deus era tão superior que Perséfone jurava ter v o palácio vibrar. Nunca o vira presente naquela forma, ele estava determinado e Perséfone sabia bem o porquê.
Tânatos e Tersa.
Outros aspectos sinônimos de um comportamento desconhecido, ela sabia que Hades estava mudado Perséfone nunca sentira medo dele e, no entanto, o que apenas conseguia senti ao fixar e encontrar aquele olhar que tanto a amava não parecia estar acontecendo. Seus pensamentos a conduziam para a pior solução apontados em relação ao comportamento de Hades.
Perséfone deslizou seus dedos pelo colchão empurrando-se para fora da cama. Por algum motivo a resposta surgiu a se ver vestida com uma fina camisola negra. Por mais que sentisse um certo receio em continuar a encará-lo, não havia o que verdadeiramente temer. Hades era eu marido. E provou ama-la ainda mais do que sua própria geradora a amava. Hades a seguia com um olhar venenoso, não deixava nada a perder. Sua esposa era perfeita como um lindo narciso brilhante em meio a névoa negra que o cobria. Ele não se arrependia por tê-la escolhido, um paço em falso e a criança do berço de Zeus pertenceria a um deus que jamais velaria a morte.
Com um ligeiro sorriso em seus lábios, Perséfone floria seus passos em direção a Hades, timidamente ela lançava olhares sobre ele. Mas travou assim que chegou em frente a poltrona, Hades parecia esperar por algo vindo dela, pois ele mostrava claramente o seu desejo. Então Perséfone teve uma iniciativa, sem saber ao certo como deveria começar e fique a dica de que não fora com um " bom dia amor".
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Rapto de Perséfone
Fiksi PenggemarTalvez a luz e as trevas sempre combinaram, talvez eles sempre precisaram um do outro. Nem todo o amor surge por querer, ele apenas surge por que precisa surgir, porque quer surgir. Porque talvez esse seja o destino. E assim será. Neste conto mit...