Capítulo 6.

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Eu voltei pra casa com todas aquelas palavras na cabeça, ainda com o papel nas mãos.
Eu devolveria? Ficaria pra mim? Será que era dele? Foi ele quem fez?
Eram milhares de possibilidades.

Mas assim que eu cheguei em casa, eu encontrei papai e mamãe juntos, na cozinha. Eles sorriram pra mim, e mais uma vez, eu senti nojo. Eu não iria contar, porque assim que eu vi o rosto dos meus pais eu me toquei que não conseguia. Não dava.

-Onde estava? - Mamãe perguntou.

-Andando na cidade. - Eu respondi. Na mesma hora, ela fez uma cara esquisita. -Como foi o jantar, mãe?

-Foi bom.

-Ah é? Comeram o quê? - Eu sei o que ele comeu.

-Nós  pedimos tacos.

-Nós? Nós quem?

-As meninas. - Ela respondeu, clara. Com as sobrancelhas franzidas. -O que houve, Madeline? Você tá estranha.

-Nada. - Eu disse, me virando. -Não houve  nada. - E eu subi as escadas.

Entrei no meu quarto e fechei  a porta. Eu pensei em muitas coisas enquanto tomava banho naquela noite.

A imagem de mamãe sentada do colo de alguém que não era meu pai não saía da minha cabeça, e eu também não parava de pensar em Finn.

Finn.

Agora eu sabia o seu nome. E era um pouco estranho saber seu nome.

Nós conversamos. Por pouco tempo, mas conversamos. Ele foi tão legal quanto eu imaginava, e é tão bonito quanto eu pensava.

E eu pensei na folha, que estava ainda no bolso da minha calça.
Eu não sabia onde ele morava, e mal sabia se o poema naquela folha era dele, e eu não sabia de iria devolver, porque eu havia gostado dele. Eu gostei de verdade. Era engraçado, fofo, sincero e bonito. Igual a ele?!

Depois que eu saí do banho, vestida e com os cabelos presos em tranças, eu deitei na cama, peguei fones de ouvido e fiquei ouvindo músicas, enquanto ligava o celular de minuto em minuto, procurando por mensagens novas.

Ele não havia mandado mensagens naquela noite, mas eu ainda esperava. Até que eu dormi, com os fones de ouvido, sem perceber.

×  ×  ×

Era tarde de domingo. Meus pais estavam em casa, Jonah estava jogando com uns amigos, e Izzy estava na casa de Anna, uma de suas amigas da escola.

Eu estava no meu quarto, deitada na cama, enquanto desenhava. Foi quando meu celular apitou umas três vezes.

Mensagens.

Eu o peguei, liguei a tela.
Número desconhecido, eu lia. Eu coloquei a senha e entrei nas mensagens.

ND:  eu realmente gostei da música

ND: mas é a algo que eu escutaria chorando

Eu sorri.

Eu: Finn?

ND: sim

Finn: e a música fala sobre o dia em que eles se conheceram

Eu: Obviamente.

Finn: por que nao disse isso quando eu te perguntei?

Eu: Você tem problemas com acentos e letras maiúsculas?

Finn: é preguiça

Eu: Entendi.

Eu desliguei a tela do celular e voltei a pintar.

I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora