Capítulo 12.

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Todos os alunos do ensino médio estavam na quadra, escutando o que o diretor dizia.

Ele estava falando coisas idiotas sobre o baile, mas eu tinha coisas mais importantes pra fazer, tipo desenhar.

-Você vai vim? - Lana sussurrou.

-Eu já disse que não. - Eu parei de rabiscar. -Eu nunca venho.

-Chama o Finn. - Eu dei uma cotovelada nela. -É brincadeira.

Eu vi Sam e Anna entrando na quadra. Lana as chamou, e elas vieram até nós.

Eu fechei meu caderno, imediatamente.

-O que ele está dizendo? - Anna perguntou.

-Sobre o baile. - Lana respondeu.

Elas falaram mais coisas, mas eu não ouvi, porque eu vi Finn no outro lado da quadra.

Ele não usava preto, outra vez. Agora, ele usava um casaco vermelho. E eu não prestei atenção no que as meninas diziam porque era sempre o que acontecia quando eu via ele, toda a minha atenção só ficava alí, no menino que as pessoas acham esquisito, o menino que é esquisito.

Ele não olhava pra mim, olhava pra baixo, e usava fones de ouvido. Eu tinha quase certeza de que ele mexia a boca, cantando a música que ouvia, porque seus lábios se moviam e sua cabeça balançava.

Eu fiquei olhando pra ele até o sinal tocar, e todas as pessoas lavantaram, saindo da quadra. Deviam ser duas da tarde, e as pessoas estavam desesperadas pra ir embora.

As meninas foram andando junto com todos, e eu estava tão focada em Finn, que eu não as vi saindo.

Quando a quadra estava quase "vazia", eu fui até lá. Eu fui até o menino que não tinha se mexido desde que o sinal havia tocado.

Quando eu comecei a subir as arquibancadas, ele me olhou.

Eu me sentei e ele continuou olhando pra mim.

-Você sabe que o sinal bateu, não sabe? - Eu perguntei.

-Sei.

-Hum. - Eu disse.

Eu queria falar alguma coisa, mas eu estava nervosa demais pra isso.
E eu percebi que seria tarde demais falar alguma coisa quando ele levantou e começou a descer.

-Você vem ou não? - Ele disse, quando olhou pra trás, pra mim.

-Ah... Claro. - Eu disse, levantando.

×  ×  ×

Nós andamos por muitas ruas naquele dia. Era engraçado ver Finn subindo nas árvores.

-Isso era pra me impressionar? - Eu perguntei, quando ele desceu e pegou o seu copo de refrigerante que eu estava segurado.

-Não deu certo? - Ele parou de andar.

-Eu estava torcendo pra que você caísse. - Eu disse, bebendo mais um pouco do meu milkshake de flocos.

-Isso doeu, Maddy. Doeu, mas não me surpreendeu. - Eu rí.

Nós paramos na frente da minha casa.

-Chegamos. - Eu disse.

Ele parou por um momento, pra olhar a minha casa.

-Espera... a sua mãe é a Dr. Grazer?

-Conhece a minha mãe? - Eu perguntei.

-Ela é minha médica. - Ele disse, sorrindo, sem graça.

Por que Finn precisa de uma psiquiatra?

-Ah...

Ele sabe que a médica trai o marido. Isso é ótimo.

-Eu... tô indo. - Ele disse, apontando pras ruas.

-Tudo bem. - Eu disse.

Ele deu as costas, sem ao menos dizer "tchau", e eu fiquei triste.

Eu tinha descoberto que minha mãe era médica dele, e eu queria descobrir porque ele precisava de uma psiquiatra, eu realmente queria. Mas eu não queria perguntar à minha mãe, então eu fiquei quieta.

I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora