Capítulo 32.

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Raiva. Dor. Tristeza. Angústia.

Era tudo o que eu sentia quando Finn dizia aquelas coisas. E mais um vez, eu não consegui dormir a noite.

Eu não contaria aquilo a Finn, porque ele se sentiria culpado por ter tirado o meu sono. E eu não queria aquilo, porque a culpa não era dele, e não queria meu amor se culpando por uma coisa que não era sua culpa.

Eram 5 da manhã, e eu me levantei da cama, indo pro banheiro.

Enchi a banheiro com a água quentinha. Enquanto eu tirava minhas roupas e me olhava no espelho. Os olhos enchadinhos por causa do choro da noite, e as mãos e as pernas tremendo de nervoso.

Eu entrei no banheira, sentindo a água quente invadir todo meu corpo, enquanto a ponta dos meus cabelos batia na água.

Eu fiquei alí por muito tempo, sentindo a água quente nos meus ombros, nas minhas costas, minhas pernas, meu pescoço. E naquele momento, eu não pensava em nada á não ser Finn.

Lembrava da noite em que fomos tocados pela primeira vez. A noite em que eu pude ver que ele não era um babaca qualquer. A noite em que eu me senti amada de verdade, pela primeira vez.

E eu fiquei triste por ter quase certeza de que eu não teria mais noites daquele jeito com o menino maravilhoso. Eu não queria ter noites daquele jeito com outros meninos, eu queria ter noites daquele jeito com ele. Só com ele. E aquilo era deprimente.

Eu saí quando escutei meu despertador tocar, dizendo que eram seis horas.

Eu me enrolei na toalha e voltei pro meu quarto, vestindo roupas quentes pra descer. E eu desfarcei meu rosto de choro e de quem não dormiu a noite toda, mesmo que mamãe fosse saber.

×  ×  ×

Ele não apareceu na escola naquele dia. Em nenhuma das aulas.

Lana dizia que ele só tinha faltado de um jeito normal. Mas ela não sabia o que rolava com ele. Eu sabia.

E eu fiquei muito preocupada, porque eu não sabia o que estava havendo.

Eu mandei muitas mensagens, e ele não respondia. Será que ele estava com raiva de mim? Será que estava querendo me evitar? Isso não diminuiria a minha preocupação e o meu amor por ele.

×  ×  ×

Ele não deu sinal de vida a semana toda. Quarta, quinta e sexta. Ele não apareceu na escola em nenhum desses dias, e ele não respondeu as mensagens em nenhum desses dias, e ele não atendeu minhas ligações em nenhum desses dias.

Foi quando eu não aguentava mais aquilo, que eu fui até a sua casa.

Eu toquei a campainha, e fiquei alí, esperando.

Ninguém tinha atendido. E eu toquei de novo.

Foi quando Nick abriu.

-Madeline. - Ele disse, sorrindo e comendo alguma coisa que tinha em uma tigela que estava em suas mãos.

-O Finn está? - Eu perguntei.

-Achei que soubesse. - Ele disse. -Ele fugiu de casa, outra vez.

-Hã?

-Achei que ele te contava tudo. - Ele disse. -Relaxa... Ele volta.

-Sabe quando?

-O máximo que ele ficou fora de casa foi umas duas semanas. - Ele disse, comendo mais uma colherada daquilo.

-Ele não levou celular?

-Ele nunca leva.

-Ah... - Eu disse, fazendo a maior força pra não chorar alí. -Entendi.

Ele disse mais alguma coisa, mas eu não prestei a atenção, porque eu estava saindo de lá.

Então Finn tinha ido embora outra vez? Será que ele tinha ido ver Kelly? Será que tinha ido ver seus outros amigos? Será que estava bem?

E a preocupação estava aumentando cada vez mais. E a dor também. E eu me sentia culpada por achar que era Finn quem me machuca.

I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora