Capítulo 29.

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Eu toquei a campainha, enquanto Finn passava as mãos nos cabelos.

Ele estava nervoso.

E assim que eu a toquei, a porta se abriu.

Era minha mãe. Ela parecia preocupada, e quando me viu, ela soltou um suspiro de alívio.

-Você sumiu por dias. - Ela disse, me abraçando de um modo bruto. -Você não avisou. - Ela olhou pra mim, me soltando. -Por quê?

E antes que eu respondesse, ela abraçou Finn, que ficou um tanto quanto confuso.

-É tudo culpa minha, Sra. Grazer. - Finn disse. -Se fosse por mim, ela não viria e...

-Eu fui porque eu quis. - Eu disse, o cortando.

-Tudo bem... Tudo bem. - Minha mãe disse. -Entrem, por favor. - E então, ela deu espaço na porta. E então, nós entramos. -Madeline, eu posso conversar com Finn?

-Quê? - Eu perguntei.

-Quero conversar com ele. - Minha mãe repetiu, me fazendo olhar pro garoto que estava ao lado dela.

Minha mãe era baixa demais ao lado demais ao lado dele. Ela tinha a minha altura.

Finn me olhava com o típico olhar de "tudo bem". E então, eu subi as escadas, indo pro meu quarto.

Quando eu cheguei nele, eu o vi diferente de como eu havia deixado. Ele estava todo arrumado. E quando eu vi aquilo eu tive certeza que mamãe tinha mexido em tudo á procura de alguma coisa.

Eu queria mandar mensagens pra ela, mas ela iria saber onde eu estava pela localização da mensagem.

Sabe, eu gosto da minha mãe. Eu gosto dos meus pais, na verdade. Todos nós cometemos erros, e eu tenho certeza que todos nós merecemos uma segunda chance, mesmo que ela seja difícil de dar. Eu amo a mamãe, e ela me ama também. Ela se preocupa comigo, e ela se preocupa com Finn.

Rolam desentendimentos com eles, mas eu não ligo. Minha mãe foi uma escrota? Sim, ela foi. Meu pai foi, também. Mas eu tenho certeza que eu não sei de muita coisa. E eu sei que ele me ama do mesmo jeito, e ele sabe que eu o amo, também. Ele é meu pai.

Eu me sentei na minha cama, tirando meus tênis e ficando apenas de meias.

Eu liguei meu celular, e tinham muitas mensagens de mamãe e Lana. Lana estava surtando nas mensagens, e tinham milhares de ligações das duas, e do meu pai, e do meu irmão. Até Jonah tinha ligado.

Eu fiquei alí, até quando Finn subiu, aparecendo no porta do quarto. Ele estava com o rosto molhado, outra vez. Tinha acabado de chorar com tudo que mamãe tinha lhe dito.

Era impressionante o tanto que ele chorava, o tempo todo. E era impressionante o tamanho da dor que eu sentia quando o via chorando.

É tipo quando você vê um familiar seu chorando, um muito próximo, e você quer ajudar, mas não pode, porque não à nada que você diga que vá fazer aquela pessoa se sentir bem outra vez. Era o que rolava entre eu e Finn.

Porque eu via a dor nos olhos daquele menino. O menino que sofria tanto, que já teve o coração machucado demais, e o menino que sente medo de si mesmo, e o menino que se odeia, mesmo quando deve de amar. O menino que joga sua dor pra fora com palavras, e o menino que nunca dorme. O menino que geme de um jeito bonito, e o menino que diz que ama você quando acaba de ter uma noite contigo. Mas não é um simples "te amo", ele diz "eu amo você" de verdade, de todo o seu coração. E então, ele deita em seu peito nu, enquanto você sente lágrimas quentinhas descendo pelos seus peitos, e você alisa os cabelos do menino, tentando fazer com que ele pare de chorar, mas nada adianta.

E o menino que você ama de todo o seu coração, o menino que tem o fim preparado.

I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora