Capítulo 13.

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Naquele dia eu passei todo o momento procurando por ele, mas ele não foi pra escola.
Eu tentei procurá-lo no outro dia, mas ele não tinha ido também.
E no outro, também não.
Foi por isso que eu mandei mensagem.

Eu não tinha mandado mensagens nos outros dias, mas eu não queria que ele soubesse que eu estava tão preocupada assim, mesmo estando demais.

Eu: Finn?

Eu: Você está bem?

Eu: Como estão as coisas?

Eu: Me conta...

Ele não estava on-line, e ele demorou demais pra responder.
Mas enfim, esse momento chegou.

Finn: é

Finn: eu estou bem

Eu: Você faltou... todos esses dias.

Eu: Não sei se acredito em você.

Finn: por quê?

Finn: por que a sua mãe contou o que tem de errado comigo?

Eu: Eu mal olho pra ela.

Finn: as coisas estão ótimas, Maddy

Finn: estão ótimas

Eu apenas desliguei a tela do meu celular e o joguei na cama.

Eu odiava o fato de me magoar com coisas bobas assim, e odiava querer mandar mensagens pedindo desculpas o tempo todo.

×  ×  ×

Eu o vi na escola quinta, mas eu acabei passando reto.
O vi olhar pra mim, e o vi sorrir. Mas não nos falamos, e eu não retribui o sorriso.

Isso durou duas semanas.

Até o dia em que ele me ligou. Eram três da manhã, e eu estava na sala, assistindo filmes, e o meu celular, no meu quarto. Foi por isso que eu não atendi.

Mas quando o filme acabou e eu fui pro meu quarto, eu vi que tinha uma mensagem.

Eu peguei meu celular, e comecei a escutar a mensagem.

-Ah, oi... oi, Maddy.  - Eu escutei a sua respiração. -Eu liguei pra dizer que as coisas não estão legais... Lembra quando eu te disse que eu estava bem? Eu menti. Eu não sei se você perguntou à sua mãe, ou se você já sabia e está fazendo essas coisas por pena, entende? Mas, Maddy... você me fez mudar, você me permitiu sentir, o que não acontecia há muito tempo. - Ele parou de falar por um grande tempo, eu ouvi apenas a sua respiração. -Sabe quando você não sente nada? Você é apenas o seu corpo, sem a sua a alma. Era o que acontecia comigo. Eu só me mexia, comia, me vestia... eu não sentia felicidade e nem tristeza. Mas quando você começou a falar comigo, começou a andar comigo, eu senti. Senti mil coisas, que são impossíveis de explicar. Você me permitiu sentir, Madeline. E obrigada.

E a ligação acabou.

Os meus olhos estavam lacrimejando, e eu, pela primeira vez percebi.

Eu amava Finn, mas eu não queria.

Eu não sabia porquê eu não queria, mas eu não queria. Amar Finn era a última coisa que eu queria, mas foi algo que eu não escolhi, foi algo que eu nem notei que estava acontecendo, foi algo que eu não soube explicar.

Porque eu acho que isso é o amor. Você não sabe explicar, mas sente.

×  ×  ×

-Ele te quer. - Lana dizia.

-Para de palhaçada. - Eu falei. -Eu nem sei se eu posso te contar essas coisas, eu me sinto mal.

-Qual é o problema?

-Ele não quis nem que eu soubesse, Lana. - Eu apoiei meu rosto em minhas mãos. -E ele faltou de novo.

-Por que não vai na casa dele? - Ela disse. -Pergunta pra sua mãe.

-Ah não...

Eu não tinha contado pra Lana o que a minha mãe andava fazendo com outro cara.

-É melhor do que nada, de verdade.

-Eu não sei. - Eu disse.

-A Jane tá me chamando no campo, eu tenho que ir pra ver ela se quebrando toda. - Ela disse, levantando e colocando a mochila nas costas.

Jane é uma amiga de Lana. Ela é líder de torcida, mas é mais desastrada do que não sei o que.

-O que ela vai fazer dessa vez?

-Diz ela que aprendeu a dar aquelas cambalhotas esquisitas. - Eu rí. -Não vai vim, não?

-Hoje não. - Eu disse, tentando sorrir.

-Tudo bem. - Ela começou a andar até a porta. Mas então, se virou. -Fica bem. - Ela disse, alto.

-Eu tô bem. - Eu sorri.

Eu estava esperando o meu pai. Ele estava atrasado pra Reunião de pais e professores, já que faltavam apenas 10 minutos.

Mas ele não demorou muito pra chegar.

Meu pai veio até mim, sorrindo.

-Já começou? - Ele perguntou.

-Tem gente lá dentro. - Eu falei.

Ele entrou na sala.

E então, eu fiquei alí, parada na frente da sala, esperando, enquanto escutava músicas.

10 minutos se passaram.
20 minutos se passaram.
30 minutos se passaram.

Até que a porta se abriu, e muitas pessoas começaram a sair. Menos o meu pai.

Ele ficou lá mais uns minutos. Até que saiu, e sua expressão era algo como se ele estivesse desapontado. E eu não entendi muito bem.

-Madeline... os professores disseram que você não presta atenção na aula há muito tempo. - Ele disse, se sentando ao meu lado.

O quê?

-Mas isso não...

-Me deixe terminar. - Ele me interrompeu, e então, eu fiquei quieta. -Uns disseram que você fica desenhando o tempo inteiro, e que fica olhando pra janela, e que fica conversando demais com um menino. Acho que era... Wolfhard.

-Isso é mentira. - Eu disse. -Eu desenho às vezes, e eu fico olhando a janela. Mas eu nem tenho visto Finn.

-Finn... Quem é esse menino?

-É um amigo.

-Um amigo? - Ele perguntou. -Entendi.

-Qual é o problema?

-Ele é um menino. Você sabe como são os meninos hoje em dia.

-Eu moro com um desse tipo. - Eu sussurrei.

-Eu não quero mais você com esses meninos.

Eu rí.

-É um menino, e você nem o conhece.

-Você tem 14 anos. - Ele disse, alto.

-E?

-Madeline, quando chegarmos em casa vamos conversar sobre isso.

-Tudo bem. - Eu virei minhas costas e saí da escola, indo até o carro, que estava parado na frente da escola.





I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora