Lana On.
Por um momento eu realmente havia ficado com raiva dos pais da Madeline. Eles não pareciam ser aquele tipo de pessoa.
Eu acho que não tenho moral pra falar essas coisas, porque meus pais mal ligam se eu estou indo pra festas pra beijar ou transar, mas eu acho sacanagem seus pais proibirem você de conversar com um menino, só porque vocês se gostam e tem 14 anos. Mas a maioria das pessoas velhas hoje em dia pensam assim, porque eles acham que as coisas continuam do mesmo jeito que eram quando eles eram adolescentes.
Eu estava indo pra sala de química, quando eu vi Finn.
Eu nunca tinha chegado perto o suficiente dele, pra eu me sentir baixa, e eu não gostava de me sentir baixa.
-Finn? - Ele olhou pra trás.
-Eu? - Ele apontou pra ele mesmo.
-Eu sou Lana. - Eu sorri, quando eu parei ao seu lado. -Preciso falar com você, então pode trocar a sua dupla, hoje?
-Tudo bem. - Ele disse, franzindo a testa.
Nós entramos na sala.
Quando eu vi uma das mesas no fundo vazias, eu me sentei lá, o esperando.
Ele se sentou, ainda com a cara de que não estava entendendo absolutamente nada, mas mesmo assim, se sentou.
Eu peguei as minhas coisas dentro da mochila, e ele, as dele.
Escrevi em um papel, enquanto o professor falava.
Madeline está com problemas.
Eu não sabia o que escrever, então eu escrevi qualquer coisa que o fizesse entender.
Eu coloquei a folha em cima de seu caderno. Ele a leu, e eu olhava o papel, enquanto ele escrevia.
Ela não me respondeu final de semana, e hoje nem olhou pra mim
Sabe o que aconteceu?Ele me deu a folha.
Castigo.
Eu dei de volta.
Ah não
É por causa de mim, não é?Eu li aquilo.
Se eu escrevesse coisas diretas como "Sim", seria algo cruel. Eu ficaria me sentindo culpada, ou sei lá. E eu não escrevi aquilo.
Ela vai explicar tudo à você no final do dia, embaixo das arquibancadas.
Eu entreguei o papel a ele, e ele o dobrou, colocando no bolso.
-Aquele lugar só tem drogado. - Ele sussurrou, me fazendo rir.
× × ×
Madeline On.
Quando as aulas acabaram, eu fui até o lugar onde Lana tinha me mandado ir, e o lugar onde eu acreditava que ela também tinha dito à Finn.
Quando eu passei pelas grades do campo, indo até embaixo das arquibancas, eu vi pessoas que eu já imaginava que estariam lá. Como Alisson Brown, ou Daniel Jensen, Patrick Martin e outras pessoas que sempre foram drogados.
Eu vi Finn conversando com Patrick, enquanto Patrick erguia um cigarro pra Finn.
Eu cheguei perto dele, e quando ele percebeu, ele sorriu triste.
-Não está de castigo por causa me mim, está? - Ele perguntou.
-Não. - Eu respondi, mas ele pareceu não se convencer. -É... mais ou menos.
-Eu sabia. - Ele sussurrou, passando as mãos pelos cabelos cacheados.
-Olha... - Eu tentava arrumar respostas que não fossem idiotas o suficiente. -São os meus pais, eles não entendem.
-Sua mãe não quer você andando com pacientes fundidos dela. - Ele disse.
-Finn, para, não é isso. - Ele me olhou. -Os meus pais são ridículos, e acho que você sabe como é isso. Minha mãe tá boladinha porque eu sei o que ela fez, e eu tenho quase certeza que o meu pai não me quer com meninos, porque tem medo do menino ser tão escroto à ponto de chegar ao nível do próprio filho.
-Maddy, você ficou de castigo por causa de mim. Eu não vi você desenhando mais na aula de história, você não pode falar comigo, e também não pode sair de casa.
-Isso não muda o fato de ter esse lugar. Podemos nos ver aqui.
-As pessoas podem contar.
-É só um castigo. - Eu disse.
-Se seus pais descobrirem, você vai ficar mais tempo de castigo. Prefere ficar com tecnologia, com os seus desenhos? Ou prefere falar comigo escondido, ao invés de ter tudo aquilo que você gosta?
-Eu prefiro você. - Eu respondi.
Mas eu tenho certeza que aquela não era a resposta que Finn esperava, porque ele ficou parado, sem dizer nada quando eu disse aquilo.
-Não sabe o que tá dizendo, Maddy. - Ele sussurrou.
-Eu sei, sei sim.
-Não... você não me conhece. Não sabe quem eu sou. - Aquelas coisas que ele dizia só me deixavam mais curiosa pra saber quem ele era.
-Mas você pode me dar a chance de te conhecer, Finn.
× × ×
Eu não encontrava Finn todos os dias, porque eu não podia. Mas segunda, quarta e quinta nós conversávamos embaixo das arquibancadas.
Finn não gostava muito de conversar sobre os motivos que o deixavam pra baixo, sendo mais clara, os motivos que o levaram ao fundo do poço, mais conhecida como "depressão", o assunto que sempre foi muito conversado lá em casa.
Mas o que mais me deixava mais curiosa, era que Finn não parecia ser tão triste, ele sempre sorria, e sempre conversava como se fosse o mais feliz, possível. Mas isso não quer dizer nada, minha mãe costumava dizer que as pessoas conseguem esconder o que elas são, e pra falar a verdade, eu não gosto disso.
Eu ainda não tinha o meu celular, e ainda não tinha o meu caderno de desenhos. Mas eu podia assistir televisão, e era o que eu estava fazendo sábado à tarde.
Eu não podia ficar com a porta fechada, que era uma coisa que eu não entendia, e que era um tanto quanto idiota. Mas eu preferia ficar quieta do que opinar sobre aquilo, já que eu sairia como a errada, como sempre.
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I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)
FanficEstávamos sentados nas arquibancadas do campo. Foi a primeira vez que eu vi você. Você olhava pra mim paralisado, e foi o que aconteceu comigo também quando eu vi você. Eu não estava perto o suficiente pra conseguir ver os seus detalhes, mas eu nunc...