Capítulo 36.

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Passei todo o resto das aulas pensando na menina e no que ela disse. Se todos sabiam, Lana sabia? Por que ela não tinha me contado? E por que isso não chegou até à mim?

Mas meus pensamentos foram embora quando o sinal tocou, fazendo todos os alunos levantarem desesperados de suas cadeiras.

Eu apenas fechei os meus cadernos, fechando a minha mochila e me levantando, saindo da sala.

Eu guardei as minhas coisas no meu armário, enquanto eu pensava sobre o que a menina havia falado. Ela disse o suficiente pra eu saber que era exatamente aquilo da Millie, mas uma outra menina acabou entrando no banheiro, também, e nós paramos de falar.

Fiquei esperando mamãe me buscar naquele dia. Eu fiquei ouvindo músicas, eu escutei muito Mac Demarco, e eu lembrei muito dele.

Foi quando o carro da minha mãe parou na frente da escola, e eu me levantei, tirando um dos fones e indo até o carro.

Quando eu abri a porta, e vi minha mãe, e ela estava com um sorriso triste no rosto, talvez percebendo que eu estava triste.

Eu me sentei e coloquei o sinto, enquanto ela ainda olhava pra mim, através dos óculos escuros que ela usava.

-Acabei de conversar com Finn. - Ela disse, ligando o carro.

-Então ele tá vivo. - Eu disse, olhando pra janela.

-Ele pediu desculpas por não ter te dito nada. - Ela falou. -E ele também disse mais coisas, mas tem que encontrar ele na livraria do centro pra descobrir o que é.

-Sério? - Eu a olhei.

-Sério o quê?

-Sério que vai ficar nessa palhaçada de suspense?

-Ele quer ver você. - Ela disse.

-Eu também queria vê-lo, você acha que eu não quero vê-lo? Eu quero muito vê-lo. Mas ele não se importa com o que eu sinto, ele não se importa se eu sinto saudades.

E quando eu terminei de dizer, eu percebi que estava chorando. Percebi que estava chorando demais. E também percebi que mamãe não fez nada pra me fazer parar.

-Ele também sente saudades. - Ela disse, baixinho. -Pelo contrário. Ele sente demais. Mas tem que entender que...

-Tenho que entender que o quê? - Eu perguntei, limpando o meu rosto de um jeito bruto, fazendo minhas unhas arranharem meu rosto.

-Tem que entender que Finn está doente, e que ele precisa de tempo.

-Isso não vai fazer com que minha dor pare. - Eu disse, voltando a olhar pra janela.

-Ele tem medo das pessoas irem embora. - Ela dizia baixo. -Ele tem medo de tanta coisa, meu amor.

-Mas eu não vou embora. E ele sabe disso.

-Mas ele não tem certeza. - Ela disse. E então ela parou de falar por um tempo. -Tem que fazer com que ele tenha.

-Mas do que eu já faço?

-Se você ama alguém, tem que demostrar, tem que demostrar tudo o que você tem, não tem que ficar guardando pro final. Tem que se mostrar inteira, tá entendendo? - Ela falou. -Ele tem medo.... Acho que deveria mostrar a ele como faz isso, porque ele ama você.

-E eu também o amo. - Eu sussurrei.

-Então vá atrás de quem você ama. - Ela respondeu.

I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora