I should hate you. 🌼 Finn Wolfhard. (Concluída)

Capítulo 30.

-Ela me deixou ficar aqui essa noite. - Finn disse, sorrindo e limpando o rosto molhado de lágrimas.

-E a sua mãe? - Eu perguntei.

-Como se ela se importasse. - Ele disse, se sentando ao meu lado, na cama.

-Não diga isso, Finn.

-O que é? É a verdade, Maddy.

-Ela parece se preocupar com você. - Eu disse. -Quero dizer... Eu só tô falando, sabe...

Ele alisava as minhas mãos.

Nós ficamos no quarto por pouco tempo, até que a minha mãe nos chamou pra jantar.

Eu não sabia onde meu pai estava. Talvez ele estivesse morando em um apartamento pequeno na cidade, ou com alguém que eu não saiba.

Mas de uma coisa eu sabia: Jonah ainda estava lá, e aquilo me deixava com medo.

Quando eu e Finn descemos, nós vimos meu irmão e minha mãe sentados na mesa.

Finn sabia que eu odiava Jonah. Foi por isso que ele me olhou com aquele olhar dele, dizendo que tudo ficaria bem. E mesmo às vezes não ficando, eu acreditava que um dia as coisas iriam ficar.

Eu me sentei na mesa, e Finn, ao meu lado.

Foi um silêncio danado em todo o jantar, porque eu acreditava que mamãe tinha falado com Jonah pra ficar quieto, e eu estava menos apavorada.

Mas e se Jonah não respeitasse esse lance da minha mãe e começasse a falar um monte de besteira? Eu não queria ver Finn chorando de novo... De novo, não.

Mas nada aconteceu.

Nós subimos e voltamos pro quarto.

Mas minha mãe veio até o quarto quando nós dois estávamos sentados no chão, enquanto ele via meus desenhos, e eu olhava pra ele, que não parava de sorrir.

-Finn? - Minha mãe o chamou. -Acabei de arrumar pra você lá embaixo, tudo bem, querido?

-Obrigado. - Ele disse, sorrindo.

E a minha mãe saiu.

Finn estava levantando pra sair, foi quando eu o parei.

-Não precisa descer agora. - Eu disse. -É pra descer quando foi dormir. Vai dormir agora?

-Sua mãe vai brigar com você. - Ele disse, segurando um sorriso.

-Por quê? Você vai ficar aqui comigo vendo filmes, qual é o problema disso? - Eu disse, rindo.

-Você é ridícula, Madeline.

-Maddy. - Eu o corrigi.

-Eu sei que você quer me beijar. - Ele disse, me fazendo rir. -Todas querem.

-Aham.

-Eu tô com sono.

-Mesmo? - Eu perguntei, colocando as mãos em seus ombros.

-Mesmo. - Ele disse, me dando um beijo curto.

-Tudo bem. - Eu sorri e me deitei na cama.

Ele sorriu pra mim, apagou a luz e desceu as escadas.

Eu fiquei alí pensando durante muito tempo. E os pensamentos ruins não iriam embora tão cedo, mesmo que eu tentasse fazer com que eles fossem.

× × ×

Foi um tarde maravilhosa. Wyatt ficou na cidade com a gente, enquanto ele contava como estavam as coisas, e dizia que iria embora, mas que voltaria com o resto dos meninos. Os meninos que eu não conhecia, e que eu nunca tinha ouvido falar.

Fiquei sabendo que o pai de Wyatt ainda morava aqui, mas ele não vinha aqui há muito tempo. E os outros amigos de Finn, também não. E eu fiquei triste por ele.

Finn estava estranho demais. Eu não sabia o que era aquilo, eu só sentia que não estava tudo bem. E suas pernas tremiam, e suas mãos também, elas estavam como ficam quando ele fica nervoso.

E então, anoiteceu. E Wyatt teve que ir embora.

-Eu não quero você chorando por sentir saudade de mim. - Wyatt disse, falando com Finn. -Eu te beijo, cara. - Ele foi chegando perto, e Finn riu, o empurrando.

-Deixa de ser viado.

-O que você tem contra mim?

-Você, por inteiro.

-Agora é sério. - Wyatt diminuiu o sorriso. -Fica bem, cara. - Eles se abraçaram. -Vai comprar minha passagem.

-Eu só vou porque você veio aqui. - Finn disse, pegando o dinheiro da mão de Wyatt.

E depois, Wyatt virou pra mim. Ele virou pra mim assim que Finn saiu de perto da gente.

-Sabe, Maddy. - Ele disse, imitando a voz de Finn, me fazendo rir. -Você é legal.

-Você também.

-Mas tem que prometer que vai cuidar do meu amigo, tudo bem? Ele é frágil demais, e eu sinto muito por você passar por isso.

-Vale a pena. - Ele sorriu. -Sou apaixonada por Finn, Wyatt. E não me arrependeria de nada.

-Eu adoro você, cara. - Eu rí. -Dá uns beijos naquele magrelo por mim. De verdade.

-Pode deixar. - Ele sorriu e me abraçou.

-Tira as mãos da minha namorada. - Eu escutei a voz de Finn.

Isso ainda era estranho pra mim. O lance dele me chamar de "namorada". Mas eu gostava, eu gostava demais.

E foi isso. Eles se despediram, e Wyatt entrou no ônibus.

Nós fomos pra casa sozinhos, naquele dia. E Finn não trocou nenhuma palavra, mas ele beijava minhas mãos o tempo todo, e aquilo era bom.