Meu nome é Justin Bieber

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Naquele dia, tive que acordar cedo para comparecer em um pequeno café da manhã na instituição de caridade que sou doadora. Tudo estava ocorrendo divinamente bem, até Sharon — minha assistente pessoal, aquela que fazia minha vida funcionar — aparecer, no meio de um discurso de uma diretora de um dos orfanatos que recebia doações da nossa instituição, falando que Ross havia chego e queria falar comigo, com urgência.  

Naquele momento, meu coração parou por alguns segundos, Ross nunca me interrompia quando estava em reunião, ele sempre diz que não é de boa imagem largar minhas reuniões, pois dar a entender que eu não dou extrema importância as minhas responsabilidades. Se ele mandou me chamar, deve ser algo primordial.  

Levantei da cadeira, recebendo olhares irrelevantes. Pigarrei, chamando a atenção de todas e preparei-me para falar. 

— Senhoras, houve um imprevisto, não poderei ficar até o final. — Ouvi alguns cochichos, algumas demonstraram insatisfação e outras curiosidade. Revirei os olhos mentalmente, peguei minha bolsa e continuei a falar. — Mas, a senhorita Clarke ficará em meu lugar! Tudo que for dito, ela repassará para mim. — Sharon olhou-me insatisfeita, então mandei-lhe um olhar duro, apenas. É o seu trabalho fazer o que eu mandar. — Nos vemos na próxima Segunda. — Finalizei, saindo dali.  

Essas velhas idiotas me deixam completamente entediada, fingem me adorar e eu finjo acreditar, mas todos sabem que elas só me aturam porque o dinheiro que mantém essa instituição de pé, vem do bolso do meu marido. 

Meu motorista já estava à minha espera, quando saí do prédio. Provavelmente deve estar cumprindo ordens do patrão.  

— Senhora. — Robin cumprimentou-me, abrindo a porta do carro.  

Apenas balancei a cabeça, entrando dentro no mesmo.  

Suspirei, em meio a pensamentos. Por um lado, eu estava feliz por Ross ter-me chamado, mas temia o que estava por vir.  

— Onde está meu esposo? — Perguntei, encostando a cabeça no banco.  

— Está na empresa, Sra. Crawford. — Encarou-me pelo retrovisor externo, mas logo voltou sua atenção para o caminho à nossa frente.  

Não é sempre que vou na empresa, só quando é preciso, como agora. Meu estômago embrulha, só de ver aquelas pessoas trabalhando feito loucas. Eu nunca precisei trabalhar, então não me imagino fazendo o que elas fazem.  

Só percebi que tínhamos chegado, quando a porta do carro foi aberta. Peguei minha bolsa no banco ao lado e pus os óculos de sol em meu rosto, saí do carro, respirando pesado.  

Entrei no prédio, recebendo vários "Bom dia, Sra. Crawford!", apenas acenava e balançava a cabeça, se fosse responder todos, passaria o dia inteiro. Fui direto para o elevador. Bill, o ascensorista cumprimentou-me e apertou no botão do trigésimo terceiro andar, onde fica o escritório do CEO.  

Encarando um ponto fixo, nem vi o tempo passar, só percebi que as portas se abriram quando Bill perguntou se estava tudo bem. Apenas assenti, saindo do elevador, então fui direto para a sala de Ross.  

Quando coloquei os pés dentro da sala de espera, a assistente do CEO, vulgo meu marido, olhou-me dos pés a cabeça, jogando-me um olhar de desdém. Ri fraco, já percebendo o que estava acontecendo.  

Ela foi a acompanhante do patrão no Uruguai.  

Depois de dois anos, todas as assistentes de Ross, sempre me encaravam exatamente da mesma forma após um sexo quente com ele. Elas me olham com desdém, demonstrando insatisfação e inveja por não estarem em meu lugar. Todas querem ser donas dele, mas é uma pena ele estar pouco se importando, pois o final de todas é sempre o mesmo: rua. 

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