Chains

A nova secretária

Point of view Paige Crawford 

Quando as portas do elevador se fecham, tento imaginar o que se passa na cabeça daquele garoto. Uma hora ele fala que quer me possuir, outra hora ele finge que eu não existo. Não que eu me importe com isso, é apenas a prova de que ele sofre algum distúrbio. Ele é bipolar ou o que? 

Tento ignorar meus pensamentos quando a porta do elevador se abre novamente, saio do elevador e entro no escritório. Uma garota de aparentemente vinte anos, está sentada na recepção, creio que ela seja a nova secretária de Ross. Diferente das outras, ela não me incomoda, não entendo o porquê. 

Quando me vê entrar, a garota levanta da cadeira e me olha com admiração. 

— Boa tarde, Sra. Crawford. — Cumprimenta e eu apenas aceno com a cabeça. A encaro de forma superior, o que a deixa intimidada. 

Olho para o seu rosto e vejo que ela é bem diferente das outras secretárias, sua beleza é natural e não artificial. Seu rosto branquinho, é delicado e suas bochechas rosadas a deixam ainda mais bonita. Os olhos verdes semelhantes aos meus, refletem a inocencia estampada em seu rosto. 

— Qual o seu nome? — Questiono, como sempre faço com todas. 

A garota parece surpresa com a minha pergunta. 

— Meu nome é Charlotte. — Responde dócil. 

— Hum... — Murmurro e ajeito meus óvulos de sol em meu rosto. — Vou te dar uma dica, eu não sei porque, mas eu fui com a sua cara. Então fique na sua, fazendo apenas o seu trabalho que é ser a secretaria do meu marido. Isso não inclui dar pra ele nas horas vagas. Quer manter o seu emprego? — Charlotte me olha assustada, mas ao mesmo tempo balança a cabeça consentindo. — Então faça o que eu disse. — Suspiro cansada e com muita fome. — Ross está me esperando? 

— Sim, senhora. Vou avisar que está aqui. — Senta em sua poltrona e digita um número no telefone fixo. Ela avisa que estou aqui e encerra a ligação. — Ele mandou entrar. 

Dou as costas a loira e entro no escritório de Ross. Ele está sentado em sua poltrona trabalhando como sempre, ergue o olhar pra mim por um segundo, mas volta a fazer o que fazia anteriormente. 

— Vai demorar muito para irmos comer? Estou faminta. — Digo e ele revira os olhos. 

— Não. — Responde somente. Então é minha vez de revirar os olhos. 

Sento na poltrona a sua frente e pego meu celular, envio algumas mensagens para a decoradora, ela avisa que conseguiu encontrar um globo, de Toronto. 

Respondo que providencie com urgência. Largo meu celular na poltrona e me distraio com a vista atrás de Ross, é incrível. Ouço Ross me chamar, vejo que o mesmo está de pé. Ross é um dos homens mais lindos que eu ja vi, o corpo escultural deixa qualquer mulher louca. 

No começo do nosso casamento eu dormi várias noites excitada, só pensando no que poderíamos fazer. Entretanto, percebi que não desperto interesse nele, já que tivemos várias oportunidades de apimentar as coisas, mas ele sempre fugiu. Depois de um tempo eu me acostumei, mas me sinto frustrada por não despertar interesse nele. Não me sinto mulher o suficiente para ele, na verdade, para homem algum já que estou há mais de dois anos sem sexo. 

(...)

Adentramos o restaurante de sempre, é bem em frente à empresa, quando Ross quer almoçar comigo sempre vamos nele, já que é o mais perto da empresa e como Ross é muitíssimo ocupado, não pode perder tempo no trânsito de Nova Iorque. Não reclamo, já que a comida é maravilhosa. Sentamos em uma mesa mais afastada.