Um ótimo lugar para um assassinato

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12 horas antes

Fernando de Noronha, RJ

09h13min

Paige Crawford

O caminho para Fernando de Noronha não era tão longo quando se tinha um jatinho, aparentemente não estava nos planos de Ross vir até aqui, mas o primeiro trabalho da empresa no Brasil seria aqui. Um resort feito pelas empresas Crawford, o cliente insistiu para que ele pessoalmente visse o lugar. O bom é que ele só vai olhar o lugar, vamos almoçar e depois voltamos para New York.

Ross desceu do jatinho e eu o acompanhei, o lugar era realmente incrível, o resort em que estávamos era maravilhoso e pela janela do jatinho eu pude observar as praias incríveis. Por mais que estivéssemos “a trabalho”, não me controlei e coloquei um biquíni, como eu poderia andar por esse lugar sem aproveitar um pouquinho? Um biquíni, chapéu, óculos de sol e um quimono, era assim que eu iria ficar.

No momento estávamos em uma lancha, a caminho do lugar em que o resort seria construído, era do outro lado da ilha e pelo que nos disseram, o único meio de chegar lá é de barco. O vento batia em meu rosto, eu aproveitava enquanto Ross pilotava, ele seguia outra lancha, que quem estava na outra eram os clientes.

Por um tempo, naquela imensidão azul, pude me esquecer de todos os problemas que me cercavam, até estava me admirando não ter vomitado ainda, pela lancha andar rápido demais. Por outro lado, não retirava o quimono, já que minha barriga estava bastante saliente e alguém poderia perceber, fora isso, estava tudo favorável.

Descemos da lancha e fomos até onde as outras pessoas estavam, era um casal e aparentemente um engenheiro para medir o local. Enquanto os homens discutiam negócios, Karen — a mulher do cliente da empresa — e eu, fomos caminhar pela praia deserta. Ela era uma pessoa legal, apenar de ser um pouco nova para o seu marido, Alisson, que passava um pouco da idade, entretanto, não deixava de ser um homem charmoso.

— As pessoas estranham, quando digo que sou casada com ele, já que tenho idade para ser sua filha. Mas eu não me importo, é normal. — Ela dizia com seu inglês perfeito.

Karen também estava com os mesmos trajes que eu, o que me deixava mais confortável.

— As pessoas sempre vão estranhar, ou ter alguma coisa para apontar o dedo e criticar. — Concluiu.

Concordei com a cabeça.

— Também já me acostumei com isso, no início do meu casamento com o Ross, estranhavam por ele ter escolhido a filha de um empresário no início, sendo que ele poderia ter escolhido a filha de algum ricaço ou até mesmo a mulher que ele quisesse, de atriz a modelo.

— Vocês formam um casal lindo, além de serem extremamente simpáticos, é difícil achar um rico simpático hoje em dia. — Ela riu e eu a acompanhei.

Por mais que aquele papo tivesse me dando nos nervos, eu tinha que continuar com o teatro de casal feliz.

— Obrigada, você e Alisson também, por mais que ele seja um pouco mais velho.

— Alisson é bonitão, sempre foi. — Pensou. — Quando nos conhecemos, ele era o pai de uma amiga minha, sempre que eu ia na casa dela, eu o admirava e sempre notava as olhadas dele, ele era um safado. — Deu uma risada sem graça. — Mas eu realmente me apaixonei por ele, sempre demos certo, ele diz que sou muito madura para a minha idade e é isso que ele admira.

— Quantos anos você tem? — Perguntei, tirando o cabelo do rosto.

— Vou fazer vinte e cinco esse mês. Esse resort é um presente de aniversário. — Sorriu, suspirando.

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