Enquanto Maggie soluçava em meu ombro, eu pensava em como lidar com tudo oque estava acontecendo naquele momento. Tem um assassino atrás de mim e tem um outro assassino fazendo uma prova fugindo de mim. Seria ideal os dois se encontrarem.
-Maggie, você precisa ficar aqui - digo a afastando de mim. - Preciso resolver uma coisa.
-Não! Você não vai em cima do Marcos - ela diz com os olhos saltando.
Maggie tinha medo dele fazer algo pior com ela, entendia seu lado.
-Eu preciso.
Ela tenta me segurar, mas a enfermeira a segura na cama e saio da enfermaria sem olhar para trás. Entro no elevador e aperto o número da psiquiatria, onde estavam realizando a prova. Quando chego no andar, paro de frente para a janela, vejo todos aqueles corpos inclinados para a prova na mesa, todos futuros médicos perfeitos com vidas perfeitas. Será mesmo?
Marcos respondia as questões rapidamente e secava o suor de cinco em cinco segundos. Olhava o relógio apressado na parede e eu concluí que ele fugiria dali diretamente para a casa. Michelle me olha lá de dentro e a chamo para fora. Enquanto ela atravessa a sala todos a observam vindo falar comigo, principalmente Marcos.
-Oque foi? - ela pergunta fechando a porta.
-Marcos não pode fazer essa prova.
Um corpo atravessa a porta ao nosso lado correndo, era ele.
-VOLTA AQUI! - grito e saio em disparada atrás dele.
Escuto os passos, em uma falha tentativa, de Michelle tentando nos alcançar.
Marcos corria bem mais que eu, mas não sabia os atalhos do hospital como eu. Assim que ele vira o corredor eu viro outro, dando de cara com ele.
-Sai daqui! Esse assunto não é com você! - ele grita me empurrando no chão.
Levanto rápido do chão e continuo correndo atrás dele. Estávamos indo para a ala leste no andar superior.
Quando entramos lá, alguns médicos viram para nós sem entender oque acontecia, algumas pessoas nos encaram de cima a baixo já pensando em correr também.
-Marcos - sussurro para ele, estava ao meu lado e olhava em diferentes direções com a intenção de voltar a correr novamente. - Vamos resolver isso de forma civilizada.
Ele me olha, seus olhos pretos pareciam desesperados, ele tinha medo do que podia acontecer com ele, ou melhor, com sua carreira.
-Desculpa - ele responde sussurrando também e vejo uma lágrima descer de seus olhos. Não, eu não estou com pena dele, e quero mais que morra. Mas tento parecer compreensível.
-Vamos, Marcos. A gente resolve esse mal entendido com ela. Sei que não era oque queria - tento acalmá-lo.
-Não dá, Alexia.
Ele volta a correr e me movo o mais rápido que posso, esticando a mão que quase segurava seu jaleco. E quando segura, puxo Marcos para perto de mim, cambaleamos até uma sala qualquer que se abre e tombamos no chão. Levanto e tranco a porta, tirando a chave e colocando no bolso da jeans.
Conheço essa sala. É a sala doze. Novamente nessa sala.
-Me deixa sair Alexia, eu tenho mais força que você - ele ameaça.
Realmente ele tinha, mas não sei se Marcos era mais inteligente.
Olho para o lado e pego a seringa em cima da mesinha, com certeza era um tranquilizante. Nós dois sabíamos que não era um remédio bom dentro daquela seringa, justamente por aqui ser a ala para pacientes desesperados, onde são enviados para a psiquiatria.
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Alexia, Guilherme E As Segundas Opções
RomanceAlexia é a interna do centro médico de sua cidade, com apenas 22 anos ela se mostra promissora no ramo. Após um acidente de trem que deixou toda a cidade mobilizada, Alexia precisa cuidar do seu mais novo paciente, Guilherme, um garoto que diz que o...