Levantamos do chão de cimento as sete horas da manhã, Guilherme conversou sobre planos futuros, sobre sua profissão como musico, sobre como tinha mudado depois de tudo oque aconteceu. Hora nenhuma falamos sobre o passado, oque passou, passou. Nada mais importava naquela hora.
Descemos o elevador e destranquei a porta, todos ainda dormiam na sala, tinha garrafas de cerveja por todo o lado e resto de comida em alguns pratos. Eu e Guilherme fomos para meu quarto e trancamos, ele tirou a blusa e ficou observando a janela, de costa para mim, o ar-condicionado ligado no máximo. O observei, enquanto ele olhava a paisagem lá fora, suas costas marcadas por minhas unhas, ele coçava a cabeça, passando os dedos por todos aqueles cachinhos marrons do alto da cabeça.
Respirou fundo olhou para o pingente de seu cordão, olhei para o meu. E se virou para mim.
-É hoje, não é? Que começamos a arrumar tudo para amanhã - ele diz se virando para me olhar, um sorriso preenchendo aquele rosto. - E amanhã, enfim, nos casamos.
-Sim.
-Você ainda está tem certeza que...
-Eu nunca tive tanta certeza em algo - o interrompo e chego perto dele, o deitando na cama.
-Quem chamou?
Deito ao seu lado enquanto olhamos para o teto do meu quarto, com desenhos de flores cafonas.
-Seu pai, minha família, nossos amigos, o Anthony para rezar a missa, e só - digo. - Quero uma coisa simples.
Ele sorri e sobe em cima de mim, virando meu corpo. Guilherme puxa minha blusa e começa a massagear minhas costas.
-Você acha que iremos dar certo? - ele pergunta enquanto sua mão pressionava meus ombros.
-Não sei. Eu espero que sim. Mas se não dermos certo, tudo oque aprendi com você, me fez alguém melhor, e isso que é o certo quando você conhece alguém. Mesmo que amanhã você me traia, você simplesmente se afaste, você ame outra pessoa. Oque importa, é os ensinamentos enquanto estivermos juntos.
-Bom... - ele começa. - Existem amores, sabe? Eu lhe entendo. Passei por muitos até chegar aqui, meu primeiro amor da escola, meu primeiro amor da padaria, meu primeiro amor bandido, e agora, o amor, somente isso. Mesmo que nos separemos Alexia, jamais iremos desconectar essa laço. Por isso eu acho que daremos certo.
-Nós não daremos certo, já está dando.
Ele ri e deita do meu lado.
-Eu não canso de dizer que você é linda, e que te amo, mais que os planetas lá em cima, mais que o caos que é nosso passado, eu te amo mais que amo a mim, e te amarei para sempre - ele diz sorrindo.
-Jura?
-Juro.
***
Amanheci e Guilherme não estava mais ao meu lado. Ele tinha ido para sua escola de música e levantei para arrumar as coisas.
Iria casar de jaleco, e o Guilherme com a blusa que nos conhecemos, e a bandagem azul no rosto. Queríamos algo temático, estaríamos exatamente como no dia em que nos casamos. Sobre o lugar? Ninguém ainda sabe.
A maioria das pessoas tinham ido, ficou apenas Maggie, que assistia Harry Potter pela milionésima vez agora. Sentei ao seu lado e ela percebeu meu nervosismo, me deu a mão e sorriu. Maggie era minha melhor amiga, estava responsável pela minha maquiagem, cabelo e tudo mais, para o dia do casamento.
Minha mãe tinha se hospedado em um hotel perto, vinha com a família inteira. Minha tia acreditava que seu namorado, que eu matei, tinha fugido com outra até hoje. O bom de ter matado uma pessoa sem registro, é que ninguém sente sua falta totalmente. O resto da minha família estava em outro apartamento.
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Alexia, Guilherme E As Segundas Opções
RomantizmAlexia é a interna do centro médico de sua cidade, com apenas 22 anos ela se mostra promissora no ramo. Após um acidente de trem que deixou toda a cidade mobilizada, Alexia precisa cuidar do seu mais novo paciente, Guilherme, um garoto que diz que o...