Capítulo vinte e sete

2.3K 306 45
                                    




Carla nos vê sentados no sofá juntos e por um segundo ela hesita se entra ou não, mas agora não há mais nada a se fazer, eles já estão aqui. Henri fica tenso e fecha a mão, apertando com muita força, sua expressão fechada e seus olhar se inflamando.

– Henri, não. – Minha voz é quase um sussurro.

Seguro seu braço e aperto levemente, para que sua atenção volte para mim, mas ele não desgruda os olhos do Léo. Carla mantém uma expressão animada e ao mesmo tempo tenta consertar a situação.

– Olha que eu trouxe de surpresa, P.O.zinho! – Ela faz um gesto animado com os braços para mostrar que o meu antigo vizinho chegou.

Me levanto o mais rápido que posso. Nem preciso fingir surpresa, mas estou cheio de receio que Henri faça alguma besteira. Vou em direção ao Vizinho para cumprimentá-lo. Henri, por favor, não faça nenhuma besteira. Penso tão fortemente que quase pronuncio as palavras em voz alta.

– Gostou da surpresa? – Ele sorri e abre os braços.

Droga! Abraçá-lo não vai ser legal. Mas não tem outra alternativa a não ser fingir que está tudo normal entre todos. Henri tem que entender que primeiro, nós não temos relacionamento algum – nem sequer tínhamos nada na festa. Segundo, estávamos todos bêbados e terceiro, o que passou passou. Mas o meu pior medo é a Carla. Não contei para ela o que aconteceu entre Vizinho e eu, e se isso vier à tona agora, ela pode ficar muito chateada comigo. Henri, por favor, não faça nenhuma besteira.

– É um prazer te ver de novo, Vizinho.

Dou um abraço nele, tentando manter um sorriso e fingir que está tudo ótimo. Na verdade, tirando o fato ocorrido e o que poderia acontecer aqui nesta sala, até que eu fiquei feliz em vê-lo. Ele é um bom amigo e nós já nos divertimos bastante juntos.

Seu perfume é muito gostoso, está usando algo amadeirado e sua roupa cheira a limpeza. Me afasto do abraço. Seu cabelo está cortado um corte mais formal, mantendo um tamanho maior. Como sempre, está elegantemente vestindo camisa e gravata, provavelmente tirou o terno por causa do calor.

– Ele estava na cidade e me ligou. Aí chamei ele para te fazer uma surpresa, já que faz tempo que não nos vemos. – Carla diz animada.

Preparo para chamar por Henri, mas ele está bem atrás de mim, sendo cumprimentado pela Carla.

– Oi, lindão! – Eles se abraçam. – Tudo bem?

– Tudo e você? – Ele diz, sem jeito. Sua raiva parecer ter se abrandado. Obrigado, senhor!

– Melhor agora sentindo esse perfume maravilhoso seu. – Ela cutuca ele com o cotovelo.

Chego para o lado, ficando a direita de Henri.

– Vizinho, lembra do Henri? – Eu os apresento. – Ele está morando aqui no Rio também.

– Claro, Vizinho! – Ele dá um passo para frente e estende a mão para cumprimentá-lo – Tudo bem Henri?

Ele estreita os olhos e por um instante penso que ele não vai cumprimentar Léo, mas ele o faz.

– Tudo. – Eles apertam as mãos.

Dou um suspiro de alívio quando eles se soltam e de relance vejo Vizinho dar uma pequena sacudida na mão. Henri deve ter dado um aperto forte, mas antes isso do que alguma reação exagerada.

– Vou pegar umas cervejas para nós! – Carla sai rebolando pela sala e vai até a cozinha.

– Continua malhando, Vizinho? – Leo aperta meu braço, sorrindo.

Copiloto (Amor sem limites #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora